segunda-feira, 30 de novembro de 2009

EL COMISSÁRIO

Isaac Duarte de Barros Junior *

Meio casquilho para animar os bailes “carapés” de paragens e mais animado que garanhão de invernada, na gíria da gauchada, assim definiam os fundadores de Dourados, o personagem apelidado de “Nego Chiquilin”. Esse sujeito era bem caborteiro quando se tratava de trabalhar firme pegando no pesado, principalmente se tivesse que puxar o cabo de uma enxada no eito dos “guajú” para carpir roça. Assim, ouvi por comentários dos pioneiros, era o perfil de um dócil veterano velhaco manso de apelido “Nego Chiquilin”, que morou perto da ponte do Porto Souza nos meados de 1910. Diziam esses povoadores, haver Deus lhe economizado no tamanho e o esticado na monumental safadeza. Chiquilin (pequeno) foi um distinto “trabalhador” que tinha uma enorme sorte com as mulheres, notadamente com as tolinhas, órfãs carentes de origem paraguaia, que habitaram esta região nos tempos idos.
Nego Chiquilin, paraguaio baixinho bom de papo, contava estórias de caçadas e pescarias, de animar a qualquer roda de ótimos mentirosos durante as tomações de tereré, apesar dos seus sessenta anos. Nascido em 1850 n’ algum lugar do chaco boreal no vizinho Paraguai, o Chiquilin foi vítima da sorte, pois nunca soube sequer o nome do pai e muito menos da sua mãe, tendo sido criado pelas mãos de pessoas bondosas que lhe encontraram na primavera, embrulhado em panos sujos remendados, chorando de fome, abandonado numa rede velha de dormir na boca de uma picada da terra guarani. Possivelmente, sua genitora deve ter sido alguma moça solteira que engravidou e se livrou dele assim que nasceu.
O “pucú” (grandão), alcunha chistosa que nada tinha a ver com o seu tamanho, sendo de pouca estatura, estava na fase da adolescência, quando um esquadrão de soldados combatentes da cavalaria brasileira o carregou a força na escaramuça, para alimentar e limpar os cavalos da tropa. Terminados esses combates beligerantes da Guerra no Paraguai, findando as hostilidades e falando um português mais ou menos, Nego Chiquilin resolveu morar no Brasil. Certo dia, colocando um pedaço de charque gordo no bornal de couro na garupa do seu cavalo, o encilhou e partiu. Sendo um bom nadador, cruzou o Rio Paraguai numa vazante baixa, enfrentando os cardumes de piranhas, segundo ele mesmo contava.
Caçou, pescou e dormiu nas camas de taipas que fazia nos lugares por onde acampava, até que acabou finalmente construindo um rancho coberto de sapé na travessia do Porto Souza. Lá, passou a trabalhar para a Companhia Mate Laranjeira, atravessando as famílias de colonizadores juntamente com o companheiro Eudélio Saravi. Caindo nas graças do desbravador Thomaz Laranjeira, repentinamente virou “comissário” (fiscal) dos ervais nativos, visitando e inspecionando os barbacuás do seu “chê patron”, que tinham por sua vez os “habilitados” (gerentes) responsáveis de locais. Cada visita do Nego Chiquilin, acabado o serviço determinado pelo “el patroncíto”, esse encerramento terminava sempre em um baile ao som de violões e gaitas.
Devido a sua “alta” posição funcional na Empresa do mate, única geradora de empregos, esse galanteador “garnisé” deslumbrava os corações femininos, porém jamais se casou ou viveu maritalmente com qualquer uma dessas mulheres. O “sabugo” dos ervais levou a vida enrolando o tempo junto aos seus cigarros de palha, mas nunca calejou as suas pequenas mãos. Sua desculpa mais esfarrapada para evitar fazer força operosa, era o fato de estar passando cheio de reumatismos pela terceira idade ou porque tinha uma sofrível “dor nas cadeiras”. Somente para dançar e jogar conversa fora, me disseram, aquele corpo de um metro e sessenta tinha maiores disposições. Quando virou viajante da empresa, suas jornadas eram solitárias, todas feitas sem acompanhantes exceto um enorme cão preto que atendia pelo nome de “fido”. O aventureiro, nunca deixava fora do seu alcance uma carabina calibre 44, uma vez que não usava outro tipo de arma. Mas, também não tinha inimigos de “dois pés”, costumava se vangloriar para os conhecidos naqueles anos. Dizia entre as “naqueadas” de fumo negro que mastigava cuspindo longe, que o fato de ser pequeno facilitava no trato o seu relacionamento social.
Mesmo ganhando um bom dinheiro “inspecionando”, Nego Chiquilin nunca requereu nenhum pedaço de terra devoluta para fazer seu “pé de meia” e nem quis guardar economias debaixo do colchão, se é que teve algum de seu para dormir. Ganhava dinheiro contado em mil réis de prata e gastava todo ele em farras regadas com bebidas. Nos bailes que promoveu, comprava reses gordas destinadas ao abate e as servia nos lautos churrascos que fazia por sua conta. Para começar um namoro, dizia que bastava o outro lado “falar fino, ter peitos e orelha furada”. Levou muita sorte com esse tipo de afirmativa, ao não ter vivido nestes nossos dias modernos. Senão, teria sérias surpresas com o sexo. Nego Chiquilin, viajava todos os finais de mês para a sede da poderosa Companhia Mate Larangeira em Campanário, recebendo das mãos dos membros da família Mendes Gonçalves, seu dinheiro mensal em moeda corrente nacional.
Apesar da sua idade sexagenária, esse caboclo gostava de fazer longas cavalgadas e consumir carne suína bem frita. Sempre que matava um porco, fritava toda a carne do animal e depois guardava essa fritura em uma lata cheia de banha do mesmo suíno. Quando queria comer um pedaço do petisco, retirava a carne da gordura fria e a esquentava no fogo antes de almoçar. Embora fosse apelidado de Nego Chiquilin, esse tropeiro errante tinha a pele da cor de purungo e os olhos azuis brilhantes, com dentes alvos sem cárie. Acredito por ter sido um “naqueador” contumaz. Não deixou filhos e nem herança para repartir, nos seus bem vividos setenta anos. Ao morrer em 1920, foi enterrado numa encruzilhada, nas margens da estrada de pó vermelho que ligava o nosso pequeno povoado douradense ao Porto Souza onde assombrava os viajantes em noites de lua clara, dizem as lendas...

*advogado criminalista, jornalista.
e-mail: isane_isane@hotmail.com

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Jingles Políticos

Braz Melo (*)

Hoje vou falar sobre alguns jingles que fizeram historia, principalmente na política. Anteriormente falei dos comerciais que marcaram a nossa vida, hoje relato alguns que foram especiais, ao meu gosto.

A primeira propaganda (na época era chamada assim) que eu tenho noticia foi na volta do Getulio Vargas em 1950, que após ter ficado no poder 15 anos através da ditadura, elegeu um companheiro, o mato-grossense Eurico Gaspar Dutra. A marchinha de Haroldo Lobo e Marino Pinto dizia assim: “Bota o retrato do velho outra vez, bota no mesmo lugar.O retrato do velhinho faz a gente trabalhar”. Foi um sucesso. Isso na voz do maior cantor da época, Francisco Alves. Foi a música mais cantada no carnaval daquele ano, preconizando a volta de Getulio Vargas à presidência.

Depois dessa eu só me lembro da musica que foi feita para a campanha do Marcelo Miranda para governador. Acredito que tenha sido a primeira campanha feita em nosso estado, comandada por pesquisas. Tudo era estudado no mínimo detalhe. Criaram uma música que mostrava as belezas do pantanal interpretado pelo cantor mais famoso da época, Sergio Reis, mas já pensando na segunda etapa, que era a campanha eleitoral, já que não podia fazer campanha antes do período eleitoral. Quando todos estavam com a música na cabeça e assobiando toda hora, entrou a letra nova com a mesma melodia: “Marcelo sou eu, Marcelo é você, Marcelo é PMDB”.

Nesta mesma eleição, 1986, Totó Câmara foi candidato ao Senado e contratamos uma agência para fazer as peças do nosso candidato ao Senado, que o slogan foi discutido e escolhido pelo governador da época, Ramez Tebet. “Um filho seu não foge a luta” caiu bem com a luta que travaríamos com o rei do voto da época, Wilson Martins. Totó teve quase 120 mil votos com o jingle “Pra Brasília vai Totó”.

Veio a eleição de prefeito de 1988 e a parada aqui sabíamos que seria difícil, pois iríamos enfrentar um deputado federal, o José Elias que já tinha sido prefeito dos bons e candidato a governador do estado, perdendo a eleição por apenas 20 mil votos.
No inicio poucos acreditavam em nossa vitória, pois no inicio da campanha, as pesquisas mostravam que o José Elias tinha 64% e eu apenas 4%. No final ganhamos por 41 votos de diferença. Trabalhei tanto, que nos últimos dias eu estava com baixa resistência. Eu e meus companheiros tínhamos pegado até sarna. Mas uma das razões desta vitória foi o jingle criado pelo João Carlos Maciel e a Ana Leonor, filha do João Leite Shimidt.

Quando recebi a cópia da musica trazida pelo Doutor George Takimoto e Roberto Djalma Barros, não acreditava que poderia influenciar tanto uma cidade, como depois aconteceu.

Os próprios adversários confessaram mais tarde, que tomando banho, se viam cantando o refrão “por isso eu vou votar no Braz”.

Hoje, vinte e um anos após, muitos ao me verem, antes de me cumprimentar pelo nome, cantam o jingle. Velhos ou novos com vinte e poucos anos.

E o João Carlos que trabalhava na Enersul e era líder do Conjunto Zutrik, ao abrilhantar um baile no Indaiá me fez passar uma vergonha danada. Eu já era prefeito e estávamos todos dançando, quando ele começou a apresentar as musicas de todos os países e lugares. Apresentou a música da Argentina e tocou um tango. Do México tocou Adelita, da Espanha tocou Granada. Da França, La Vie em Rose. E assim foi tocando as musicas de diversos lugares. No final ele me saiu com essa. De Dourados a musica que mais está fazendo sucesso é essa: “Eu vou votar no Braz... Braz, Braz, Braz...Quem não fez até agora, não consegue fazer mais...Por isso eu vou votar no Braz”. E o José Elias, como bom pé de valsa que é, estava dançando com a Dona Adenil. Eu não sabia onde enfiava a cara.

Este artigo dedico ao João Carlos Maciel, um dos autores desse jingle, falecido sábado passado, pois sua musica, além de ter ficado na memória de muitos, até hoje todos que mexem com política a conhecem, cantam ou gostariam de ter inspiração para fazer uma parecida.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

LUSITANO ATÉ O FIM

Isaac Duarte de Barros Junior*

Quase na metade da ultima década do século dezenove em território lusitano, acompanhando a costumeira madorna portuguesa transcorria tranqüilamente o ano de 1892. Nesse ano, em Olhão na região do Algarve, nascia o menino João Cândido da Câmara. Seu pai, também de nome João, era o chefe alfandegário do porto da praieira cidade de Fuzeta, uma das doze aldeias históricas existentes em Portugal. Esse lusíada, bom chefe de família, foi um militar culto e politizado, qualidades que o diferenciavam dos homens do seu tempo. Espelhando-se nele, o moço João Cândido da Câmara completou os seus estudos secundários em um liceu na cidade de Faro, ex-Vila de Ossónoba, fundada no período pré-romano. Aos 18 anos, o jovem de espírito aventureiro decidiu imigrar para o Brasil, embarcando num navio cargueiro em 1911. Desembarcou na América do Sul aos 19 anos, percorrendo as plagas frias da Argentina, até empregar-se no comércio da vizinha cidade de Corumbá em terras brasileiras, de onde se mudaria um ano depois, desta vez para residir no município da Ponta Porã do velho Mato Grosso.

Passados aproximadamente três anos de vivencia nessa fronteira inóspita, o português João Cândido da Câmara recomeçou sua senda de trabalho, desta feita comerciando com secos e molhados, na cidade de Entre Rios (Rio Brilhante). Esforçado e, econômico, ganhou dinheiro no ramo escolhido. Casou em 1926 com Maria Rosa Antunes da Silveira e resolveu novamente mudar de cidade, escolhendo a pequena Dourados. Aqui, o casal teve seis filhos: Umbelina, a “sinhá”, João, o “totó”, Sócrates, Maria da Luz, Magdalena e José. Dessa tradicional destacada prole familiar, João Totó seria vereador, prefeito, deputado federal e atualmente é conselheiro aposentado do Tribunal de Contas. Sócrates se elegeria prefeito de Fátima do Sul e o genro Aniz Rasslan se tornaria prefeito de Glória de Dourados. Na época, que data muito próximo de sua chegada a Dourados, valendo-se da sua aprimorada escolaridade, o literato lusitano habilitou-se ao exercício do Tabelionato, função que desempenhou brevemente, todavia austero e devotado.

Rompendo com as oligarquias da velha república, conhecida como a do “café com leite”, Getulio Vargas despontaria na crista de uma revolução vitoriosa em outubro de 1930. Dentre as reformas propostas pelo novo primeiro mandatário da nação, estavam as novas diretrizes nos cargos públicos. Propuseram que essas funções, entre elas as cartoriais dos particulares, somente poderiam ser ocupadas por titulares brasileiros e pelos estrangeiros naturalizados. Fiel as suas origens, João da Câmara perdeu o cargo de tabelião, preferindo continuar um português com certeza. Ligado ao partido trabalhista brasileiro, votava regularmente, apesar de ser estrangeiro e impedido de se candidatar a cargos eletivos. Foi amigo de confiança do general Filinto Muller, a quem recebia em sua residência. Incluiu no rol dessas amizades, próceres políticos como o coronel Ramiro Noronha, primeiro interventor do Território Federal de Ponta Porã. Estava presente entre os fundadores da Associação Comercial e Industrial de Dourados, entidade que depois presidiu. Vale ressaltar, o pioneiro João da Câmara elaborou com seu punho a redação da primeira ata histórica daquela associação que representa os interesses do nosso meio empresarial local.

Particularmente, guardo na memória, pedaços da antiga paisagem urbana douradense e destaco dessas reminiscências dos meus tempos de criança, o velho casarão dos Câmara. Tratava-se de um prédio erguido com madeiras de primeira, onde ficava o bar e restaurante denominado “gaiato”. Uma parte desse enorme quarteirão, o velho português dividia com o átrio da igreja católica Nossa Senhora da Conceição. Um desses lados confrontava-se com a Praça Antonio João, cortados pelas Ruas Minas Gerais e Marcelino Pires. Num anexo, da bodega do “seu” João Câmara, havia um salão de bilhar, point dos douradenses e forasteiros. Esse lugar serviu de palco ocasional para um famoso homicídio, que seria comentado durante muitos anos nos cochichos das matronas tomadeiras de mate. João Câmara, vale Lembrar, foi sócio comercial do cunhado José Ramos Nobre, marido de sua única irmã Maria Magdalena Câmara Nobre, casal que emigrou de Portugal em 1936, poucos anos antes de eclodir a II guerra mundial no continente europeu.

Seus ternos de linho, com lenços brancos no bolso do paletó, emprestavam-lhe um ar de gentleman europeu. Na sua fala cortez e macia, adicionava uma gentileza impar. Eu, embora bem menino, nunca esqueci um gesto afável que ele tinha, ofertando em sua hospitaleira casa, deliciosas azeitonas pretas que mandava retirar de um enorme recipiente, contendo o produto importado de sua Portugal. As servia aos amigos, ofertando-as misturadas com queijo fresco, servindo-as num grande prato comprido. Nessa residência, os cardápios sempre foram escolhidos e temperados, de acordo com saborosos pratos da “santa terrinha” como ele costumava comentar. Incluí o portuga, entre as pessoas marcantes que viveram na Dourados antiga, confidenciei ao colega da minha turma do curso de direito, o Dr. José Câmara. Dentre as nossas ruas que emprestam nomes de pessoas ilustres, numa se destaca o nome do português João Cândido da Câmara.

*advogado criminalista, jornalista.
e-mail: isane_isane@hotmail.com

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O Ilustre Douradense Ausente

Braz Melo (*)
Dourados é uma cidade especial, que além de receber de braços abertos todos aqueles que a escolheram para ser sua nova terra, também foi e é uma cidade que oferece oportunidades para as pessoas virem para cá, aprenderem e repassarem seu aprendizado em outros lugares.
Foi assim com o atual prefeito de Presidente Prudente, Milton Melo, o Tupã, que residiu em Dourados e foi engenheiro da SANESUL por um período. Foi para Prudente trabalhar na prefeitura de lá, virou secretário de obras e hoje é prefeito daquela grande cidade paulista.
Outro que orgulhamos de ter vivido aqui é o médico Paulo Roberto Teixeira. Filho do “Seu” Paulo, antigo contador de nossa cidade e que hoje é uma das maiores autoridades mundiais em tratamento de AIDS. É consultor do Programa das Nações Unidas para AIDS, da Organização Mundial da Saúde e membro do Comitê Internacional para AIDS e Governabilidade na África.
O douradense Daoud Nasser é médico cirurgião geral e um dos mais experientes médicos em cirurgia gástrica da América do Sul. Já realizou mais de 3.000 operações de redução de estômago por diversas técnicas e tem sua clinica em Maringá.
Outro que passou por aqui é o atual Ministro do Tribunal Superior do Trabalho Guilherme Augusto Caputo Bastos, que foi juiz presidente da 2ª Junta de Conciliação e Julgamento de Dourados, em 1991. Junto com sua esposa Claudia, deixou saudades quando foram para Cuiabá e depois para Brasília. Hoje ocupa um dos maiores cargos da carreira que escolheu seguir.
Na área do Judiciário foram diversos os Juízes e Desembargadores que passaram por nossa cidade e que seria difícil enumerá-los, porém arrisco lembrar alguns, como os Drs. Remulo Leteriello, José Goulart Quirino, Aleixo Paraguassu, Paulo Alfeu Puccinelli, Josué de Oliveira, Dorival Moreira dos Santos, Paulo Bucker, Davi Rosa Barbosa, João Astolfi, Jorge Siufi, Ademar Pereira e tantos outros. Isso para relacionar os que aqui moraram e se mudaram daqui. São todos ilustres douradenses ausentes.
Também devemos prestar nossas homenagens àqueles que administraram Dourados, como o João Augusto Capilé Junior, o Sinjão Capilé que foi prefeito na década de 40 e que hoje reside em Cuiabá, assim como o Antonio Moraes dos Santos que foi prefeito na década de 50 e que hoje mora em Campo Grande.
No futebol então, são inúmeros jogadores que nasceram ou jogaram aqui e estão em lugares bem longe de nós. Antonio Carlos hoje é técnico de futebol, mas até hoje aplica suas economias em nossa cidade. Tem o Lucas do Manchester e da seleção brasileira, o Keirrison que é do Benfica de Portugal, Alex Dias, que jogou até pouco tempo no meu Fluminense. Dario Alves joga no FC Fehérvar da Hungria, Alex Cruz no Flamengo, Yuri no Santos, Dieguinho no Fluminense, Adriano Alves no Goiás, Diego Rosa no Juventude, Marinho no Guarani, Alex Sandro no Paisandu, Bruno no Hai Phong do Vietnã, Gilton no Albirex Nigata do Japão e Thiaguinho no Gama de Brasília.
No Futsal temos o Euller e o Babalu, que joga na Itália e foi recentemente convocado para a seleção Italiana de Futsal. (www.ledaesportes.com.br).
No cinema temos o Joel Pizzini, que por seu trabalho é reconhecido internacionalmente e na música o José Rico da famosa dupla com Milionário, que por muito tempo esteve aqui fazendo suas serenatas.
Tem o Julio Capilé que toda semana nos brinda com suas crônicas pelos jornais e que reside em Brasília, assim como diversas outras personalidades que no momento me foge a lembrança, mas que também serão importantes participarem desta seleta lista.
Quem sabe a sociedade douradense convide-os para um grande jantar, onde todos eles seriam homenageados pelos serviços prestados em nosso município e também por terem levado o nome de Dourados a outros rincões.
O aniversario da cidade seria uma época propicia para este evento, pois a grande maioria estaria de férias.
A Câmara poderia até fazer uma comenda para esta festividade e com o apoio da Prefeitura oferecer a arrecadação do evento à construção do Hospital do Câncer de Dourados.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O Xodozinho

Braz Melo (*)

No inicio do meu primeiro mandato iniciei uma obra que complementava uma destas obras que marcaram as administrações de nossa cidade.
Na semana passada, falei sobre os lagos e as obras de drenagem do José Elias Moreira. Hoje falo das galerias de águas pluviais que o João Totó da Câmara fez no centro da cidade e que despejava as águas na Rua Cuiabá, entre as Ruas João Rosa Góes e Firmino Vieira de Matos. Esta bacia recebe as águas entre as Ruas Floriano Peixoto e Hayel Bom Faker, vindas desde a Rua Monte Alegre. Chegava ali, na Rua da Liberdade, se não me engano oito tubos de 1200 milímetros. E teve de ser feito uma caixa de dissipação imensa para diminuir a força da água, antes de chegar ao Córrego Rego D’água. Mesmo assim, em virtude da grande quantidade de água, cem metros abaixo já voltava a fazer estrago. A continuação daquela grande obra do Totó logo foi apelidada de Xodozinho, apelido dado pelo meu Secretário de Comunicações da época Valfrido Silva e Harrison de Figueiredo, Secretario de Administração.
Porque Xodozinho? Por que eu não saia dali. Ia cedo, de tarde e de noitinha ver o andamento da obra. Uma obra dessa natureza é como um novo amor, um filho que a gente vai vendo crescer. Na época era meu xodó. Depois vieram outros, porém ninguém esquece o primeiro amor.
Havia disputado uma eleição muito apertada com o José Elias e feito compromisso com os moradores à jusante daquele ponto que iria resolver aquele problema sério, que era a erosão que causava aos bairros Jardim Londrina, Vila Hilda e chácaras abaixo.
Tinha uma senhora, Dona Maria, moradora da Rua Montese no Jardim Londrina, que na campanha eleitoral quase me expulsou de sua casa, quando eu falei que iria resolver aquele problema. A erosão tangenciava sua residência e quando chovia mais um pouco do normal, ela não tinha condições de dormir em casa, com medo das águas levarem sua casa e sua vida. Ela era descrente de todos, principalmente dos políticos. Tinha também um dos Areco que sofria do mesmo mal. Para mim, era compromisso de honra resolver aquele problema.
Naquela época era tudo feito com recursos próprios e não tinham inventado esta parceria entre Governos Federal, Estadual e Município. E o meu primeiro ano foi de organização, porém esta obra iniciou ainda no primeiro trimestre. Fiz um convênio com o Sindicato da Construção Civil e eles contratavam os operários necessários para tocarmos esta obra. Feita com pedras de mão e rejuntada de cimento, depois de feita, virou outra coisa. Tem cara de progresso.
Mais tarde consegui do DNOS uma maquina Clamb Sheld (grande retro-escavadeira) e fizemos a retificação do Córrego Rego D’água desde a rodovia BR-463 até as portas da feira livre, na Rua Cuiabá. Foi uma senhora obra. Na segunda administração consegui um recurso para leva-la até a Rua Leônidas Além, interligando à BR-463, através do BNH- Quarto Plano. Os ambientalistas entraram com uma ação, impedindo que concretizássemos mais uma saída da cidade. Até hoje não entendi o porquê.
Esta obra foi de uma importância tão grande, pois a partir daí tivemos condições de fazer as travessias dos Bairros Jardim Londrina com a Vila Rigotti, da Vila Hilda com o Jardim Água Boa e do Jardim Itália ao Jardim Água Boa, na antiga W-9.
Dourados passava a ser uma cidade interligada em diversos pontos. As pessoas da região do Jardim Itália não precisavam mais subir até a Rua Monte Castelo para irem até o Jardim Água Boa. Os estudantes da Escola Estadual Antonia Silveira Capilé que moravam no Jardim Londrina ficaram muito mais perto de sua escola. Economizavam diariamente mais de três quilômetros de caminhada.
Neste lugar, que na época era inviável morar, hoje estão instalados diversos órgãos, como o Ministério do Trabalho, O Ministério Publico Estadual (Prédio Jose Cerveira), o Centro Homeopático, o Cartório Eleitoral e o SENAC.
A Dona Maria, o Areco, assim como toda a população daqueles bairros puderam, a partir dessa obra, dormir em paz.

(*) Engenheiro civil e ex-prefeito http://estoriasdedourados.blogspot.com/

terça-feira, 10 de novembro de 2009

MAGISTRADO CYRO MELLO

Isaac Duarte de Barros Junior*

Quando falamos a respeito de soberania nacional em nossas fronteiras, principalmente nas fronteiras divisórias do Mato Grosso, devemos nos lembrar que elas nos foram asseguradas pelos guerreiros sulinos, cavaleiros rústicos do século dezenove. Muitas foram essas nossas páginas épicas, escritas nos anais da história pós-guerra do Paraguai. E todos esses fatos ganham vida novamente, quando em pensamentos cavalgamos nas ancas das lembranças no lombo de cavalos relinchando nas estradas de pó vermelho, tempos que eram montados por indômitos gaúchos guerreiros de lança.
Centenas desses rio-grandenses, passada á luta fratricida, retornariam pilchados nestas paragens. Lugar, onde fardados foram aliados dos índios guaicurus, cavalgando juntos nas batalhas da tríplice aliança. Afinal, foi neste solo, que eles travaram sangrentas lutas com os paraguaios de Francisco Solano Lopes. Alguns deles, como o coronel João de Oliveira Mello, resolveu ficar no sul depois da guerra. Porém, falava tão entusiasmado destas plagas férteis com matas densas, que seu filho Cyro Silveira de Mello, nascido no ano de 1884 em Cruz Alta, se interessou por conhecê-las. Cyro Mello tinha treze irmãos, destacamos alguns: Alonso (bispo católico), Raul (general de exército), Tupy (médico) e Mário (advogado).
Aos dezoito anos, Cyro Mello foi morar na capital gaúcha, arrumando serviço numa tipografia. Em seguida, se alistaria num batalhão do exército brasileiro, que se deslocou de Porto Alegre para a região norte do Brasil. Em 1902, estava sob o comando do general José Plácido de Castro, quando este militar expulsou os bolivianos instalados nas divisas da amazônia, retomando na força o Território Federal do Acre. Contraindo a febre beribéri que grassava no norte, doença provocada por um terrível mosquito, Cyro Mello terminou sendo hospitalizado. Posteriormente, licenciado das tropas beligerantes, embarcou de volta para o Rio Grande do Sul, onde aportou pelo mar, sendo recebido como herói na sua terra natal. Seu pai, primeiro intendente (prefeito) de Cruz Alta, havia comprado mercadorias e uma junta mansa de bois carreteiros, incentivando-o a conhecer nossa região em fase de povoamento.
Cyro Mello, moço cheio de vigor, deixou a cidade de Cruz Alta nos pampas sulinos em 1905. Passou por Palmas e Guarapuava, entre outras cidades do Paraná, seguindo estradas rumo do sertão. Por uma delas, atravessou os Rios Iguaçu e Paraná. Chegando ao Vale do Ivinhema depois de meses, concluiu sua longa viagem em 1906 instalando-se em Ponta Porã, promissora cidade mato-grossense. Em 1908, conheceu a jovem Laudemira Coutinho da Rocha, argentina de 16 anos, com quem se casou naquele mesmo ano. Após o matrimonio, foi morar na zona rural pontaporanense num lugar chamado Capão Rico. Cultivou cereal e tornou-se próspero criador de gado.
No ano de 1910, mudou-se para a fazenda Passo dos Dourados, onde criava cavalos e ainda trabalhava como balseiro na travessia de pessoas no Rio Dourados. Naquele mesmo ano, retornaria a Ponta Porã, criando gado na fazenda Ramalhete. Em 1913, atendendo um convite formulado pelo coronel Baltazar Saldanha, exerceu o cargo de secretário geral desse prefeito. Criada a Comarca de Ponta Porã, foi nomeado Promotor Público, já que o interventor (governador) tinha poderes de nomear pessoas para essa função. Usando das mesmas atribuições, outro interventor nomeou Cyro Mello, Juiz de Entre Rios (Rio Brilhante), em 1932. Esse gaúcho era um homem culto, lia e relia livros, assim como os jornais do país e do exterior. Acima de tudo, Cyro Mello foi espírita convicto, seguidor fiel dos ensinamentos do francês Alan Kardec.
Retornando ao município Dourados no ano de 1934, o veterano Cyro Mello, ex-professor ambulante, boticário homeopático, guarda livros (contador) e farmacêutico, passou a se interessar por política partidária. Submetendo seu nome ao crivo das urnas em 1936 pelo Partido Evolucionista, elegeu-se membro do Conselho Municipal e nessa legislatura exerceu as funções de secretário da mesa diretora. Voltou a ser reeleito, desta vez como vereador pelo município de Dourados, no ano de 1946. Porém, com a promulgação da nova Constituição Federal, aboliu-se a nomenclatura “Conselho Municipal”. Assim, ao invés da denominação de “conselhereiro” para seu titular, o cargo destinado aos eleitos passou a ser chamado de vereador, como agora é conhecido.
O gaúcho Cyro Silveira de Mello, homem talentoso acreditava no desenvolvimento progressista, falecendo em Dourados aos setenta e sete anos, em abril de 1962. Foi sepultado no cemitério Santo Antonio, no mesmo em que repousa a maioria de outros pioneiros douradenses. Nesse local, seus restos terrenos, descansam na paz espiritual da última morada. Para homenagear o patriarca dessa família antiga, entre as poucas centenárias desta cidade, seu nome foi imortalizado numa das nossas ruas mais conhecidas...
*advogado criminalista, jornalista.
e-mail: isane_isane@hotmail.com

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

ESTROPÍCIOS...

Isaac Duarte de Barros Junior*
Quando os nossos primeiros migrantes, tipificados pelos historiadores como desbravadores iniciais, ainda davam diversos apelidos para esta cidade, alguns de modo independente batizaram o nascente promissor vilarejo, alcunhando-o de “patrimônio” ou com nomes de santos do catolicismo. Depois, deram outros apelidos, só que estes em homenagem aos peixes e as matas existentes. Nos seus círculos de amizades, cada qual, chamava a nossa futura cidade de Dourados, da maneira que melhor lhe conviesse e dependendo dos vizinhos, pioneiros que iam chegando, transmitiam o nome adotado na localidade.
Os moradores de Entre Rios (município de Rio Brilhante), terra natal da escritora Ercília Pompeu, chamaram o povoado de Dourados, quando ainda era um aglomerado de pessoas vivendo em ranchos cobertos com sapé, de “Vila das Três Padroeiras”. Marcelino Pires, dizem, ergueu uma enorme cruz de madeira e impôs ao vilarejo o nome de “São João dos Dourados’’. Enquanto que Joaquim Teixeira Alves queria fazer prosperar a denominação destas terras, como as “Matas dos Dourados”. Porém, nenhuma dessas designações historicamente emplacou, exceto aquela que conservou o nome do peixe rei da água doce, nadador no rio do mesmo nome.
O “patrimônio”, de muitos apelidos engraçados, mudava de alcunha dependendo da aceitação ou não dos boiadeiros, porque era essa gente transportando gado a cavalo, quem espalhava os muitos nomes batizados nestas paragens. Foi o caso da “cabeceira alegre”, nome de um pouso das boiadas, que pertenceu ao violeiro Getulio Benevides. Bem como o pouso “curral de arame”, do fazendeiro Antenor Martins. Muitos desses apelidos desapareceram com as mortes dos seus donos, para o desgosto de descendentes desses pioneiros. A esses apelidos, juntaram-se outras tolices, pois hoje temos historiadores desinformados, jurando que o fazendeiro Marcelino Pires, mandou matar seu vizinho Joaquim Teixeira Alves. Como criminalista, dou risadas, porque nunca vi defunto mandar assassinar a ninguém. Documentalmente, depondo lucidamente, Salustiano Carneiro Alves, Filho do capitão Joaquim, esclareceu essa página funesta, dizendo que seu pai foi assassinado em 1920. Ora, Marcelino Pires, o suposto mandante, morreu em 06 de julho de 1915.
Outro estropício, criado por falta de assessoria no Legislativo Municipal, temos como seu autor, um vereador douradense que apresentou e fez aprovar o projeto de lei, inventando um brasão com os dizeres: “Dourados, terra de Antonio João”. Ora, o tenente Antonio João Ribeiro, herói brasileiro, resistiu à invasão paraguaia na antiga Colônia Penzo (no município de Antonio João) e nunca esteve aqui na redondeza e sequer visitou a povoação de Dourados. Que, aliás, nessa época nem existia. Acontece, que o “Forte dos Dourados” era um destacamento militar erguido e queimado pelos paraguaios, a muitas léguas de distancia daqui. Acrescentamos, nestas modestas críticas, a teimosa estupidez da permanência das placas indicativas na Rua Izidoro Pedroso, nome trocado de um pioneiro que foi colocado naquela via erroneamente, porque o tal do Izidoro Pedroso nunca existiu. Agora nessa rua, existe o nome quem não existiu, exceto nas veneras que colocaram, e isto até o município resolver através de algum prefeito mais atencioso, reparar esse ridículo erro do Executivo Municipal.
Todavia, em pleno século vinte e um, os disparates ainda prosseguem normalmente pela urbe, o que ocasionará no futuro, quando a cidade for bem maior, sérias complicações. Principalmente, se continuarem usando tantos nomes errados em se tratando de monumentos, logradouros, ruas e praças públicas. Porque, existe oficialmente em Dourados: o Monumento ao Colono, ao contrário de a “mão do Brás”; Praça Pedro Rigotti e não “redondo da água boa”; Praça Walter Guaritá Marquez, diferente da denominação “praça da bandeira”; E a Rua Coronel Ponciano, jamais foi a “rua do cemitério”. Embora, atualmente, esteja com grandes possibilidades de ficar conhecida como a “rua dos buracos”. Finalmente, é errado chamar a Rodovia Antonio Moreno, de “rodovia do lixão”.
Sei que a antiga ”cidade modelo” do INCRA, repentinamente mais populosa, virou terra de supostos quilombolas. E embora cheia de espaços, na margem das suas rodovias estaduais, bem próximas do centro administrativo municipal, surgem favelas porcalhonas esparramando lixo, com crianças humildes, filhos dos moradores, morrendo atropeladas por caminhoneiros. O nosso Distrito Industrial, desrespeitosamente, exala odor de fezes, carniças e sabe-se lá de mais o que, desafiando o olfato da população e a Secretaria Municipal de Saúde. Desunida, a classe política faz alianças alienígenas, enquanto modernos blogs, informativos virtuais, se alimentam de opiniões medíocres, feitas com empáfia por internautas recalcados. Desprovidos de cultura, muitos confundem a arte de se comunicar, agredindo as autoridades com palavreados chulos e grosseiros. Inclui-se nesse besteirol anônimo, o que a “manezada” pensa respeito dos jornalistas e da imprensa tradicional...

*advogado criminalista, jornalista.
e-mail: isane_isane@hotmail.com

Obras Marcantes

Braz Melo (*)

Existem obras importantes que ajudam a resolver os problemas das cidades. Para que isso aconteça, o prefeito deve se cercar e ir atrás de empresas e pessoas que têm experiências das necessidades de sua cidade.
Na década de 70, ao assumir a Prefeitura de Dourados, o José Elias contratou o escritório do arquiteto Jaime Lerner, para fazer o primeiro Plano Diretor de nossa cidade. Até a pouco tempo, era a lei municipal que estabelecia diretrizes para a ocupação da cidade. E muitas das mudanças de nossa estrutura urbana, devemos a êle.
No inicio do novo século, na administração Tetila, foi feito um novo plano diretor, que hoje está em vigência.
Jaime Lerner não tinha entrado na politica ainda. Depois foi prefeito de Curitiba por duas vezes e governador do Estado do Paraná. Como prefeito ele revolucionou a cidade de Curitiba, transformando-a em um laboratório de experiências que encantou o Brasil e o mundo.
Quando o Jaime Lerner esteve em nossa cidade, o prefeito José Elias, convidou todos os engenheiros e arquitetos da cidade para participarem da explanação do arquiteto na Prefeitura. Eu participei da reunião e ele convenceu a todos os presentes das mudanças previstas em seu plano.
Foi aí que surgiu a ideia de diminuir a largura de nossas ruas que ainda não tinham asfalto, aumentando a extensão das calçadas. Calçadas que assim é chamada, quando o poder público quer que o proprietario seja o responsavel pelas benfeitorias e cuide dela.E quando quer que sirva aos orgãos públicos a chamam de passeio público. Como Dourados eram previsto as avenidas em todas vias paralelas à Avenida Presidente Vargas, fazendo esta mudança, seria feito o dobro do asfalto com o mesmo recurso.
Também foi nessa época que pensou-se pela primeira vez nas pessoas que usavam bicicletas para seu transporte. E as ciclovias já eram projetadas pelos passeios públicos.
Outra obra importante projetada nesta epoca foram os lagos dos parques Arnulfo Fioravante, na região da Rodoviaria e Antenor Martins, no Flórida. Estas obras foram projetadas para que as galerias de águas pluviais tivessem um local para serem despejadas, pois como nós não temos rios, teriamos uma tubulação muito maior em extensão e diametro até chegarmos em algum local para fazer a descarga das águas a céu aberto.
O lago da rodoviaria recebe águas das chuvas da rua Hayel Bon Faker até ao Ubiratan, vindas desde a Rua Ponta Porã. É muita água.
Quer ver como tem água, vá no final da Rua Cuiabá, já chegando no lago, em dia de chuva forte e veja a célula construida pelo prefeito José Elias, para captar as águas à esquerda dessa bacia. Nesta célula cabe um caminhão dentro. Tive a oportunidade de fazer a complementação desse serviço, pois a água estava criando uma erosão enorme no fim da célula.
Imagina se não tivesse esse lago para funcionar como remanso. Já teria uma erosão maior do que teve em Gloria de Dourados do meu irmão José de Azevedo, que ao ve-la de avião, o Ministro Rangel Reis disse que era mais barato mudar a cidade de lugar do que tapar aquela erosão.
Meses atrás, ao encontrar com o prefeito Ari Artuzi na ACED, o lembrei, que aproveitando os recursos que ele conseguiu para drenagens e galerias pluviais, para que ele fizesse o que o Jaime Lerner bolou há trinta e poucos anos e que para o resto da vida, os douradenses vão lembrar do prefeito José Elias. Falei também que aproveitasse a oportunidade ao conseguir este recurso e construisse o Parque Ecológico do Parque das Nações, entre os bairros João Paulo ll, Jardim Marcia, Vila Guaraní, Parque das Nações l e rodovia BR-163. Gastaria menos dinheiro com galerias, teria um local para receber toda a água desde o Ubiratan até o Potreirito e daria de presente àqueles moradores uma área de lazer especial. Um novo parque na cidade. Quem fizer será lembrado por muito tempo.