quinta-feira, 30 de abril de 2009

A Vila Cachoeirinha

Braz Melo (*)
Recebi o convite do Deputado Geraldo Resende e do prefeito Ari para participar do lançamento dos serviços de galerias e drenagem de parte da Vila Cachoeirinha. Fiquei feliz e fiz um e-mail agradecendo e me desculpando, pois tinha compromisso agendado anteriormente.
Geraldo tem trazido muitos recursos para nossa cidade e região. Quem dera se na época que eu fui prefeito, tivesse um deputado federal para trazer tantos recursos para o desenvolvimento de nossa cidade, como o anterior e o atual estão tendo do Geraldo. A maior parte das obras feitas por nós foi com recursos próprios. Tirados da própria carne.
A vila Cachoeirinha nasceu na minha primeira gestão, quando toda segunda-feira à tarde eu separava para receber qualquer morador de nossa cidade para reivindicações. Reparei que duas coisas o povo mais pedia. Remédio e casa para morar.
Como aquelas pessoas normalmente eram empregados informais e não tendo programas habitacionais feitos para eles, então resolvi procurar uma área e começar um programa onde a Prefeitura desse o terreno, o Governo do Estado entrava com a água e energia e os moradores construíam sua casa.
Ali antigamente funcionava o Matadouro Municipal de Dourados. Ao lado tinha uma área do Senhor Valdomiro Monteiro, douradense, que morava em Ponta Porã e que anteriormente tinha vendido uma parte da área para construção da lagoa de Oxidação da SANEMAT.
Na primeira visita aquele local pude ver uma pequena queda d água, onde alguns garotos tomavam banho. O nome saiu dalí, Cachoeirinha.
A partir daí foi amor a primeira vista. Fizemos o primeiro loteamento social de Dourados. Depois de feito o projeto e aberto as primeiras ruas, abrimos inscrições para que todos que não tinham terrenos ou casas tivessem oportunidade de construir a sua casa.
Quem recebia o lote tinha três meses para construir sua casa. Muitos resolveram montar uma barraca de lona preta e já morava lá, pois além de economizar o aluguel, cuidava de seus tijolos para que não os roubasse a noite.
Aquilo virou um formigueiro. Gente para todo lado.
O projeto contemplava perto de 1.100 lotes, obedecendo as normas de engenharia e de proteção ambiental.
Os contratos eram feitos de preferência em nome das mulheres, pois elas têm mais amor pela sua casa. É seu lar. O homem é mais nômade e não tem tanto amor pela sua residência.
Houve, durante muito tempo, uma discriminação com os moradores daquele bairro, como antigamente era a Vila Rosa e Vila Índio. Construímos um CEU, uma creche, um posto de saúde e uma lavanderia comunitária, que até hoje é o “ganha pão” de muita senhoras que moram ali.
Fizemos três pontes interligando os bairros com a nova vila (duas com emendas do Senador Ramez Tebet) e na segunda gestão fizemos algumas drenagens e galerias de água pluviais, com emenda do Deputado Federal Marçal Filho.
A SANESUL construiu um esgoto sanitário, que para baratear foi feito passando nos quintais das moradias e os moradores ligavam o esgoto e também a galeria de águas pluviais. Toda chuva dava um super dimensionamento de água e era um “Deus nos Acuda”.
Na gestão do Humberto Teixeira foi feito a experiência de calçar as ruas de ônibus com pedra. Dava emprego e beneficiava o seu bairro.
Houve muita invasão, principalmente na época de mudança de governo. Tem gente especializada em promover este crime.
Deixamos na segunda gestão o contrato assinado do HABITAR-BIRD para a retirada dos invasores e colocarem eles em outros locais, feitos pelo prefeito Tetila.
Para ser o bairro que sonhamos vai demorar um pouco mais, porém as administrações trabalharam bastante para diminuir o sofrimento daqueles que não tinham um terreno, muito menos um teto, mas esperança e muita força de vontade.

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