quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Douradenses Adotados

Prosseguindo na minha caminhada pelas ruas douradenses de antigamente, ao dobrar a esquina do passado revejo pelo olhar das recordações o nosso antigo perímetro urbano, quando o paisagismo quase bucólico era formado por velhas casas de madeira. Saudosista, relembro das pessoas marcantes e logo surge na poeira do tempo o gaúcho Artidor Lima. Esquisito como seu nome, o sulino morava próximo da prefeitura, após ter vendido suas terras na colônia federal.

Trabalhista de ‘cruz na testa’, partidariamente admirava o presidente Getulio Vargas, João Goulart e Alberto Pasqualini, político da sua cidade de Canoas. Como brizolista de primeira hora, foi um dos fundadores do PDT. Na revolução de 1964, fez companhia para o ex-deputado federal João da Câmara, Dr. Harrison Figueiredo, Raphael Bianchi e outros militantes políticos do PTB recolhidos na cadeia velha da avenida central que leva o nome do caudilho de São Borja. Sua bela filha Alba Terezinha Lima, foi eleita miss Mato Grosso. Getulio Lima, outro de seus filhos, imortalizou a voz num famoso disco de vinil chamado “os melhores da música jovem matogrossense”.

Dentre esses inesquecíveis moradores urbanos que tivemos, também fez parte daquele cenário puro, o obeso Walter baiano. Conhecido vendedor de bilhetes da loteria federal, usava calças de linho branco cintura alta, com quatro dedos acima do umbigo. Sempre impecável na vestimenta, vaidoso e afável, circulava pela cidade com uma pasta debaixo do braço abarrotada de jogos da sorte, que oferecia a passantes. Sua parada referencial era uma loja de nome “a agrícola”, estabelecimento comercial de ferragens do Alberto Perdomo. Ás vezes, o nordestino simplório, rondava pela calçada dos “marreteiros” na frente do Bar Lucchesi em frente o cine ouro verde. Construiu sua residência de madeiras na Rua Rio Grande do Sul (atual Weimar G. Torres) e depois da sua morte lá funcionou o bar “bye bye Brasil”, uma chopperia com o som ao vivo, propriedade do violeiro Nildo Pacito.Recentemente esse antigo casarão, construído pelo carpinteiro Francisco Claro nos anos cinquenta, foi demolido.

Nessa pequena leva de gente antiga, o pioneiro Pedro tintureiro, um ex-jogador do operário, time de futebol que o deputado Londres Machado foi goleiro, lavava e passava ternos. Buscando e entregando as roupas no domicílio do freguês, estava sempre de bom humor. Sendo ouvinte da rádio clube de Dourados, ele sempre sabia dos últimos acontecimentos. Embora eu fosse locutor policial da emissora, um dia ele me surpreendeu contando que a dona Geni Milan, naquela tarde havia trocado uns socos com o médico Dr. Áureo Garcia Ribeiro, num desentendimento na formação da nova diretoria do clube social. Nessa ocasião, quase houve um tiroteio, porque essa temida senhora assassinada posteriormente no bar bambu local, sempre portava seu revólver municiado, geralmente na bolsa. Mas, passado o desentendimento entre os sócios de ânimos exaltados, o jovem Walter Brandão da Silva, foi eleito presidente por aclamação e as duas chapas concorrentes fizeram as pazes realizando um grande baile.

Entre esses pioneiros honestos aqui residentes daquela época, figuram milhares de anônimos trabalhadores entre os forasteiros aportados em Dourados para viver e morrer. Eles eram homens e mulheres idealistas, que foram embora levando as passagens boas do século vinte. Formados na universidade da vida, não sufragavam votos em aventureiros analfabetos, com discurso suspeito de apologia a pobreza. Diferente, no sistema de se inteirar a respeito do processo eleitoral, os candidatos a prefeito e vereadores eram analisados pelas suas condutas passadas e presentes, entre os eleitores do passado. Não existia voto comprado e analfabetos possuíam o acomedimento de se manterem calados, nunca se candidatando na escolha. Votar em alguém, somente pelo fato de ser um candidato evangélico, estava fora de qualquer cogitação. Assim, em memória deles, chega de trapaças Sr. Ari Valdecir Artuzi, e, por favor... renuncie seu mandato se lhe resta um pingo de vergonha na cara!





Isaac Duarte de Barros Junior*
*advogado criminalista, jornalista.
e-mail: isane_isane@hotmail.com

sábado, 10 de julho de 2010

O LIBANÊS IZZAT BUSSUAN

Isaac Duarte de Barros Junior*
O poeta Kahlil Gibran, nascido em 1883, dizia que “trabalho é o amor tornado visível”. E sem dúvida o seu conterrâneo, um emigrante de nome Izzat Bussuan, era daqueles homens árabes labutadores que amou ser comerciante e se condoia ao ver o sofrimento dos necessitados. Esse douradense adotado na metade do século vinte nasceu em 1908 na cidade de Sagbine no Líbano, concluindo seus estudos do curso secundário em 1928. Depois disso, já como professor, lecionou inglês e matemática no Colégio do Sagrado Coração de Jesus em Beirute. Em 1930, morando na Palestina, trabalhou alguns anos numa companhia de importação e exportação. Emigrando para o Brasil, em 1935 foi viver na pequena cidade matogrossense de Porto Murtinho, onde começou a trabalhar como comerciante de tecidos e armarinhos. No ano de 1942, casou-se em Aquidauana com a jovem Afife Maksoud e finalmente veio residir em Dourados em 1953. Nasceram desse matrimonio o médico Luiz Antonio M. Bussuan e o arquiteto William Geraldo M. Bussuan.
Vivendo quarenta e nove anos nas terras brasileiras, destes, trinta e um Izzat Bussuan dedicou ao social em Dourados. Desportista entusiasta participou da fundação do Operário Esporte Clube, agremiação futebolística que presidiu por duas vezes. Em 1955, foi membro fundador do Asilo de Velhos, construindo no cargo de presidente, o primeiro pavilhão destinado a abrigar aos dez anciões inaugurantes. Nesse mesmo ano, foi eleito presidente da Associação Comercial douradense, cargo para o qual se reelegeu três vezes consecutivamente. Na ocasião, Izzat Bussuan formou uma comissão, que bem organizada, esteve no Rio de Janeiro reivindicando, conseguindo meritoriamente com a ajuda daqueles entusiastas comerciantes desse período, a abertura de uma Agencia do Banco do Brasil na cidade em fase de crescimento.
Sendo um dos fundadores da Loja Maçônica Antonio João, durante uma gestão a presidiu. Em 1956, estava entre os fundadores do Lions Clube douradense, clube que foi presidente seis vezes, além de ser eleito vice-governador leonistico distrital. Sob sua presidência, realizaram-se diversas reuniões congregando altas Autoridades federais, estaduais e municipais, objetivando nelas debater e solucionar problemas do desenvolvimento na região da grande Dourados. Ainda presidindo esse prestigioso clube internacional de serviços, na sua gestão foi fundada a Casa da Criança Desamparada e a atual Escola “Weimar Torres”.
Onde hoje está localizada a Praça “Prefeito Ruy Gomes”, no primeiro residencial de casas populares douradense, esse bom samaritano, liderou uma campanha beneficente que culminou com a instalação de um parque infantil no local. E mesmo podendo ter a nacionalidade brasileira, nunca se interessou em requerê-la, embora houvesse vivido a maior parte de sua existência no Brasil. Gostava de falar o árabe diariamente, jamais perdendo seu carregado sotaque das origens. Lembro-me, dentre as muitas recordações da infância, que o comerciante Izzat Bussuan em se tratando de falar do sábado, costumava expressar esse dia da semana, referindo-se a ele como sabádo. “Seu” Izzat tinha uma aparência tranqüila e costumava vestir-se elegantemente no cotidiano, possuindo como pessoa afável, o respeito carinhoso dos seus compatriotas desta cidade e região.
Nessa trajetória de pessoa ativa, bastante preocupada com os pobres carentes, Izzat Bussuan destacava-se, recebendo em função disso, diversas condecorações. Em 1980, foi agraciado pela Câmara Municipal com o titulo de “Cidadão Douradense”, honraria que lhe emocionou. Finalmente, por ser um cidadão benemérito, com inestimáveis serviços prestados a comunidade local, quando faleceu em Campo Grande em 1984, foi decretado luto oficial no município de Dourados por iniciativa do prefeito da época. E seu nome, como o de outros pioneiros, através de lei municipal, foi imortalizado em uma das muitas ruas douradenses.


*advogado criminalista, jornalista.
e-mail: isane_isane@hotmail.com

domingo, 27 de junho de 2010

COPA DE 70

Isaac Duarte de Barros Junior*
Na copa de 1970, a direção da Radio Clube de Dourados, resolveu retransmitir os jogos de futebol daquela copa do mundo realizada no México. Nessa época, sem ter a concorrência da televisão, o radialista Jorge Antonio Salomão, mandou seu funcionário Ermelindo Azevedo, o “pipoca”, instalar um serviço de alto falante na Praça Antonio João, o que foi feito. Assim, na era do rádio, os torcedores douradenses, puderam acompanhar pela única emissora existente na região, com retransmissões da rádio Tupi, o excelente desempenho da seleção canarinho. A rapaziada aproveitava a ocasião festiva para namorar na praça, onde ouviam as ondas sonoras da Rádio Clube. Vestidos elegantemente, os jovens Paulo Kamimoto, Miro Faker, José Paulo Teixeira, Omenélio Bueno e outros atletas do futebol local, eram muito assediados pelas moças.
No verde gramado bem cuidado, naqueles dias foi permitido concentrar, pisar, sentar e torcer pela seleção brasileira, para alegria dos vendedores ambulantes. O velho guarda do “jardim”, nome como era chamada a antiga praça central, recebeu ordens da municipalidade de a tudo isso permitir, durante a retransmissão dos jogos do Brasil. Todavia, educadamente, ninguém entre aqueles torcedores, jogava lixo fora dos latões recipientes, se embriagava ou consumia drogas. Nem havia seguranças, policiais civis e militares para vigiar a moçada, pois a pequena população era pacata e a violência urbana, se existia, era longe, nos distantes grandes centros. De bicicletas, sem ficarem acorrentadas, os moços se dirigiam para esse ponto de concentração no horário do jogo de futebol. Terminada a partida futebolística, todos retornavam para suas casas, que não eram rompidas por ladrões. E mesmo fazendo o trajeto a pé, nunca houve notícia de acontecer um pedestre sendo assaltado naqueles tempos.
A garotada, proibida de soltar os fogos, se contentava com as chamadas “bombinhas”, cujo tamanho do artefato, dependia da idade, para delas fazerem uso nesses folguedos. Afinal, havia um ponto de charretes nas proximidades e o estampido poderia espantar os animais, pangarés das carroças de aluguel estacionadas no outro quarteirão, na Rua Minas Gerais (atual João Candido Câmara). A casa Yonekura, onde se comprava os “foguetes”, só vendiam fogos recomendando cuidados para que estes não fossem soltos próximos de matagais, iniciando incêndios nos capinzais “barba de bode”, comuns por toda a cidade, onde predominavam casas de madeira na maioria das erguidas. Os rádios portáteis de pilha faziam sucesso e os de bateria com antenas enormes, começava a se expandir na zona rural, nas casas dos colonos. E foi através deles, que os brasileiros moradores no campo, acompanharam os jogos da copa naquele distante ano de 1970, ouvindo os gols feitos por Pelé e seus companheiros.
Quarenta anos depois, a cidade de Dourados mudou radicalmente, não sei dizer se foi para pior, ou melhor. Pois, a Praça Antonio João, nesta atual copa mundial, está fechada. Saindo de casa a noite, corremos o risco de assaltos e no retorno ao lar de se ter os objetos do interior da residência, furtados. Ao invés de usarem fogos de artifício, irresponsáveis disparam armas de grosso calibre pelas ruas. Pessoas, embriagadas, dirigindo veículos, depois das partidas futebolísticas, transitam em alta velocidade, estupidamente gritando pela cidade, atropelando as pessoas. O som que se ouve, é em decibéis próprios para os ouvidos dos imbecis e de surdos. Atletas namorando nas calçadas, nem mais pensar. E moças daquela época, agora são vovós preocupadas com netas que ainda não retornaram, porque foram pós-transmissões da televisão, assistir as barulhentas perigosas passeatas...

*advogado criminalista, jornalista.
e-mail: isane_isane@hotmail.com

sexta-feira, 18 de junho de 2010

NORDESTINOS PIONEIROS

Isaac Duarte de Barros Junior *
Quando os trabalhadores nordestinos pioneiros, incentivados pelo governo federal, principiaram a desembarcar nas matas da colônia de Dourados na metade dos anos quarenta, iniciava-se na era Vargas o ciclo da chegada dos futuros povoadores mais importantes dessa vasta região. Graças aos fortes primeiros nordestinos, retirantes esperançosos das cálidas terras brasileiras, em breve fundar-se-ia novos municípios, incorporando-os mais tarde ao mapa geográfico de Mato Grosso. Todavia, no período de desbravamento do cone sul, esses agricultores chegavam cabisbaixos, trôpegos e com os corpos cansados devido á percalços da viagem. Geralmente, essa jornada migratória era esquematizada no vizinho estado de São Paulo, concluindo a sua ultima pior etapa, na desconfortável carroceria de velhos caminhões fretados ou na “jardineira” do Adão Loureiro (atual Expresso Queiróz). Na época, essa hoje sólida empresa sul-matogrossense, tinha apenas um ônibus revestido de tábuas, com seu dono no volante, outro legendário nordestino.
Entretanto, nesses velhos idos, os trabalhadores apelidados de “cabeças chatas”, quando procedentes do Porto XV usavam os caminhões “pau de arara”, que certamente os conduziria aos solavancos pelos ermos estradões de terra, pois o asfalto nem se cogitava. Desse modo, só sendo passageiros procedentes de Campo Grande, então a rota da chegada pelos trilhos da Noroeste do Brasil, que esses nordestinos se deslocariam usando a “jardineira do Loureiro”, para concluir o difícil trajeto. Aproximando-se dos seus assentamentos na CAND, seguindo caminhos diferentes dos atuais, os nordestinos precursores, normalmente, também usavam pequenas carroças e charretes alugadas.
Essa tração animal ou as charretes de aluguel, como meio trivial urbano de locomoção, durante anos foram conduzidas pelos saudosos irmãos Libório entre outros inesquecíveis charreteiros, guiando-as na boléia. Servindo de primeiros “táxis” douradenses, os “charreteiros” atendiam solicitamente a telefonemas, funcionando como uma oferta antiquada de trabalho honrado. Estacionadas nos “pontos” instalados nas esquinas do centro douradense, essas charretes de aluguel, foram bastante usadas nas ruas lamacentas do século passado em dias de chuva torrencial. Mas, nos tempos de modernos coletivos, acabaram sendo ultrapassadas pelo progresso, desaparecendo de circulação nos anos oitenta. O primeiro e ultimo “ponto” de charretes, funcionou na Avenida Presidente Vargas, na confluência da Avenida Marcelino Pires.

A zona rural douradense, geograficamente destinada a CAND, na divisão original feita no município de Dourados, seria influenciada politicamente pelos nordestinos, quebrando o tradicional rodízio dos sulinos gaúchos e mineiros das alterosas no comando do Paço Municipal. O prefeito Antonio de Carvalho, nos anos quarenta, foi o primeiro desses nordestinos eleitos, embora fizesse oposição ao governo de Getulio Vargas. Seguindo-se a este alcaide, outros prefeitos douradenses figuram como políticos nordestinos de nascimento. Embora os migrantes gaúchos, tenham chegado no final do século dezenove em Dourados, os sulistas tornando-se fazendeiros, decidiram cuidar da economia e do desenvolvimento privado. Quanto aos “redutos” de nordestinos politizados, ao conseguirem ser desmembrados, ficando independentes do município de Dourados, logo surgiriam como municípios prósperos, assumindo seus dirigentes as rédeas da política estadual, através de seus descendentes e migrantes brasileiros adotados pelas suas respectivas cidades.
Sabedores da necessidade cultural para dirigir, os nordestinos lutaram pela implantação de universidades, ou enviaram seus filhos para completar os estudos em grandes centros. O interessante nessas comunidades exemplares, é que eles não se deixaram hipnotizar e nem permitiram que a desgraça tomasse forma de mando, outorgando a chefia de qualquer coisa para despreparados semi-alfabetizados. Essa cartada, usada num sábio jogo de cintura, evitou-lhes ter de passar pela execração hilária a que estão sendo submetidos alguns municípios conhecidos nas suas vizinhanças. Anátema de problemas, que se não fosse uma praga em forma do retrocesso, poderia ser contabilizado como mais um prejuízo temporário causado por eleitores desorientados...

*advogado criminalista, jornalista.
e-mail: isane_isane@hotmail.com

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Está difícil de empolgar

Braz Melo (*)

Há tempos acompanho futebol, mas confesso que há muito tempo não vejo o brasileiro tão desinteressado pela Copa do Mundo como nesta edição. Não sei se é por causa da qualidade dos jogadores convocados ou se entramos em uma nova realidade e que a população está mesmo preocupada é com outras coisas mais importantes.
Desde quando o Dunga deixou de convocar os meninos do Santos Futebol Clube, Neymar e Ganso, parece que toda a população desanimou de torcer. Sabemos que o brasileiro, além de ganhar a Copa do Mundo, ele quer ganhar dando show e mostrando um futebol alegre. Isso vai ser difícil com uma quantidade imensa de volantes (posição de meio de campo que mais defende do que ataca) e sem meias que sabem armar e deixarem os atacantes marcarem os gols.
Eu lembro que ainda garoto assisti a minha primeira Copa, a de 1958. Ainda era apreciado só pelo radio, mas foi uma competição especial. Como só ouvíamos, imaginávamos pela narração dos locutores como tinha sido a jogada. Morava no Rio de Janeiro e mais bonito que a apresentação da seleção na Suécia, só a chegada dos jogadores. Ficamos umas oito horas em pé, aguardando a seleção passar em cima do carro do Corpo de Bombeiros, pois iam ser saudados pelo presidente Juscelino no Catete. Um mar de gente. Quando menos esperávamos, passou. Vimos só de relance, mas valeu a pena.
A de 1962 no Chile foi outro espetáculo. Estudava no ginásio (hoje segundo grau) e juntos com alguns amigos fomos até ao Hotel das Paineiras, perto do Corcovado ver os jogadores se preparando antes de embarcar. E como os funcionários do bondinho estavam em greve, subimos a pé pela linha dos trilhos. Uma maratona para ver Pelé, Garrincha, Didi, Zagalo e outros. Pelé se machucou, mas o Brasil voltou bicampeão.
Lembro como hoje a de 1970. Talvez por ter sido transmitido pela televisão ficava mais fácil de continuar gravada na mente. Até os mexicanos, na partida final, torciam pela nossa equipe. Tínhamos um time fora do comum e jogávamos para frente, como a musica cantada na época: “Pra frente Brasil”. Salve a Seleção. Seleção com letra maiúscula, sim senhor.
Ficamos em jejum muitos anos, mas fomos campeões em 1994 nos Estados Unidos e por fim em 2002 na Alemanha. Times guerreiros, mas principalmente com um futebol alegre, deixando inclusive os que perderam maravilhados com nosso futebol. Nem eles reclamaram, já que reconheciam nossa superioridade. Hoje se fizessem uma musica para esta Copa seria “Segura Brasil”.
Todo mundo sabia a escalação da seleção de cor e salteado. Hoje quem sabe a escalação do nosso time? Só os que trabalham com futebol.
Nestes últimos dias temos assistido os comentaristas de diversos canais de televisão, já na África do Sul, contando tudo que acontece lá. As grandes redes têm se preparados para dar uma apresentação melhor aos seus telespectadores. Investiram um dinheirão para oferecer o melhor para nós que ficamos aqui. Hoje mesmo vi os efeitos das câmeras especiais, onde mostram os lances de diversas maneiras. E em câmera lenta. Coitados dos árbitros. Vai ser uma oportunidade para os técnicos de futebol, e somos 190 milhões deles, para botarmos a boca no trombone.
E esta Copa é uma preparação para a próxima, que será aqui no Brasil. Temos muito que aprender, mas primeiro temos de saber escolher nossos jogadores. Por falar em escolher, está difícil achar um suplente para o Murilo em Campo Grande, como também um vice para o Zeca aqui em Dourados. A política deste ano está igual a nossa seleção. Difícil de empolgar.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

LENHEIROS E CARPINTEIROS

Isaac Duarte de Barros Junior*
Extraindo árvores nativas selecionadas, os antigos madeireiros apelidados popularmente de mateiros, foram uma das especialidades em carpina. Encarregados do fornecimento da matéria prima destinada as primeiras casas construídas nos povoamentos, eles entravam nas matas densas e lá escolhiam a árvore que deveriam serrar. Talhadas manualmente, esse ritual pioneiro exigia um enorme conhecimento profissional sobre qual o tipo de corte que deveria ser utilizado na madeira. Desse modo antiquado, aqueles carpinteiros arcaicamente se valiam de métodos artesanais, fosse fabricando tábuas ou sepilhando os demais madeiramentos. Dependendo da região, o conhecimento a respeito da diversidade das árvores escolhidas, era uma qualidade muito importante para contratar-se um mateiro. As tabuas tinham que ser serradas, rigorosamente dentro das medidas, demonstrando outro dos grandes atributos desses profissionais. Quanto aos “rudimentares” machados, invés da “moderna” lamina manual de serrar troncos, se utilizados nessas ocasiões, só eram usados durante a derrubada da árvore.
Entretanto, havia um grande diferencial comparativo, entre aquilo que significaram os trabalhadores mateiros carpinteiros e lenheiros comuns. Afinal, os primeiros, se religiosamente professavam o catolicismo, eram devotos de São José. Enquanto que os lenhadores, chamados de derrubadores de árvores, foram fiéis ao cristão Santo Antão, um pregador egípcio do século lll. Carpinteiros, nessa época, considerados marceneiros das construções de madeira, satirizavam a falta de conhecimentos dos lenheiros. Assim acontecendo, os alcunharam de “antas”, numa clara alusão as suas ignorâncias em aritmética. Naqueles idos, a lenha sendo barata, não passava de material para consumo, queimada nos fogões das residências, trens, barcos e olarias.
Todavia, novas cidades brasileiras, enchiam de dinheiro os bolsos dos carpinteiros, com casas de madeira erguidas diariamente. Pinheirais da região sul, devido ao seu uso em tudo que se levantava, tiveram araucárias quase dizimadas. Enquanto que no centro-oeste, muita madeira de lei desapareceu da vegetação. O desmatamento, desse período, iniciaria o efeito estufa, sem que nenhuma precaução fosse tomada pela população brasileira crescendo descontrolada. Governantes, já que a grande preocupação era ocupar as terras desabitadas no interior e nas fronteiras, pouca ou quase nenhuma cautela tiveram com a biodiversidade, programando as migrações e facilitando as imigrações pela via marítima, gente que depois devastou mananciais e florestas virgens inteiras.
Mas, se os madeireiros carpinteiros eram profissionais privilegiados desempenhando essas suas funções construtoras, o mesmo não aconteceu com os lenheiros ou lenhadores. Os quais, profissionalmente, eram tratados como simples vendedores comuns de um produto abundante. Ademais, cortar as madeiras e vende-las em forma de lenha, comercialmente só existiu nas cidades, isso até a chegada dos fogões a gás. Adolfo Knopka, descendente de poloneses foi um dos últimos lenheiros tradicionais que conheci. Diziam que no começo das suas atividades, ele tinha um carroção de quatro rodas e dois cavalos zainos fogosos, puxando-o para fazer suas vendas de lenha nas residências.
Já Barnabé Minhos, um dos primeiros migrantes gaúchos nesta região, nela exerceu a profissão de carpinteiro, trabalhando durante anos em Dourados no começo do século vinte. Barnabé, espelhando-se nos seus colegas de profissão contemporâneos, era um artesão das madeiras, fazendo engenhosas máquinas de moer cana-de-açúcar, construções de madeira, coxos para alimentar o gado e mujolos d’água ”socadores” de mantimentos em grãos. Suas qualidades eram tão reconhecidas nessa época, dada a qualidade dos seus serviços, e em muitas propriedades rurais centenárias, que suas obras de carpintaria ainda permanecem bem conservadas.
Por outro lado, Pedro “paraguaio”, de compleição física avantajada, era homem demorado nos seus serviços devido aos intervalos para tomar tereré e tirar a “siesta” do almoço. Tinha como os demais carpinteiros naqueles primeiros tempos, sua freguesia e muito trabalho. Porém, esses homens, salvaguardadas as diferenças no tratamento comercial dado, foram pessoas interessantes como habitantes do século passado.

*advogado criminalista, jornalista.
e-mail: isane_isane@hotmail.com

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Pedido ao Ramão

Braz Melo (*)


Aproveitando a partida de outro amigo e assistindo a homenagem que seus irmãos e amigos fizeram no seu velório, fiquei imaginando como seria a chegada do Ramão Perez no Céu, onde tenho certeza, ele já está. Homem ponderado e firme, pai de família exemplar, companheiro leal, amigo das horas difíceis e temente a Deus, não tem outro lugar para ser o seu descanso final.
Na semana passada, ao visitá-lo na UTI do Hospital Evangélico após vê-lo pelo vidro e ele me reconhecer, fiquei emocionado e esperançoso, acreditando que iríamos ainda tomar muito mate e batermos papo juntos. Logo depois chegou o médico que o tratava e jogou uma água fria em nossa esperança, informando que o seu caso era grave. Seu coração já estava fraco.
A homenagem feita pela maçonaria aos irmãos que morrem é muito emocionante. Mesmo aqueles que já a conhecem, normalmente se desmancham em choro. E não foi diferente desta vez.
Enquanto faziam a chamada nominal dos irmãos, fiquei olhando para seu semblante que parecia estar dormindo e sonhando com as coisas boas que a partir de agora vai desfrutar e meio gozando de nós que aqui ficamos, como quem diz: “azar de vocês que ficam aqui”.
Pedi, no pensamento, que logo ao chegar, depois dos tramites legais que acredito serem breves, pois lá já terá sua ficha limpa feita, preparada por um grande computador e conferido por Deus, dê um abraço no Harrison de Figueiredo. Não conte pra ele como está nossa cidade, pois tenho certeza que se contar tudo ele vai ficar muito bravo e querer quebrar um paradigma, que é voltar para cá.
O amigo Orcírio Pedroso vai querer saber se os meninos estavam cuidando bem da chácara. Dona Loca chegada à pouco, irá querer saber das ultimas.
Vai dar de cara com o companheiro antigo Cícero Irajá Kurtz, que saindo daqui a tempos, faleceu no Rio Grande e tinha tempo que não o via.
Fale pro Vivaldi, que dele você adquiriu o Contábil Júpiter, que do jeito que ele deixou, continua talvez um pouquinho pior. E pra ele continuar orando para que melhore aqui embaixo.
Sem duvidas, o Ivo com aquele sorriso largo, deseja saber das ultimas de nossa cidade e região. Vá devagar, pois ele aqui sofria de pressão alta e não podia se aborrecer.
Não sei se vai encontrar com o Brizola, mas se o fizer veja se aparou a sobrancelha revolta.
O Dr. Ulisses Guimarães, que ninguém encontrou seu corpo por aqui, sem duvidas você encontrará seu espírito por lá.
Encontrando o Tancredo Neves, diga para ele que o neto fez uma bela administração em Minas, mas que vai esperar mais um pouco para tentar ocupar o seu lugar e subir a rampa do Palácio do Planalto.
Diga, para aqueles que querem saber das ultimas a nível nacional, que algumas pesquisas informam que a Dilma passou o Serra. E o Lula depois de achar que resolveu os problemas do Brasil, está querendo resolver o problema do Irã, do outro lado do mundo. Tudo que ele bota a mão vira ouro. Não sei até quando.

terça-feira, 18 de maio de 2010

FUNERAL DE UM FIDALGO

Isaac Duarte de Barros Junior*
O douradense Ramão Pérez, homem circunspecto, partiu no começo desta semana. Passavam poucos minutos da meia noite deste ultimo domingo, quando o descendente de um imigrante da província Pontevedra espanhola, exalou o seu ultimo suspiro, esconso dos olhares curiosos. Atendendo ao chamado de nandejára, ainda atordoado pelos fortes medicamentos, levantou-se do seu leito hospitalar, pegou nas mãos de Cesário Perez, seu pai ibérico, indo ao encontro dos parentes desencarnados. Vendo-o repousar sereno, me recordei no lutuoso ambiente, que antes do maçon “espanhol” adoecer, havíamos conversado muito a respeito da estátua do ervateiro, arrancada pela força ignorante da avenida central.
Ramão Pérez, ex-vereador e advogado mais velho na idade aqui residente, indignado, cava-pitã da vida como diriam os paraguaios, protestava em desfavor municipalidade. Afinal, os inconsiderados mineiros carregadores desses pesados raídos, andavam descalços com os fardos nas costas aproximadamente três mil passos. Suavam muito, contavam, antes de entregá-los nos cargadeiros e voltarem no mesmo dia, fazendo o juruacuá, nome dado ao segundo corte. Contador de profissão e de causos antigos, o “espanhol” comentou que o gesto antipático municipal cometido na retirada da estátua do ervateiro, assemelhava-se com uma bofetada desfechada na face da população e uma agressão gratuita a história regional.
No transcorrer daquele funeral, dia metereologicamente chuvoso, diversas personalidades douradenses foram se despedir do marcante político ambientalista. Nessas exéquias concorridas, seu colega José Marques Luiz, rigoroso como sempre, mostrava-se preocupado com o futuro do nosso ecossistema. Enquanto isso, os ex-prefeitos Bráz Melo e Laerte Tetila, falavam de suas respectivas administrações, tempo em que não havia barnabés loucos na prefeitura e atos costumeiros de loucuras. Mas, falar a respeito da estátua desalojada do peão ervateiro era assunto unanime, no funeral. Entre as opiniões dos presentes, um lembrou-se que os ervateiros abriram milhares de quilômetros de tapês, favorecendo os caminhos daqueles que vieram depois. Entretanto, ninguém sabia dar uma resposta verossímil, do porque a estátua desse guapo transportador da erva mate, foi derrubada do trono das homenagens, de forma tão truculenta. Concluíram então, que o autor do desmando, se fosse um parvo lotado no gabinete municipal, esse funcionário imbecil nada deveria conhecer da história local e do pioneirismo desses ervateiros no Mato Grosso do Sul.

Todavia, o ex-professor técnico contábil no Ginásio Osvaldo Cruz do professor Lins, que havia sido na juventude, gerente de uma loja de tecidos em Catalão, fundador do partido trabalhista em Dourados, estava infelizmente morto. Contrariando ibericamente, meus prognósticos de futuras melhoras, o “espanhol” permanecia frio e pálido no centro da sala, na teimosa rigidez cadavérica. E se espiritualmente ainda ouvia alguma coisa, esse veterano já nada mais falava. O venerável maçon participativo, que ao lado de Harrisson Figueiredo, com outros companheiros históricos, ingressou no brizolismo na primeira hora, dirigiu um PDT sem oportunistas. Entretanto, na madrugada de segunda feira, resolveu mudar-se para a eternidade e viver novamente na companhia dos avós maternos Izidro Pedroso e Benedita, da sua mãe Agina, de seus tios falecidos, incluindo os Mariano desencarnados do Durval. Ramão Pérez, um fidalgo da boa cepa, sequer teve tempo hábil no hospital, de se despedir da esposa Durvalina, a sua “Rosinha”, e das cinco exemplares filhas que se orgulhava.
De recordações extraídas do baú, parentes desse morto ilustre, lembravam que o Ramão foi cabo eleitoral do candidato a vereador Dr. Weimar G. Torres, advogado e jornalista, pontaporanense filho de uma paraguaia da cidade de Pedro Juan, com quem o “espanhol” se identificou castelhanamente. Recordei contando algumas passagens esquecidas, que o Ramão Pérez me apelidou de “paraguaio tacuapi (taquara fina)”, por ser um garoto magro demais. Isto tudo acontecendo, justamente na época em que ele aprendia um pouco do idioma guarani com meu pai. Rebatendo a alcunha como era chamado, o apelidei de “espanhol”. Este, na sua campanha para deputado federal, acabou suplente pela diferença de quinhentos votos. Depois, ambos saímos candidatos pelo PDT a prefeito de Dourados, eleição ganha pelo Luiz Antonio Gonçalves. Tempos idos, nos candidatamos a deputado estadual, num PDT em formação. E quando me afastei da militância político partidária, o Ramão me inteirava do crescimento pedetista na cidade e no estado.
Agora, seu escritório de contabilidade, freqüentado pelas famílias pioneiras, certamente seguirá gerenciado pela sua filha, a advogada Thaís. Quanto às piadas sobre os políticos, causos do século passado contados chistosamente, vou lembrar sempre que recordar desse “espanhol” nascido há setenta e sete anos na Cabeceira Alegre do Getulio Benevides, bem perto de uma ponta da mata verde que a civilização destruiu...

*advogado criminalista, jornalista.
e-mail: isane_isane@hotmail.com

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Quando a mentira acaba virando verdade

Braz Melo (*)

Tenho visto muita lorota fazerem algumas pessoas serem execradas da sociedade e só mais tarde a historia se redimir daquilo que inventaram deles.
Foi assim com Juscelino Kubitcheck, que diziam que era poderoso, pois tendo sido Prefeito de Belo Horizonte, Governador do Estado de Minas Gerais, Presidente da Republica e Senador muitos acreditavam que era um homem riquíssimo. Ledo engano, pois ao morrer deixou poucos bens materiais para a sua família.
Outro que ouvíamos que era abastado foi o ex-ministro Mario Andreaza. Sendo homem de confiança do governo militar e que através de sua batuta construiu-se grandes obras pelo Brasil inteiro, muitos achavam que ele se aproveitava de sua força para proveito próprio. Ao morrer, a imprensa noticiou que seus familiares receberam dos amigos ajuda financeira para que fosse realizado seu funeral.
Contam a mesma coisa de Rui Barbosa e tantos outros que tiveram projeção principalmente na política e que a historia só mais tarde conseguiu ser verdadeira com os seus descendentes.
Lembra do caso do Ministro Alcenir Guerra? Inventaram tantas coisas dele, mas que com bravura, conseguiu provar o contrário e dar a volta por cima.
O Presidente da Câmara dos Deputados Ibsen Pinheiro foi cassado, ficou no ostracismo um período. Voltou a ser candidato e obteve a maior votação da historia do Rio Grande do Sul.
Uns conseguiram recuperar sua idoneidade em vida, mas a grande maioria só teve esse reconhecimento após a morte.
Isso tem acontecido não só na política, mas também no nosso dia a dia. Quantos já ouviram o cochichar de pessoas sobre a melhoria financeira do vizinho? Onde tem mais de três pessoas, tem pelo menos um pensando mal do outro. Vejo isso dentro de qualquer comunidade, seja política, esportiva e até dentro das igrejas existe a desconfiança dos comandados aos mandatários.
Nenhum mandatário pode comprar um carro novo sem que alguns comandados questionem o porquê e como o chefe conseguiu adquirir aquele bem. Isso acontece até dentro da família, onde um irmão sente inveja ou despeito de outro. Infelizmente é a verdade. E isso vem desde Abel e Caim.
No futebol, ouço sempre quando um jogador é negociado, que o dirigente foi o que mais ganhou nesta transação. Será que isso é o normal? Ontem mesmo, na convocação da seleção brasileira de futebol pelo Dunga, houve diversos comentários que fulano de tal só foi convocado pelo interesse deste. Que o outro não foi chamado porque beltrano não tinha interesse. Na época de Copa do Mundo, faltando 30 dias para o inicio desta competição, esse assunto é palpitante e inspirador. O que no inicio, era só palpite passa a ter crédito. E a mentira acaba virando verdade.
Normalmente, a população confunde aquele que tem o poder de solucionar e resolver situações de uma família, agremiação, cidade ou estado com aquele que quer resolver estas pendências pensando em beneficiar-se.
Temos de evitar esse conceito. Procurarmos nos policiarmos mais, para que não acreditemos em tudo que ficamos sabendo. O diabo está aí solto e querendo a desgraça de todos nós. E ele nos quer confundir, criando discórdia entre os filhos de Deus.
Por isso é bem atual aquele ditado antigo: ”Nem tudo que reluz é ouro, nem tudo que balança cai”.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

DIA 5 DE MAIO

José Tibiriçá Martins Ferreira (*)
Hoje 5 de maio é comemorado o Dia Nacional das Comunicações, cuja data é uma homenagem ao nascimento em 1865 do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, Patrono das Comunicações do Brasil. Quando se fala em Comunicação, à primeira vista, lembra-se da Telefonia Em 09 de novembro de 1972, foi constituída a Telecomunicações Brasileiras S/A, uma sociedade anônima aberta de economia mista através da autorização inscrita na Lei no 5.792, de 11 de julho de 1972, vinculada ao Ministério das Comunicações.
Até os anos 50, as Concessões dos Serviços de Telecomunicações eram distribuídas, indistintamente pelos governos Federal, Estaduais e Municipais e segundo dados do governo, existia uma expansão de forma desordenada e no final da década de 60 e início de 70, existiam aproximadamente 1000 companhias telefônicas com grandes dificuldades operacionais e de interligação.
A Telebrás nasceu com a atribuição de planejar, implantar e operar o Sistema Nacional de Telecomunicações e implantou em cada Estado brasileiro uma empresa-polo e incorporou as companhias telefônicas existentes, adquirindo seus acervos e seus controles acionários.
Foi durante o Regime Militar que o sistema mais evoluiu, pois era interesse fazer a integração do País. Lembro-me que quando ingressei na Telemat em 18 de agosto de 1976 em Campo Grande, existia somente linha física em nosso Estado. Transferido para Dourados em 13/03/78, quando acontecia uma ventania na região, os técnicos de rede Reginaldo Moreti. Seo Lima, José Elias Queiroz, os mais antigos nessa área, pegavam o jipinho amarelo, munidos de facão, foice, pois tinham que muitas vezes entrar no mato com escada nas costas e localizar os fios arrebentados, fazer a conexão e restabelecer a comunicação. As emissoras de rádio faziam a conexão através de LP´s conectadas pelos seus técnicos. Havia um sistema de trabalho praticamente de 24 horas, de segunda a segunda, inclusive nos feriados. A Central Telefônica era comandada por Antonio José dos Santos, Cláudio Garcia (Peninha), Roberto Russo e no setor de Energia, o Técnico José Pereira Pinto fazia as preventivas nas localidades nos motores estacionários, aqui o MWM, tinha que estar sempre pronto, pois quando caia a energia, ele entrava automaticamente, cujo apelido era Zé Pintão. O primeiro engenheiro que nos comandou em Dourados foi Eduardo Henrique França que pela sua capacidade chegou até a Presidência da Telems, hoje está aposentado.
A área administrativa era comandada por Alda Maria Saldanha, existia uma centena de telefonistas, as mais antigas: Ruth Godoy de Morais, Maria Cleusa Costa, era uma grande família que hoje está esparramada e o nosso contato maior com alguns é por email. Ainda encontramos muitos colegas pelas ruas de Dourados.
Um fato histórico que quero aqui relatar é que no prédio da Avenida Presidente Vargas, esquina com a Ponta Porá foi instalado o primeiro posto a álcool de Dourados para atender a frota da empresa em 1979. Lembro-me que foi tirada uma foto, publicada no Jornal O Progresso onde apareceu Alberto Ferreira da Cruz abastecendo um fusca, seus colegas na cidade fizeram comentários sobre a sua nova função.
No dia 05 de maio de 1981 foi inaugurado o sistema DDI de Dourados, já no prédio novo, na Rua Major Capilé, aconteceu uma grande festa, a primeira ligação foi para Sydnei -Austrália, houve uma conversação em inglês entre o ministro Aroldo Corrêa de Matos, muitos políticos presentes e muita gente ficou boqui aberta. Uma pessoa de destaque na política douradense começou a bater palmas antes da hora, pois ele disse que nunca tinha ouvido alguém falar em inglês e não sabia que o pessoal de Brasília também falava inglês.
Com a participação do engenheiro Mário Guimarães (gambá), Cunha, Alda, Peninha, William, Edivaldo (pelé), Anadir, fizemos uma reunião e fundamos o Clube 5 de Maio. Tive a honra de elaborar e assinar o primeiro Estatuto em março de 1982, sendo eleito o primeiro presidente Peralta e no governo do engenheiro Antonio Braz Mello ganhamos uma área do Município, onde construímos o clube que está localizado próximo ao Conjunto Izidro Pedroso.
Em 29 de julho de 1998 o Sistema Telebrás foi privatizado, ficando presente somente em nossa memória as boas lembranças, os colegas de trabalho, as festas do dia 05 de maio no Indaiá, os almoços no Restaurante Guarujá e presença dos nossos diretores que vinham até Dourados nos prestigiar.
Nossa herança mais importante, além da amizade dos companheiros é o Clube Cinco de Maio que construímos com nosso suor e é administrado pelos empregados remanescentes Iciro, Agileu que continuam trabalhando na Telems, hoje OI.
Triste é ver o prédio da Telems (OI) todo desbotado, cujo trecho da Rua Dr Camilo Hermelindo da Silva, está morto e parece que ficou triste, poderia ser um cartão de visita de Dourados. Ali trabalhei por 23 anos, saí ao ser demitido como centenas de colegas no governo FHC. Ali existia uma frota de quase 100 carros, um posto do Banco do Brasil para atender os clientes.
Intermediei no Procon em Dourados, várias audiência e vi o quanto existe de reclamações no novo sistema, já houve uma promessa da Anatel, criado para fiscalizar o setor de que haveria nas cidades de porte médio um escritório para atender os problemas diversos, mas parece que ficou somente no papel. Aonde estão os nossos deputados para cobrar? Será que é somente Dourados que está assim?
Feliz Dia das Comunicações!
Dourados-MS, 05 de maio de 2010.

(*)advogado, licenciado em Letras com Inglês, produtor rural no Distrito da Picadinha e estudante do idioma guarani ñandéva.

domingo, 2 de maio de 2010

ADELANTE PALOMITA!...

Isaac Duarte de Barros Junior*
No primeiro dia do mês de maio douradense, o felizardo torcedor que ganhar um convite do Palomita, poderá ter um assento na arquibancada da saudade, se souber sonhar. Dominando as lágrimas das lembranças, o obsequiado poderá aplaudir com as batidas do coração, os grandes atletas e dirigentes de futebol do passado local. Alguns artilheiros já falecidos, nessa festividade singular, parecem retornar da eternidade, graças ao ambiente proporcionado pela família do ex-meio-atacante Euzébio Lopes, o primeiro palomita, nascido em 23 de março de 1934, em Porto Murtinho. Com um pouco de imaginação, os convidados conseguem fazê-los voltar a pisar nos gramados dos sonhos, prontos para jogarem as inesquecíveis partidas dominicais entre Operário e Ubiratan.
Consumindo um pouco mais da cerveja gelada, lá servida com carinho, Ranulpho Saldivar e Hayel Bom Faker, de guarda-chuva na mão, podem aparecer na memória e tomarem assento nas suas cadeiras reservadas, instaladas na beira do campo na L.E.D.A. Napoleão Francisco de Souza, de revólver na cintura, certamente surgirá pronto para ser o árbitro desse encontro, enquanto um grego alcunhado de Fisíca, se posicionará como massagista. Alambrados de madeira, construídos no antigo estádio municipal da liga, vulgarmente chamados de “puleiros”, lotado de torcedores alvoroçados, voltam milagrosamente a se acotovelar, vezes gritando, ora aplaudindo. Norton Saldivar, ídolo maior da torcida operariana, seguido do companheiro Ramon Bobadilha, parece que acenam para os populares.
De repente, naquele congraçamento anual de desportistas de épocas diferentes, agora misturados, Raphael Bianchi, Fredis Saldivar, Ataliba Penzo, Piper, Valdessi, Oduvaldo Pompeu, Pilo Além, Miro, Munir e Fauze Faker, Leba, Zé Paulo, Nenzo, Mauro Alonso, Jairo Quadros e Tarzan, são escalados para o jogo amistoso das recordações. Mas, Odilon Azambuja, Taifa, Alfio Senatore, Alonsito, Abel Campos, Davi, Mancha Negra e Pedro Lopes, também dão mostras de querer participar do encontro. Nisso, uma gargalhada alta, aflorada nos lábios de um convidado do Euzébio Lopes, interrompe as reminiscências saudosistas deste escriba, mostrando pessoas anatomicamente envelhecidas pelo transcurso do tempo. Pois na verdade, no grande Itália, idealizado pelo engenheiro Vitório Fedrizzi, recanto da colônia paraguaia, morada dos pedreiros que construíram a maioria dos prédios da cidade de Dourados, acontecia salutarmente uma reunião predisposta a homenagear o falecido ex-vereador Valter Brandão da Silva. Para tanto, respeitosamente, uma delicada placa de prata foi entregue a sua viúva Arenil Carneiro da Silva.
O ato cerimonioso demonstrava um pleito de gratidão dos velhos atletas, pelos seus feitos em benefício do esporte local. O cerimonial doméstico, prosseguindo, proporcionou a fala de muitos oradores, que usavam sensibilizados da palavra, prestando tributos ao saudoso treinador “mandioca”. Seguiram-se pós-homenagens, fotos de flash-back e abraços fraternais entre os presentes. O som ao vivo da alegre música paraguaia, adoçava os ouvidos dos convidados, enquanto algumas senhoras serviam um lauto almoço de confraternização.
Parcimoniosas as minhas acumuladas emoções, vê-se que convidados, desportistas veteranos, começavam a remexer no suposto velho baú das recordações. Alkindar Rocha, agora de cabelos grisalhos, trocava figurinhas do seu vasto conhecimento histórico desportivo. Ao seu lado, o vigor de Valdessi Carbonari, sorria como sempre. Albino Torraca de Almeida, um dos fundadores do Operário Futebol Clube em 05 de maio de 1953, lembrava-se da ata assinada em companhia do meu pai e que seu genitor Dalmário Vicente de Almeida, havia presidido o operário FC, o mesmo acontecendo com seu irmão Dr. Heitor, odontólogo e advogado. Eduardo Lopes, o segundo “palomita” que trabalha em uma rádio FM, assessorava com os demais irmãos Ramão, Luiz Carlos, Eusébio e Guedes, o entra e sai dos convidados da solenidade. Desta vez, organizada na residência da filha do veterano jogador, a Dra. Plácida e seu marido Manoel Machado, impecável churrasqueiro.
Cercado desse clima inebriante, meus pensamentos, momentaneamente, transportaram-me aos logincuos domingos da distante mocidade. Assim, em pleno campo da L.E.D.A municipal, voltei a viver as emoções na cabine da rádio clube, trabalhando em companhia dos locutores esportivos Roberto Pompeu, Luiz Antonio Maksoud Bussuan, Percival de Assis e Caiado Netto. Todos nós, assistidos tecnicamente por Ermelindo Azevedo e Jorginho Salomão. Cada qual, nessa recordação, éramos jovens, ainda moços sorridentes, com todo o futuro pela frente, respeitadas as devidas épocas. Olhando no interior do campo, hipnotizado por essa abstração na Vila Hilda, acho até, que ouvi novamente o seu Ranulpho Saldivar, gritar como de costume: adelante palomita, mire bien nel arco!... Fechando os meus olhos, nessa solenidade desportiva que se repete há quase trinta anos, chorei de saudade em silencio.

*advogado criminalista, jornalista.
e-mail: isane_isane@hotmail.com

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Quem morre na véspera é peru

Braz Melo (*)

Tenho assistido muitas estórias e conversas sobre política local ultimamente. Teve até um encontro sobre a participação de Dourados na representatividade política de Mato Grosso do Sul. Muito importante, porém quem precisava estar lá, não foi. Talvez por não terem sido convidados com certa antecedência. Ou não acreditaram no projeto em si.
E lá assisti o pronunciamento de diversas pessoas e autoridades que pelo menos, uma me impressionou demais. O do Prefeito de Dourados que em seu discurso disse que vai apoiar os dois senadores que vão ganhar. Que ele não apóia aquele que vai perder. Levei um susto, discordei, mas imaginei que tinha sido apenas um desabafo momentâneo. Só que passado alguns dias, ele continua externando esse seu pensamento em todos os cantos de nossa cidade. Dá a impressão que ele tem uma bola de cristal para saber bem antes, o que vai acontecer somente em outubro.
E uma dos mais importantes predicados da política é o companheirismo. Sem esse predicado, não se vai muito longe.
Lembrei, quando prefeito pela primeira vez saiu candidato a Presidente da Republica o saudoso Ulisses Guimarães. Homem que tinha trabalhado durante sua vida inteira pela democracia e que tinha acabado de presidir a comissão que aprovara a nova Constituição, que foi um marco de avanços em nossa lei maior. Pois este grande brasileiro não conseguia um local para se apresentar em nosso Estado para fazer comícios. A Prefeitura de Campo Grande estava nas mãos do PTB de Ludio Coelho que como a grande maioria dos prefeitos apoiava o Collor e perguntaram para mim se tinha como fazer um comício para o nosso candidato do PMDB em Dourados.
Apesar dos poucos pontos que o Ulisses tinha na disputa com Collor, Brizola, Covas e outros tinham na pesquisa, fizemos uma carreata e um grande comício para nosso candidato. Perdeu em Dourados como em todo o Brasil, mas tivemos a alegria de ter acreditado num projeto dentro de seu partido e com companheirismo.
Tempos depois, ao ir a Brasília atrás de recursos, encontrei com o Senhor Constituição como era conhecido, na entrada do Congresso Nacional. Perguntei a ele se lembrava de mim e ele sem muitas delongas me abraçou e me disse que não poderia esquecer de um prefeito de uma cidade grande que conhecia seus concidadãos pelo nome e muitos até pelo apelido.
Meses depois, Dr. Ulisses, ao saber do casamento de minha filha mais velha, fez questão de vir ao mesmo, agradecido pelo trabalho que fizemos para ele, quando candidato.
O exemplo está no dia a dia da política. Brizola no Rio de Janeiro, até na ultima semana a pesquisa dava ele como derrotado. Eu mesmo, quando saí candidato contra o José Elias, em abril de 1988, tinha 4 por cento contra 65 dele. Se eu não dependesse dos companheiros em acreditar naquele projeto, não teria conseguido aquela grande vitória.
Devido a necessidade de precisarmos que a região de Dourados tenha mais representatividade nos cargos políticos, inclusive de cargos nunca conseguidos anteriormente, é muito importante que o mandatário da maior cidade da região acredite neste projeto.
Não se deve entregar o jogo antes do jogo acabar. Muito menos antes dos times entrarem em campo.
A história da eleição de Senador casada (escolha de dois senadores) nos mostra que aquele que sai na frente, normalmente perde a eleição. Ganharam as eleições os dois candidatos que fizeram o trabalho em conjunto.
Temos de acreditar sempre quando a causa é justa e importante para nós, pois como diz o ditado popular: “Quem morre na véspera é peru.”

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Quem não se comunica...

Braz Melo (*)
Participei de diversas campanhas políticas. Cada uma tem suas peculiaridades e muitas estórias. Hoje descrevo algumas, porém existem algumas regras que são válidas para todas. Vamos lá.
Quando garoto, meu avô era udenista, apaixonado pelo Brigadeiro Eduardo Gomes e meu pai torcia pelo Getulio Vargas. Mesmo assim eles se davam bem. Talvez por esta democracia vivida dentro da família, ficou fácil torcer pelo Fluminense, mesmo sendo meu pai vascaíno doente.
E quem participa da política tem de ser assim. Não se deve misturar política com amizade. Quantos amigos temos que não comungam da mesma ideologia que a gente? E não é por isso que deixamos de sermos amigos. Se fosse o contrário não valeria a pena fazer política, pois esta é também a arte de conviver com os opostos.
Imagina se o eleito só atendesse os anseios e solicitações dos companheiros que acreditasse, tivessem votado nele.
Uma coisa é compor sua assessoria de pessoas de sua confiança e outra coisa é administrar somente atendendo seus companheiros.
Eu mesmo tive a oportunidade de rever secretarias que estavam com pessoas que me ajudaram a ganhar a eleição e que por necessidade de troca, fazer por um que não era companheiro de então.
Exemplo disso foi quando o Valfrido Silva, que era meu Secretário de Comunicação em 1989 foi convidado para ser Diretor de Jornalismo da TV Morena em Campo Grande, função de grande importância para Dourados e região, escolhi uma profissional para substituí-lo que tinha feito campanha para o José Elias, meu adversário. E a Maria Gorete se incorporou muito bem em nosso meio.
Logo que aqui cheguei, na década de 1970, lembro da fotografia oficial do Prefeito João Totó Câmara, onde abaixo de sua foto, tinha os dizeres: “Prefeito de todos os douradenses”. Aquela frase me chamou a atenção e me norteia até hoje. E aquela época era de política de dois lados. Não tinha coluna do meio. O meu amigo Harrison de Figueiredo me contava que quando um adversário ganhava a eleição, ele não pisava nem na calçada da Prefeitura durante os anos governados pelos outros. Assim também se portava o grupo antagônico.
A primeira vez que participei de uma campanha, ainda de maneira tímida, foi quando o José Elias ganhou do candidato que votei, o Lauro Machado. Naquela eleição, além de apoiar o Lauro, ajudei o Valter Baiano, candidato a vereador que conseguiu, com minha ajuda, 92 votos. O Valter Baiano era comunista de carteirinha e vendia bilhete da loteria federal. Tinha vindo de Vitoria da Conquista para Dourados a fim de gerenciar o Expresso Real. Acabou se apaixonando por nossa cidade e aqui ficou. Com nome de comandante da Marinha, Valter Fernandes de Oliveira Santos, era um homem inteligente, com uma cultura acima do normal e ra um gozador de marca maior. Até hoje sinto falta de nossa prosa.
Nesta eleição, tinha comícios todas as noites. Fazia comícios em todos os bairros, distritos e travessões. Era uma festa todo dia. Um dia no Barreirinho, no dia seguinte em Vila Vargas e assim passavam 90 dias tentando convencer os eleitores de suas propostas. Na eleição para vereador a disputa era voto a voto.
No dia da eleição 1976, ao sair de casa para ajudar meu candidato, Anete me perguntou para quem eu iria votar para vereador. E eu preocupado com o pleito, secamente falei que era no Valter. Quando saiu o resultado e chateado pela pouca votação de meu vereador, descobri que Anete tinha votado no Valter errado. Votou no Valter Carneiro, nosso amigo, mas que era adversário político. Tempos depois morríamos de rir com o engano nosso. Quem não se comunica...

terça-feira, 13 de abril de 2010

ANGÉLICA...

Isaac Duarte de Barros Junior*
O Distrito de Angélica no século passado foi um dos mais fortes redutos petebistas que existiu na região da grande Dourados, lugar onde a gratidão do colono eleitor nordestino por Getulio Dorneles Vargas, acentuadamente se consolidou com o suicídio presidencial em 1954. Naquela localidade, nós os antigos militantes ex-udenistas, tínhamos em qualquer situação eleitoral o nosso calcanhar de Aquiles. Como nos anos setenta, quem ganhava as eleições na zona rural definia o pleito municipal, José Elias Moreira um perdedor nesse reduto na primeira vez que se candidatou ao cargo, naquele resolveu mineiramente preparar-se para concorrer novamente. Nessa feita, voltando a disputar a prefeitura na sucessão do prefeito João da Câmara, o mineirinho montou uma estratégia juntamente com outros correligionários políticos. Entre eles, estavam o pecuarista Antenor Martins Junior e o farmacêutico Arnulpho Fioravanti. Assim, acompanhado do motorista João Amaral, eu e o barbeiro José Batista dos Santos, o “Zé do Norte”, Zé Elias, funcionário licenciado do INCRA, usando um fusquinha, desembarcamos temporariamente na residência do falecido comerciante Cícero Ferro.
Depois, já acomodados em uma pensão, quando Angélica ainda era pequeno povoado sem atrações noturnas, dividi um quarto modesto da pousada com o motorista João Amaral, companheiro leal da “missão” estabelecida. Uma noite, um bêbedo nordestino me chamou a atenção. Embriagado, meio sonolento, o pinguço cantava uma canção com estes versos: “Lampião tava drumindo, acordou com dor de dente e atirou numa abraúna, pensando que era um tenente...”. A cena engraçada, apesar dos anos transcorridos, continua marcada na minha memória. Nessa época saudosa, a “comissão do sim” para manumitir Angélica, reunia-se a noite na casa do “seu” Tito, às vezes, até a luz de lampião. Entre as pessoas conhecidas arrojadas da época, estavam presentes o professor Ivo Nascimento, Antenor Vargas, os membros da família Ferro, Doralice Wolf e outros personagens componentes da operante caravana pró-emancipação daquele município. Lembro, que tempos depois, nomeado delegado municipal de policia, João “gordo” Pereira acabaria me convencendo a alugar uma sala no centro de Angélica, onde eu abri o primeiro escritório de advocacia daquele município. Ali, passei a atender clientes duas vezes por semana na área criminal. Mas, o município de Angélica, nesse tempo, para minha especialidade, era ordeiro e pacato demais. Com isso acontecendo, durou pouco tempo as minhas atividades advocatícias naquela cidade.
José Elias Moreira, jovem mineiro nascido em Poços de Caldas, acostumado a fazer longas caminhadas, animado, todos os dias fazia centenas de visitas domiciliares, exortando a população que votasse na campanha em favor do “sim” daquele plebiscito. Pois, caso o movimento fosse vencedor, ele explicava que transformaríamos o Distrito de Angélica em novo município sul-mato-grossense. Do lado oposicionista, como destacada liderança, a advogada Marieta Pereira de Souza, então professora, trabalhava pelo voto “não”. Por ironia do destino, venceu a campanha plebiscitária do voto “sim” e a Dra. Marieta Pereira de Souza, elegeu-se como a primeira prefeita de Angélica, fazendo uma excelente administração. O José Elias Moreira, filho esperto da dona Chiquinha e do velho Quinsito, se livrou naquela tacada de mestre, dos votos petebistas de Angélica, elegendo-se finalmente prefeito de Dourados. Depois, candidatou-se a governador e foi deputado federal constituinte. Seu mandato federal teve a produtiva duração de duas legislaturas.
José Batista dos Santos, o “Zé do norte”, eufórico, nessa época, profetizava que durante vinte anos, aquele nosso grupo entusiasta de jovens políticos permaneceria no poder, um presságio que quase acabou acontecendo. Quanto ao comerciante idealista Cícero de Oliveira Ferro, este se elegeu vereador pelo município de Angélica, todavia morreu assassinado no interior do seu estabelecimento comercial. A fatalidade ceifou também a vida do saudoso vereador Ediberto Celestino de Oliveira, o ultimo edil eleito na comunidade de Angélica para compor a Câmara Municipal de Dourados. Todavia, enquanto durou seu mandato, Ediberto foi um homem valoroso na Tribuna. Assim, depois dessa trabalhosa emancipação política, enfim surgiu no mapa de Mato Grosso do Sul a progressista cidade de Angélica. Hoje, um centro agro-pecuário comercial muito próspero, orgulhando a todos os moradores, residentes no Vale do Ivinhema...
*advogado criminalista, jornalista.
e-mail: isane_isane@hotmail.com

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Valeu a pena

Braz Melo (*)

A semana passada ao ler o jornal, deparei com uma noticia que me pegou de surpresa ao constatar que Dourados tinha sido contemplada com uma obra de uma grandeza imensa, prevista no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC-2) do Governo Federal, que é a parte da ferrovia que fará a ligação da rota bi oceânica Atlântico- Pacifico.
A ferrovia que ligará Santos, em São Paulo à Antofogasta, no Chile e que hoje está interrompida em Panorama, no estado de São Paulo, terá recursos garantidos para dar continuidade até Dourados.
Assustei, pois há muito tempo não via ninguém falar nesta obra tão importante para nossa região. Obra que defendi com unhas e dentes quando assumi a vice-governadoria em 1995. Naquela época, sabendo das dificuldades que teria em conviver com a turma de Campo Grande e escolhido pessoalmente pelo Governador Wilson Martins, preferi ficar bem longe de lá, para não criar transtorno. Pedi ao governador para cuidar do MERCOSUL, desacreditado e recém instalado. Em menos de uma semana já tinha visitado o Presidente Juan Carlos Wasmosy em Assunção e dele conseguido a simpatia e apoio de duas obras importantes para Mato Grosso do Sul e o Paraguai. A rota bi oceânica e o aproveitamento, pelo governo brasileiro, do porto de Concepcion.
O Presidente Wasmosy foi o único mandatário guarani que em se tratando de Brasil, gostava mais de Mato Grosso do Sul do que os outros, que sempre se aproximavam mais ao Paraná. Talvez por ter propriedades na região norte do Paraguai, que era mais próximo de nosso estado.
Toda vez que convidado para vir em nosso Estado, nunca se esquivou, participando de festas, exposições, palestras e inaugurações.
Pela nossa localização, até agora ficávamos no fim da linha. Daqui não se seguia para frente. Era o fim da picada. A rota bi oceânica vai fazer com que nossa região e o Paraguai passem a ser trajeto obrigatório para aqueles que irão aproveitar o caminho mais barato para levarmos nossos produtos para a Ásia e principalmente à China, onde mais de um bilhão e trezentos milhões de pessoas anseiam pelos nossos produtos mais em conta.
Sempre afirmei que seria fundamental que a rota bi oceânica passasse por aqui, principalmente porque seria mais barato executar esta obra e que diminuiria os custos de nossos produtos em mais de trinta por cento. São oito mil quilômetros a menos do que usado atualmente. A partir daí seremos mais competitivos com os outros mercados.
Quem também lutou por esta obra foi o ex-prefeito de Iquique, Jorge Quiroga, que esteve aqui de carro por três vezes, e que a seu convite, uma comissão douradense fez o caminho inverso, de ônibus. Dourados é cidade irmã de Iquique, no Chile.
No futuro, Ponta Porã será a mais beneficiada, já que não tendo a força de nossa cidade, fica a mercê da influencia do comercio do outro lado da fronteira. Será a salvação da região. Já tem previsto o estudo para lá, chegando à Resistência, na Argentina, onde já existe uma ferrovia que atravessa toda a Argentina e chega à costa do Chile, no Pacífico.
Também está previsto o projeto de um ramal de Dourados até Porto Murtinho.
Estas obras mudarão a cara do sul de Mato Grosso do Sul.
Mesmo tendo muita gente que não acreditava neste pleito, valeu a pena ter lutado por plantar esta semente no coração de alguns.
Assim como valeu a pena e serve de exemplo a vida de um amigo que nos deixou este fim de semana, Vivaldi de Oliveira. Foi vereador no fim da década de 50, prefeito e deputado estadual mais votado no Mato Grosso uno que acreditando que teria outras maneiras de fazer mais pelos outros, largou a política quando a grande maioria não quer deixá-la. Aclamado pelo povo.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Ainda é tempo

Braz Melo (*)

Há muito tempo, temos ouvido que o fim do mundo está próximo. Desde garoto ouvia minha avó dizer que estava chegando a hora do juízo final, que era para eu ser um garoto obediente e que respeitasse os mais velhos. Falava outras coisas, mas o que eu lembro mais são destes conselhos. Criança só entende isso. Seria muito difícil que eu, com quatro ou cinco anos, entendesse e cumprisse os dez mandamentos.
Passaram cinqüenta anos e continuo ouvindo estes e outros apelos. Só que agora, temos tido provas evidentes.
No domingo passado, meu pastor Faustino no fim do culto da minha igreja, a Metodista Renovada, contou que tinha recebido um e-mail que demonstrava o quanto isso era preocupante. Preocupante, porque tem muita gente que acredita que isso é bobagem e como dizia os mais velhos, conversa pra boi dormir.
É tempo de acreditar e sentir que a vinda de Jesus está próxima. Não quero criar tumulto, muito menos forçar ninguém em acreditar naquilo que não crê, porem é dever daquele que aprendeu, passar para aqueles que não têm esse conhecimento.
Na Bíblia, em Mateus capitulo 24 relata que Jesus estava orando quando seus discípulos o perguntaram quando seria o fim do mundo e Ele respondeu que, quando houvesse fome e terremotos em vários lugares, esse dia estaria próximo.
Nunca vimos tanta desgraça como ultimamente. E como diz o segundo parágrafo de Mateus 24:7 “e haverá fomes e terremotos em vários lugares.”
Pois bem, nos últimos sete dias da semana passada houve 248 terremotos sendo 38 no ultimo dia pesquisado (dia 11 de março).
Isso sem contar os terremotos no Haiti, aquele do Chile e na ultima segunda feira no Japão, que mataram diversas pessoas.
Se você quiser tomar conhecimento onde está acontecendo estes abalos entre em nosso blog e lá terá os endereços dos sites a procurar.
A Bíblia em Gênesis 6 conta a história de Noé:
6:5 E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.
6:6 Então arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.
6:7 E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até a ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.
E quando Deus fez chover quarenta dias e quarenta noites no Dilúvio, ninguém acreditava que isso poderia acontecer, pois naquela época não existia chuva propriamente dita. Tinha apenas uma garoa bem fina. E todos riam daquele que parecia louco, que era Noé, pois a mando de Deus, construiu uma arca imensa em local que nem rio tinha. Naquela época, como hoje, também vivia em pecados a grande maioria da população. Ninguém acreditava que o fim estava próximo.
O mesmo acontece conosco hoje. Terremoto? No Brasil nunca tinha acontecido. Pois já se sente tremores na capital de São Paulo e até no nordeste. É um aviso. Ainda é tempo de você se arrepender de tudo de mal que você fez e seguir o caminho de Jesus.
Não temas, leiam, meditem e apropriem pela fé, das promessas do Salmo 91... "Mil cairão ao teu lado e dez mil à tua direita, mas tu não serás atingido, somente com os teus olhos olharás e verás a recompensa dos ímpios... porquanto fizeste do Senhor o teu refúgio e do Altíssimo a tua habitação, nenhum mal te sucederá..."

Terremotos nos últimos 7 dias

E-mail recebido do Pastor Faustino de Oliveira

Terremotos de magnitude 2.5 ou maior nos últimos 7 dias [beta]
Update time = Thu, 11-Mar-2010 21:10:17 BRT
OBS 1: Terremotos pequenos estão em azul (2.5+). Moderados em laranja (4.5+). E os mais significativos e fortes em vermelho com fundo amarelo (5.7+).
OBS 2: Devido ao histórico de danos/mortes estamos considerando como terremotos significativos e fortes a partir 5.7 graus (08-março-2010)
Dica 1: use o Google News para achar informações sobre os terremotos mais relevantes listados abaixo.
Dica 2: Se preferir veja apenas os mais significativos e fortes clicando aqui. Ou veja os mais significativos de 2010 no site da USGS.
Dica 3: Para consultar mais terremotos siga nossa lista no Twitter
Dica 4: dados atualizados chegam da USGS a cada 60 segundos, então você não precisa dar reload (a página faz isso automaticamente).

IMPORTANTE: diante de terremotos acima de M 6.6, sobretudo os afastados da costa, recomenda-se sempre verificar os boletins de tsunami das agências:
West Coast & Alaska Tsunami Warning Center | Pacific Tsunami Warning Center | Japan Meteorological Agency | Philippine Institute of Volcanology and Seismology | Joint Australian Tsunami Warning Centre
Epicentro próximoMagnitudeProfundidadeHorário de Brasília/BrasilLink para
Mapa
OKLAHOMA3.4 4.9 km (3 mi)Thu, 11-Mar-2010 20:57:30 BRTVer mapa
TONGA REGION5.1 58.8 km (37 mi)Thu, 11-Mar-2010 20:20:22 BRTVer mapa
BIO-BIO, CHILE4.9 35.0 km (22 mi)Thu, 11-Mar-2010 20:18:11 BRTVer mapa
BIO-BIO, CHILE5.5 36.9 km (23 mi)Thu, 11-Mar-2010 19:34:06 BRTVer mapa
SOUTHERN ALASKA3.3 10.3 km (6 mi)Thu, 11-Mar-2010 19:31:49 BRTVer mapa
NORTHERN CALIFORNIA2.8 12.6 km (8 mi)Thu, 11-Mar-2010 18:56:57 BRTVer mapa
LIBERTADOR O'HIGGINS, CHILE4.9 33.1 km (21 mi)Thu, 11-Mar-2010 18:50:08 BRTVer mapa
CENTRAL CALIFORNIA2.5 28.1 km (17 mi)Thu, 11-Mar-2010 18:15:25 BRTVer mapa
SOUTHERN CALIFORNIA3.3 2.4 km (1 mi)Thu, 11-Mar-2010 18:09:25 BRTVer mapa
KEPULAUAN BARAT DAYA, INDONESIA5.0 170.2 km (106 mi)Thu, 11-Mar-2010 18:09:09 BRTVer mapa
LIBERTADOR O'HIGGINS, CHILE5.8 2.3 km (1 mi)Thu, 11-Mar-2010 17:11:20 BRTVer mapa
LIBERTADOR O'HIGGINS, CHILE5.5 24.5 km (15 mi)Thu, 11-Mar-2010 16:28:08 BRTVer mapa
SOUTHERN ALASKA3.4 186.4 km (116 mi)Thu, 11-Mar-2010 14:51:30 BRTVer mapa
LIBERTADOR O'HIGGINS, CHILE5.1 23.3 km (14 mi)Thu, 11-Mar-2010 14:18:51 BRTVer mapa
LIBERTADOR O'HIGGINS, CHILE5.3 35.0 km (22 mi)Thu, 11-Mar-2010 13:56:34 BRTVer mapa
LIBERTADOR O'HIGGINS, CHILE5.0 29.1 km (18 mi)Thu, 11-Mar-2010 13:23:53 BRTVer mapa
LIBERTADOR O'HIGGINS, CHILE5.0 35.0 km (22 mi)Thu, 11-Mar-2010 12:54:39 BRTVer mapa
LIBERTADOR O'HIGGINS, CHILE4.9 43.2 km (27 mi)Thu, 11-Mar-2010 12:34:53 BRTVer mapa
LIBERTADOR O'HIGGINS, CHILE5.4 35.0 km (22 mi)Thu, 11-Mar-2010 12:26:18 BRTVer mapa
BAJA CALIFORNIA, MEXICO3.6 6.0 km (4 mi)Thu, 11-Mar-2010 12:19:35 BRTVer mapa
LIBERTADOR O'HIGGINS, CHILE6.0 32.0 km (20 mi)Thu, 11-Mar-2010 12:06:04 BRTVer mapa
LIBERTADOR O'HIGGINS, CHILE6.7 18.0 km (11 mi)Thu, 11-Mar-2010 11:55:28 BRTVer mapa
LIBERTADOR O'HIGGINS, CHILE6.9 11.0 km (7 mi)Thu, 11-Mar-2010 11:39:44 BRTVer mapa
ARAUCANIA, CHILE5.1 56.1 km (35 mi)Thu, 11-Mar-2010 09:44:07 BRTVer mapa
TONGA5.1 32.8 km (20 mi)Thu, 11-Mar-2010 09:31:27 BRTVer mapa
ANDREANOF ISLANDS, ALEUTIAN IS., ALASKA4.6 47.9 km (30 mi)Thu, 11-Mar-2010 08:48:06 BRTVer mapa
LIBERTADOR O'HIGGINS, CHILE5.0 52.2 km (32 mi)Thu, 11-Mar-2010 07:51:41 BRTVer mapa
RAT ISLANDS, ALEUTIAN ISLANDS, ALASKA2.9 25.8 km (16 mi)Thu, 11-Mar-2010 03:58:36 BRTVer mapa
NICARAGUA4.6 138.5 km (86 mi)Thu, 11-Mar-2010 03:57:20 BRTVer mapa
SOUTHERN ALASKA2.6 213.9 km (133 mi)Thu, 11-Mar-2010 03:43:58 BRTVer mapa
SOUTH SANDWICH ISLANDS REGION5.6 309.1 km (192 mi)Thu, 11-Mar-2010 03:22:19 BRTVer mapa
DOMINICAN REPUBLIC4.1 10.0 km (6 mi)Thu, 11-Mar-2010 03:20:32 BRTVer mapa
SANTA BARBARA CHANNEL, CALIFORNIA2.9 6.6 km (4 mi)Thu, 11-Mar-2010 02:30:11 BRTVer mapa
RAT ISLANDS, ALEUTIAN ISLANDS, ALASKA4.5 58.2 km (36 mi)Thu, 11-Mar-2010 01:12:01 BRTVer mapa
SANTA BARBARA CHANNEL, CALIFORNIA2.5 10.9 km (7 mi)Thu, 11-Mar-2010 00:29:54 BRTVer mapa
SOUTHERN CALIFORNIA3.5 5.0 km (3 mi)Wed, 10-Mar-2010 22:39:39 BRTVer mapa
NORTHERN CALIFORNIA3.0 2.0 km (1 mi)Wed, 10-Mar-2010 22:06:38 BRTVer mapa
OFFSHORE MAULE, CHILE4.9 38.7 km (24 mi)Wed, 10-Mar-2010 21:45:03 BRTVer mapa
ISLAND OF HAWAII, HAWAII2.6 31.5 km (20 mi)Wed, 10-Mar-2010 21:07:44 BRTVer mapa
SAN PEDRO CHANNEL, CALIFORNIA2.5 5.6 km (3 mi)Wed, 10-Mar-2010 19:20:41 BRTVer mapa
NEAR THE COAST OF CENTRAL PERU4.2 66.0 km (41 mi)Wed, 10-Mar-2010 19:15:52 BRTVer mapa
SOUTHERN ALASKA3.6 73.6 km (46 mi)Wed, 10-Mar-2010 14:46:28 BRTVer mapa
SAN PEDRO CHANNEL, CALIFORNIA2.8 1.0 km (1 mi)Wed, 10-Mar-2010 13:55:36 BRTVer mapa
OFF THE COAST OF ARAUCANIA, CHILE4.9 14.3 km (9 mi)Wed, 10-Mar-2010 13:00:51 BRTVer mapa
XINJIANG-XIZANG BORDER REGION4.5 25.4 km (16 mi)Wed, 10-Mar-2010 11:32:24 BRTVer mapa
OFFSHORE ARAUCANIA, CHILE4.7 18.8 km (12 mi)Wed, 10-Mar-2010 11:12:07 BRTVer mapa
KOSOVO4.9 10.0 km (6 mi)Wed, 10-Mar-2010 10:38:05 BRTVer mapa
ANDREANOF ISLANDS, ALEUTIAN IS., ALASKA4.7 35.0 km (22 mi)Wed, 10-Mar-2010 10:17:17 BRTVer mapa
ONTARIO-QUEBEC BORDER REGION, CANADA3.1 7.0 km (4 mi)Wed, 10-Mar-2010 10:09:05 BRTVer mapa
SOUTHERN ALASKA4.0 132.8 km (83 mi)Wed, 10-Mar-2010 10:05:45 BRTVer mapa
HOKKAIDO, JAPAN REGION4.5 104.4 km (65 mi)Wed, 10-Mar-2010 09:50:03 BRTVer mapa
OFFSHORE VALPARAISO, CHILE5.5 35.0 km (22 mi)Wed, 10-Mar-2010 09:20:59 BRTVer mapa
ISLAND OF HAWAII, HAWAII2.5 2.8 km (2 mi)Wed, 10-Mar-2010 07:57:39 BRTVer mapa
SOUTHERN CALIFORNIA3.0 5.0 km (3 mi)Wed, 10-Mar-2010 07:05:09 BRTVer mapa
OFFSHORE BIO-BIO, CHILE5.1 35.0 km (22 mi)Wed, 10-Mar-2010 06:37:59 BRTVer mapa
OFFSHORE BIO-BIO, CHILE5.1 35.0 km (22 mi)Wed, 10-Mar-2010 06:04:14 BRTVer mapa
OFF COAST OF LIBERTADOR O'HIGGINS, CHILE5.1 35.0 km (22 mi)Wed, 10-Mar-2010 05:45:23 BRTVer mapa
CENTRAL MID-ATLANTIC RIDGE5.2 10.0 km (6 mi)Wed, 10-Mar-2010 05:07:25 BRTVer mapa
SOUTH OF THE FIJI ISLANDS4.7 529.6 km (329 mi)Wed, 10-Mar-2010 05:06:10 BRTVer mapa
ANDREANOF ISLANDS, ALEUTIAN IS., ALASKA4.9 57.2 km (36 mi)Wed, 10-Mar-2010 05:05:27 BRTVer mapa
ST. LAWRENCE VALLEY REG., QUEBEC, CANADA2.5 14.9 km (9 mi)Wed, 10-Mar-2010 03:41:19 BRTVer mapa
SOUTHWESTERN RYUKYU ISLANDS, JAPAN4.7 29.4 km (18 mi)Wed, 10-Mar-2010 03:28:00 BRTVer mapa
SOUTHERN CALIFORNIA2.5 5.0 km (3 mi)Wed, 10-Mar-2010 03:14:40 BRTVer mapa
ANDREANOF ISLANDS, ALEUTIAN IS., ALASKA4.9 44.0 km (27 mi)Wed, 10-Mar-2010 03:11:35 BRTVer mapa
OKLAHOMA3.1 5.0 km (3 mi)Wed, 10-Mar-2010 03:04:36 BRTVer mapa
VANUATU5.1 215.1 km (134 mi)Wed, 10-Mar-2010 02:19:06 BRTVer mapa
CENTRAL CALIFORNIA3.0 2.7 km (2 mi)Wed, 10-Mar-2010 01:36:38 BRTVer mapa
OFFSHORE BIO-BIO, CHILE4.8 35.0 km (22 mi)Wed, 10-Mar-2010 01:01:48 BRTVer mapa
NORTHERN CALIFORNIA2.5 6.0 km (4 mi)Wed, 10-Mar-2010 00:53:06 BRTVer mapa
SOUTHEASTERN MISSOURI2.6 8.5 km (5 mi)Wed, 10-Mar-2010 00:50:18 BRTVer mapa
SOUTHERN ALASKA2.5 15.2 km (9 mi)Tue, 09-Mar-2010 23:47:35 BRTVer mapa
BIO-BIO, CHILE5.4 35.0 km (22 mi)Tue, 09-Mar-2010 23:41:49 BRTVer mapa
OFFSHORE MAULE, CHILE4.3 35.0 km (22 mi)Tue, 09-Mar-2010 23:07:04 BRTVer mapa
NEAR THE COAST OF NICARAGUA4.4 42.9 km (27 mi)Tue, 09-Mar-2010 22:15:34 BRTVer mapa
OFF THE COAST OF LOS LAGOS, CHILE4.9 35.0 km (22 mi)Tue, 09-Mar-2010 22:07:58 BRTVer mapa
ANDREANOF ISLANDS, ALEUTIAN IS., ALASKA4.2 39.3 km (24 mi)Tue, 09-Mar-2010 21:59:18 BRTVer mapa
BAJA CALIFORNIA, MEXICO3.9 6.0 km (4 mi)Tue, 09-Mar-2010 21:57:49 BRTVer mapa
REGION METROPOLITANA, CHILE4.9 35.0 km (22 mi)Tue, 09-Mar-2010 21:14:48 BRTVer mapa
CENTRAL CALIFORNIA2.6 2.7 km (2 mi)Tue, 09-Mar-2010 20:44:00 BRTVer mapa
ALASKA PENINSULA2.7 13.7 km (9 mi)Tue, 09-Mar-2010 20:18:00 BRTVer mapa
ANDREANOF ISLANDS, ALEUTIAN IS., ALASKA3.2 35.0 km (22 mi)Tue, 09-Mar-2010 19:35:17 BRTVer mapa
OFFSHORE VALPARAISO, CHILE5.1 10.5 km (7 mi)Tue, 09-Mar-2010 19:10:48 BRTVer mapa
OFF COAST OF LIBERTADOR O'HIGGINS, CHILE5.0 33.9 km (21 mi)Tue, 09-Mar-2010 18:59:24 BRTVer mapa
NORTHERN ALASKA2.6 8.1 km (5 mi)Tue, 09-Mar-2010 17:39:00 BRTVer mapa
FOX ISLANDS, ALEUTIAN ISLANDS, ALASKA2.6 11.1 km (7 mi)Tue, 09-Mar-2010 17:33:31 BRTVer mapa
ANDREANOF ISLANDS, ALEUTIAN IS., ALASKA3.4 21.2 km (13 mi)Tue, 09-Mar-2010 17:27:33 BRTVer mapa
CHANNEL ISLANDS REGION, CALIFORNIA3.0 11.7 km (7 mi)Tue, 09-Mar-2010 17:12:11 BRTVer mapa
CENTRAL CALIFORNIA3.7 2.4 km (1 mi)Tue, 09-Mar-2010 17:05:13 BRTVer mapa
ANDREANOF ISLANDS, ALEUTIAN IS., ALASKA3.4 35.6 km (22 mi)Tue, 09-Mar-2010 15:07:00 BRTVer mapa
ANDREANOF ISLANDS, ALEUTIAN IS., ALASKA3.5 35.0 km (22 mi)Tue, 09-Mar-2010 14:08:41 BRTVer mapa
SOUTHERN ALASKA3.3 81.7 km (51 mi)Tue, 09-Mar-2010 14:05:21 BRTVer mapa
KENAI PENINSULA, ALASKA2.6 45.4 km (28 mi)Tue, 09-Mar-2010 12:55:20 BRTVer mapa
ANDREANOF ISLANDS, ALEUTIAN IS., ALASKA3.4 35.0 km (22 mi)Tue, 09-Mar-2010 12:39:30 BRTVer mapa
ANDREANOF ISLANDS, ALEUTIAN IS., ALASKA4.6 35.0 km (22 mi)Tue, 09-Mar-2010 11:52:29 BRTVer mapa
ANDREANOF ISLANDS, ALEUTIAN IS., ALASKA5.7 35.0 km (22 mi)Tue, 09-Mar-2010 11:06:52 BRTVer mapa
KENAI PENINSULA, ALASKA2.6 52.8 km (33 mi)Tue, 09-Mar-2010 10:18:46 BRTVer mapa
SOUTH OF THE FIJI ISLANDS5.1 515.1 km (320 mi)Tue, 09-Mar-2010 09:42:45 BRTVer mapa
BIO-BIO, CHILE4.6 35.0 km (22 mi)Tue, 09-Mar-2010 08:43:48 BRTVer mapa
BIO-BIO, CHILE4.9 33.9 km (21 mi)Tue, 09-Mar-2010 07:48:19 BRTVer mapa
OFFSHORE NORTHERN CALIFORNIA2.8 0.8 km (0 mi)Tue, 09-Mar-2010 07:36:20 BRTVer mapa
CENTRAL CALIFORNIA3.0 0.0 km (0 mi)Tue, 09-Mar-2010 06:06:35 BRTVer mapa
CENTRAL CALIFORNIA3.3 2.3 km (1 mi)Tue, 09-Mar-2010 04:54:28 BRTVer mapa
SOUTHERN CALIFORNIA2.5 5.6 km (3 mi)Tue, 09-Mar-2010 03:08:38 BRTVer mapa
SAMAR, PHILIPPINES5.2 40.9 km (25 mi)Tue, 09-Mar-2010 03:00:42 BRTVer mapa
OFFSHORE BIO-BIO, CHILE4.8 35.0 km (22 mi)Tue, 09-Mar-2010 02:53:30 BRTVer mapa
ISLAND OF HAWAII, HAWAII3.5 31.0 km (19 mi)Tue, 09-Mar-2010 01:31:23 BRTVer mapa
ISLAND OF HAWAII, HAWAII4.4 31.1 km (19 mi)Tue, 09-Mar-2010 01:29:57 BRTVer mapa
SOUTHERN CALIFORNIA4.0 5.4 km (3 mi)Tue, 09-Mar-2010 01:18:22 BRTVer mapa
GREECE4.6 29.9 km (19 mi)Mon, 08-Mar-2010 23:55:05 BRTVer mapa
SOUTHERN ALASKA2.5 75.5 km (47 mi)Mon, 08-Mar-2010 23:19:00 BRTVer mapa
SALTA, ARGENTINA4.8 53.4 km (33 mi)Mon, 08-Mar-2010 22:48:51 BRTVer mapa
SOUTHERN ALASKA2.9 93.8 km (58 mi)Mon, 08-Mar-2010 22:06:20 BRTVer mapa
SOUTHERN CALIFORNIA

terça-feira, 16 de março de 2010

PACURY

Isaac Duarte de Barros Junior*
Reconstruindo o passado pioneiro regional, escrevendo retentivas históricas que me foram contadas, volto a narrar passagens do interessante século vinte no seu começo, quando cavalgando no lombo de cavalo, um gaúcho por nome Aparício Medeiros de Barros, primo irmão do político Antonio Borges de Medeiros, deixou para traz seu passado e o Rio Grande do Sul. Era o ano de 1921, nessa época esse parente do futuro governador daquele estado, sendo pessoa abrutalhada, criada nos padrões regionais do pampa, nele desempenhava seu trabalho campeiro sem admitir questionamentos. Estabelecendo alucinada maneira de mando nos empregados que o cercavam, e como se não bastasse isso, ainda exigia submissão completa da conformada submissa esposa. Agindo nesse estilo grosseiro, num frio mês de junho daquele ano, colocou numa carreta os seus dois filhos Dinarte e Fulgêncio, juntamente com a mulher. De madrugada, esse aventureiro, tomou um rumo que levaria sua descendência ao distante Mato Grosso. O estado, nessa época, era uma espécie de terra das oportunidades, onde diziam os ousados, que quem trabalhava, enriquecia depressa.
Evitando fazer muitos amigos ou esticar prosa com estranhos nas estradas, expondo as raízes da sua belicosa família, o temperamental “maragato” grilou logo na chegada uma área de terras, dando a elas o nome de Pacury. Sendo essa fazenda, próxima da cidade de Ponta Porã, era uma propriedade modelo bem administrada. Nesse lugar, nasceram seus outros filhos do sexo masculino, cuja educação escolar foi esmerada, para os moldes austeros daqueles tempos. Dinarte, o mais velho, nascido em São Borja, dominado pela figura rompante do pai, se casou com uma moça paraguaia de Pedro Juan Caballero. Levou uma vida discreta labutando e nada fez que merecesse maior destaque, até o dia de morrer. Fulgêncio, também gaúcho, igualzito ao pai, viveu algumas aventuras perigosas no Paraguai, até se casar. Entretanto, Aparício Medeiros de Barros, o primeiro dono da fazenda Pacury, era péssimo para fazer quaisquer negócios, contraindo na fronteira enormes dívidas. Amistosamente, querendo ajudá-lo a sair do aperto, o capitão Heitor Mendes Gonçalves, representando a Cia. mate laranjeira, certa vez o visitou e pediu seu voto, com cabalado apoio junto à peonada, para um candidato a deputado, do interesse da empresa. Pela proposta, caso o fazendeiro aceitasse aderir, disse-lhe o visitante que as suas terras griladas e sem domínio, seriam legalizadas. Quanto às dívidas contraídas, garantiu que todas seriam pagas. Tal proposta feita pelo famoso ex-militar, numa rodada de chimarrão, teve como resposta, uma áspera recusa. O caudilho Aparício, amarrado na palavra empenhada com o candidato oponente, desculpou-se e disse ser impossível atender ao pedido.
Como conseqüência dessa negativa, Aparício Medeiros, perdeu o pleito eleitoral e a sua fazenda modelo foi legalizada em nome da companhia mate laranjeira. O taura, desconsolado, morreu solitário, desolado e na miséria. Posteriormente, sua ex-propriedade virou cenário de importantes acontecimentos históricos na década de quarenta. Lá, o presidente Getulio Vargas, sendo recepcionado com um churrasco, resolveu criar a Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND). Vargas, emocionado, ali também reencontrou seus primos da parte materna, os Dorneles. Gaúchos migrantes da cidade de São Borja, lugar para onde o presidente voltaria ao ser deposto do longo governo ditatorial, em 1945.
Nessa fazenda, antiga na região, contam haver acontecido um romance literalmente louco. Fulgencio, moço desempregado, foi contratado para servir de motorista particular do lendário capitão Heitor. Este era grande amigo de um médico estrangeiro, que tinha uma filha com esporádicos problemas mentais. Hospitaleiro, foi formalizado um convite do anfitrião Heitor para o clínico, ocasionando do pai e filha, virem passear uns tempos na acolhedora fazenda Pacury. O médico, bonachão sem maldades, confiou a sua bela filha maluca aos cuidados do atraente Fulgêncio, que propôs fazer longos passeios de carro. Resultado: o rapaz engravidou a moça, cujo bebê nasceu no Rio de Janeiro, recebendo o nome de Sophia. Esta menina crescendo, se casou, tornando a mãe de um ex-deputado estadual mato-grossense, muito conhecido no estado de Mato Grosso do Sul.
E a fazenda Pacury continuou fazendo histórias pitorescas, pois lá trabalhou um médico de nome Camilo Ermelindo da Silva, que se elegeu deputado estadual por Dourados, criando o município de Itaporã. Adjalmo Saldanha foi outro a administrar essa fazenda, este depois se tornou parlamentar e ferrenho opositor da empresa do mate. Fernando Jorge Mendes Gonçalves, filho do capitão Heitor, primeiro deputado federal desta vasta região inexplorada totalmente, gostava de fazer reuniões rurais na fazenda Pacury. Os advogados Aral Moreira e Rangel dos Passos Torres, fizeram parte da folha de pagamento da fazenda Pacury, defendendo seus funcionários nos crimes. Enfim, essa propriedade tradicional, aberta no começo do século vinte pelo gaúcho Aparício Medeiros de Barros, acabou incorporando o seu nome como referencia de localidade e mesmo sem o fulgurante brilho do seu passado, suas animadas festas ainda são lembradas nas nostalgias dos mais antigos...

*advogado criminalista, jornalista.
e-mail: isane_isane@hotmail.com

quarta-feira, 10 de março de 2010

As Prévias do PMDB

Braz Melo (*)

Neste domingo foi escolhido pelo PMDB, através das previas, o candidato a Senador pelo partido para as eleições deste ano.
Dois candidatos disputavam a vaga, Valter Pereira e Waldemir Moka, já que o diretório regional peemedebista decidiu, apesar de ter direito a lançar dois, lançar apenas um candidato do partido, deixando a outra vaga para os aliados.
Uma escolha desta natureza, além de mexer com todos do partido, influencia praticamente todas as agremiações partidárias. Uns, torcendo e trabalhando para que ganhe o que eles acreditam ser o melhor. Outros, adversários desta agremiação, por serem contra, querendo que ganhe o que teria menos chance nas eleições de outubro. Por isso, não se é de estranhar tantas pessoas querendo participar e influenciar nas prévias.
Os dois candidatos são peemedebistas tradicionais e nunca saíram deste partido. Tiveram uma carreira política parecida e fizeram uma campanha de alto nível. Claro, que na planície, aqui no nível do eleitorado, sempre tem uns e outros que se digladiam diferentemente do pensamento dos lideres.
Fui procurado pelos dois candidatos e mesmo não pertencendo à agremiação e não tendo direito a voto, mas como fui o único prefeito eleito por duas vezes em Dourados pelo PMDB e tendo muitos amigos ali, acabei tomando partido pelo Moka, por entender que este teria maior densidade eleitoral para disputar as eleições de outubro.
Com todos os vinte e seis prefeitos do PMDB e outros tantos dos partidos aliados, num total de cinqüenta e três, o Moka teria muito mais chance de conquistar uma das vagas para Senador. Lideranças peemedebistas como os atuais Prefeitos de Campo Grande, Três Lagoas e outros municípios importantes fazem a diferença. Isso sem contar o peso de ter ao seu lado o Governador do Estado.
Realizada as prévias, saiu vitorioso o Deputado Federal Waldemir Moka com quase 70 por cento dos votos.
Agora é hora de todos que dentro do velho PMDB participaram desta festa democrática se unam em torno da candidatura Moka para fazê-lo Senador da Republica por Mato Grosso do Sul.
Cada eleição é uma lição e desta tiramos que se o Valter, ao aceitar as prévias, tivesse vindo a Dourados e juntos de seus companheiros de partido se comprometesse a pedir uma licença com o intuito de trabalhar nas previas e com isso Dourados teria seu primeiro Senador, já que o Eduardo Marcondes é seu suplente direto, o resultado aqui teria sido mais expressivo para seu lado. Teria sido uma demonstração de carinho e respeito para com os peemedebistas douradense. Desta maneira, ninguém teria coragem de trabalhar contra a candidatura dele, mesmo que durante seu mandato pouco ou quase nada destinou para Dourados. Ao deixar de oferecer isto, deixou que outras lideranças tivessem a liberdade de poder trabalhar para o Moka.
Como nesta eleição teremos a troca de dois terços do Senado e por isso teremos direito a votarmos em dois senadores, é hora do Vice-Governador Murilo colocar seu bloco na rua, pois se o PMDB já tem o seu candidato, ele poderá representar muito bem os aliados na chapa do Governador André.
Lembro que nas eleições passadas o candidato Egon, que na época era também Vice-Governador, teve mais votos para Senador no Estado do que o candidato a Governador Delcidio do Amaral.

terça-feira, 9 de março de 2010

TERRAS DEVOLUTAS

Isaac Duarte de Barros Junior *
As atividades extrativas da erva-mate nas terras devolutas do Mato Grosso, aliadas a frustrada revolução caudilha sob o comando do uruguaio Gumercindo Saraiva no Rio Grande do Sul, foram os motivos para aparecerem as primeiras cidades sul mato-grossenses na década de oitenta do século que passou. Mesmo, já depois de 1912, o estado ainda arrendava 1.400.000 hectares de terras devolutas para a exploração das matas de ervais, com monopólio particular no uso da navegação nas zonas de acesso aos rios. Esse arrendamento custava aproximadamente trezentos e cinqüenta contos de réis, anualmente recolhidos aos cofres do tesouro estadual pela arrendante Empresa Mate Laranjeira. Celebrado na monarquia de Pedro II, esse contrato esdrúxulo faria o governador Pedro Celestino Correa da Costa, rebelar-se contra direitos administrados bandoleiramente ao longo dos nossos rios. Afinal, nessas terras devolutas mato-grossenses estava o grosso dos ervais, tornando dispensável a sua compra. Bastava, no período, um contrato de arrendamento para explorá-la, com pagamento parcelado. Como opositor do contrato infame, o deputado estadual pontaporanense Adjalmo Saldanha, inutilmente pugnava pela divisão das terras devolutas e pelo uso público dos rios, já que eram poucas as estradas mato-grossenses existentes para transitar.
Muitos revoltosos sulinos, privilegiados por haverem conhecido a região sul de Mato Grosso, na época da guerra tríplice aliança como combatentes, nesse tempo retornariam de carretas, acompanhados dos familiares, escolhendo onde queriam parar. Enquanto outros plantariam roças e ergueriam ranchadas, abrindo estoicamente no machete, novas léguas de caminhos a serem trilhados. Esses lugares foram povoados rusticamente sem qualquer planejamento na paisagem bucólica, levantados no alvorecer do século vinte. Na forma de modestos ranchos, apinhados de mulheres com crianças, eram rusticamente cobertos de capim sapé. Transcorrendo alguns anos, essas ranchadas transformar-se-iam em lares, onde pessoas de nacionalidade estrangeira fixariam as suas moradas.
Sem querer criar polemica, reafirmo com base em pesquisas irrefutáveis, que a nossa cidade de Dourados é um produto dessas circunstancias históricas. Nascida em conseqüência do povoamento nas terras devolutas, muitos são os seus anônimos fundadores. Fazendo justiça a esses audazes pioneiros do passado, é falso tipificar o fazendeiro Marcelino Pires, como o fundador ou doador das terras douradenses. Que, aliás, nunca foram suas. Ao contrário, elas já estavam habitadas e prósperas, antes mesmo da sua chegada, testemunhariam em depoimentos escritos posteriormente, dois dos seus filhos antes de falecerem. E se a essa suposta doação realmente aconteceu, deveria haver provas documentais para serem confrontadas. Portanto, onde estão arquivados os importantes documentos de doação, fazendo de Marcelino Pires, fundador? Respostas simples: não existem.
Também, os estabelecimentos comerciais ervateiros de Alfredo Barbosa, batizado como o “Caarapó”, e o “Lagunita” do Alfredo Antunes Marques, só apareceram muitos anos após a existência do “Novilho” de João Augusto Capilé. Nesse caso, à formação da cidade de Caarapó, antes de se oficializar aquilo que se conta a respeito da sua fundação, a verdadeira história passaria pela lendária Vila de Campanário, cidade planejada nos ervais, e seu primeiro administrador Raul Mendes Gonçalves, o “Raulzito Carapé”. Enquanto o Distrito de Lagunita, se este existe, é graças ao “Ricão Jaguá” do Ismenio Cabrera e o “Jagaretê” do José Bataglin. Até mesmo a cidade de Ponta Porã, que já foi o nome de um território federal brasileiro extinto, nasceu na cabeceira do Bopeí em decorrência dos pousos de tropeiros viajantes. Porém, a sua história oficial, foi encomendada pelo chefe político brasileiro, o coronel Baltazar Saldanha. Em síntese, a “princesa dos ervais”, começou mesmo a aparecer regionalmente, apenas no começo do século vinte, como a maior e mais próspera cidade na fronteira do Brasil com o Paraguai.
Todavia, o lamentável ápice dessa epopéia confusa, deu-se nos milhares de acres das madeiras nobres, que foram queimadas sem necessidade. Na Colônia Nacional Agrícola de Dourados, focos de incêndios aconteceram por falta de organização na entrega dos primeiros assentamentos pelo Ministério da Agricultura, no governo de Getulio Vargas. Migrantes nordestinos cansados de esperar pelo seu sonhado lote, em nome da sobrevivência familiar acabaram se embrenhando nas matas virgens sem ser autorizados, derrubando parte da floresta para fazer o cultivo das lavouras, em seguida ateando fogo. Esses descuidos, praticamente devoraram matas nativas, destruindo a fauna em grande parte do estado. Nessas terras, devolutas, colonos implantaram as cidades mato-grossenses, áreas que eram do domínio estadual, conseqüentemente patrimônio da União. A propriedade particular, só se adquiria por requerimento. Usar outro método, nesse caso, nunca passou de “grilagem”. Melhor mesmo, encerrando estas conclusões, seria pedir para os escritores novatos inconvenientes, o favor de não misturarem estórias com história, principalmente em se tratando das terras devolutas e nomes dos fundadores de cidades...

*advogado criminalista, jornalista.
e-mail: isane_isane@hotmail.com

sábado, 27 de fevereiro de 2010

JUVENTUDE INOCENTE...

*Isaac Duarte de Barros Junior
Nos falados anos sessenta, havia um procedimento social diferenciado na conduta e no estilo de vida dos mancebos douradenses, que em nada se assemelhava ao comportamento moderno da juventude atual. Divididos em pequenas turminhas, denominação achegada das chamadas patotas, essas rodas de amigos inseparáveis nas festas, se divertiam muito durante as reuniões sociais daqueles tempos, indo dançar no único Clube Social, antes assistindo um bom filme no Cine Ouro Verde. Irrequietos, os filhos de paraguaios, naquela época, nunca participavam das mesmas badaladas festinhas no centro. Isso, até que brasiguaios educados como Leonidas Além e Ladislau Aguilera, demovessem seus iguais de agirem ao contrário, acabando com as complexas diferenças sociais. Conversando bastante sem a presença de psicólogos que nem existiam, dezenas de jovens irônicos pressurosos da colônia paraguaia, na sua maioria residindo no Jardim Itália, um loteamento idealizado pelo engenheiro italiano Vitório Fedrizzi, foram convencidos a se aproximar.
Os nisseis dessa juventude, mais taciturnos, exceto os componentes das famílias Iguma, Miguita, Doko, Yamachita, Takimoto e outras que não me lembro, evitavam participar dos encontros sociais fora das dependências do Clube Nipônico, ou num campo de beisebol erguido na Cabeceira Alegre, onde o atleta Konio Misushima, com suas tacadas esplendidas, empolgava a assistência na torcida. Já os rapazes de origem árabe, comerciantes recém chegados emigrantes dos seus países de origem, gostando tradicionalmente de mastigar alho e cebola crua, tornavam-se pessoas difíceis de incluir nos congraçamentos da juventude, acredito por se expressarem muito mal na língua portuguesa. Além disso, quase sempre nas tentativas de namorar, eram evitados pelas moças púberes nativas.
Suas futuras namoradas e esposas, geralmente, chegavam prometidas em acordos prévios, costume nas arábias, que surpreendia a todos os moradores locais pela grande beleza das mulheres, quando chegavam casadas procedentes do Oriente Médio, adotando Dourados para criarem seus filhos e viver aqui o resto da vida. O moço Zaki Gebara e seu irmão Osman, ainda sonhavam nessa década, achar um local melhor situado, para construírem nele uma mesquita mulçumana. Nas conversas informais que mantinham com o arrebatado prefeito Napoleão Francisco de Souza, um católico praticante, este ficava arredio na posição se devia colaborar ou não. Então, estourou a revolução de trinta e um de março no ano de sessenta e quatro, com regras fiscalizadas sistematicamente pelo brioso subtenente PM Hermógenes, proibindo os pacatos populares de fazerem quaisquer tipos de reuniões, juntando numero superior a dez pessoas. Na Praça Municipal Antonio João, os moços que costumavam se reunir no local à noite, contrariados, usando da condição financeira, passaram a freqüentar forçosamente divididos, os bares Lucchesi, Pingüim e Galo Fino. A dupla, Milionário e José Rico davam canja neste ultimo, porque ainda eram desconhecidos e pobres. Ali também, um gaiteiro de Maracajú de apelido Zé Correa, dedilhava com o Didi.
Nesse período temporal que longe vai à noção, no Ginásio Estadual Presidente Vargas, dirigido pelo professor Celso Amaral e nos bancos escolares do Ginásio Osvaldo Cruz, propriedade do professor paraibano José Pereira Lins, os dois educandários de ensino secundário começavam a delinear os futuros doutores da terra. Alguns, depois de concluírem seu curso científico, prosseguiram estudos nas regiões brasileiras sul e sudeste, prestando vestibulares concorridos e ingressando a seguir nas faculdades de renome. Jadir de Mattos e Walmir Pedroso seriam os nossos primeiros douradenses a formarem-se médicos. Cláudio Iguma e Lauro Machado, presidente da Casa do Estudante em Curitiba, escolheram serem advogados. Alisson Gordim colaria grau em medicina veterinária, enquanto outros estudantes adotados, unidos aos aqui nascidos como a Elizabeth Rocha, se tornavam farmacêuticos e professores.
Interessante, observando o lado positivo nessa geração cheia de idealismo, foi á inexistência do pernóstico alcoolismo e da comentada violência hoje praticada nas salas de aula e nos clubes recreativos. Dependências químicas nos corredores dessas escolas de ensino superior, nem pensar naqueles tempos. Afinal, aquela cabocla geração moça, foi bem mais sequiosa do saber em minha opinião, respeitando os seus mestres no trabalho ou fora dele. Nas universidades dessa sociedade do passado, pensando refletidamente, sentia-se sem dúvida, presente o espírito acadêmico nos alunos. E efetivamente, quanto mais o tempo se distancia daqueles anos sessenta do século vinte, mais envelhece na minha saudade, as memórias dessa juventude pura e inocente...
*advogado criminalista, jornalista. e-mail: isane_isane@hotmail.com

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O que os pais desejam para seus filhos

Braz Melo (*)
Todos os pais têm os seus sonhos para com seus filhos. Mesmo antes de nascer, a maioria já tem a sua preferência. Uns querem que nasça homem, outros que seja mulher. E tem alguns que ficam desiludidos com o nascimento diferente do sexo que ele gostaria.
Nascido, antes de dar os primeiros passos, o pai já compra a camisa de seu time do coração e começa a torcida para que ele siga a mesma equipe dele. O pai pode torcer até pelo Clube Atlético Juventus, que ele não aceita que seu filho torça por outra agremiação. Se o pai torcer por um dos grandes times paulista, não admitirá de maneira alguma que o menino torça por um dos rivais. É um grande desgosto para alguns pais, que seu filho torça para o São Paulo, sendo ele Palmeirense.
Mas isso é só o inicio.
Anos depois, no natal, o guri tem uma vontade imensa de ganhar uma bicicleta, mas seu pai lhe dá um jogo de botões especialmente feito para ele, com as cores do Juventus. E a mãe o presenteia com um par de abotoaduras de madrepérola. Esquece que nem camisa de manga comprida ele tem ainda.
O pai desde criança já escolhe a profissão de seu filho. O Junior vai ser médico! E fica sonhando com o menino de calça, jaleco e sapatos brancos, com um estetoscópio pendurado no pescoço. Quando a criança chega ao ensino fundamental e descobre que o Juninho não pode ver sangue que quase desmaia, fica completamente desesperado e parte para o plano B. Vai ser engenheiro! Construir casas. A verdade é que os pais (e as mães também) querem impor aos seus filhos a vontade deles. Normalmente, querem que seus filhos façam o que eles gostariam de ter feito, quando tiveram a oportunidade de fazerem seu vestibular e por algum motivo não o fizeram.
Presentes? Filho não tem gosto. Querem dar para seus filhos o que queriam ter ganhado quando crianças e não ganharam.
O menino vai crescendo e já se interessa por alguma coleguinha da escola. O pai fica todo orgulhoso, mas a mãe já fica imaginando os dois no altar casando e se a noiva (já a vê como tal) vai roubar seu filho. Começa a achar defeito na menina. Não vê que o primeiro amor de um garoto, a menina nem sabe que está sendo namorada.
O pai, apaixonado por futebol, leva-o para uma escolinha de futebol e quer que ele seja centro-avante. O menino queria mesmo era jogar de goleiro. Ser um novo Rogério Ceni. Claro que não deu certo com o futebol.
Vem o vestibular e o Junior tenta passar em Engenharia, como os pais gostariam. Tenta três vezes e nada. Começa a desconfiar que não é bom em matemática e tenta fazer Letras. Passa na primeira tentativa, mas o pai quase tem um enfarto.
A situação financeira da família fica um pouco mais apertada e ele tem de ajudar no orçamento familiar. Procura emprego e acaba tendo a ajuda de um amigo, que o apresenta a um tio, dono de uma oficina de recuperação de motos, para auxiliá-lo como mecânico.
O tempo passa e já namora firme com a filha do dono da oficina que trabalha. Sua mãe ainda não descobriu que uma regra familiar elementar é que quem tem um filho, ao este se casar, o perde para a família da noiva. E quem tem uma filha, acaba ganhando um filho, quando esta se casa.
Os pais têm de saber que a maior herança que podemos deixar para nossos filhos é a educação, mas devemos os deixar escolherem o que querem fazer.
O Junior acaba se formando em Letras, mas ele é mesmo um senhor doutor em mecânica de motos.

NOMES DE PRAÇAS E RUAS

Isaac Duarte de Barros Junior*
Os desconhecimentos de detalhes ou dos pormenores passados, algo especial que os argumentos consideram ser fato histórico, podem ser preenchidos com exaustivas prudentes análises. Porque esses dados basilares tão essenciais, agora transformados em publicações pelos historiadores, se abrolhados com as informações motivadoras de estudos envolvendo pesquisas dos acontecimentos passados, devem realmente se tornar livros, não opúsculos supostamente contendo a verdade. Principalmente, quando neles surgem algumas grosseiras alterações em se tratando da história douradense, que só não resultou mais trivial, graças aos depoimentos prestados pelos últimos pioneiros vivos, a escritores e jornalistas ponderados. Ocorre que o frenesi temerário dos desinformados, posando de historiógrafos, gente sem qualquer retentiva, insiste produzir embustes, jactanciosamente mudando passagens do alvorecer municipal. E fazem-no, mesmo que afrontem as famílias tradicionais, falseando a saudosa memória dos nossos fundadores.
Não possuindo o Legislativo Municipal, melhor atilamento nas homenagens ali prestadas, muitos jovens vereadores bajuladoramente reverenciam conspícuos cidadãos mortos, emprestando precipitadamente os seus nomes a praças e logradouros. Geralmente, os arrojados parlamentares assomam impetuosamente na tribuna da edilidade, fazendo suas costumeiras clássicas leituras de currículos póstumos dos homenageados. Todavia, enquanto corriqueiramente as vassalagens advêm no âmbito municipal, pioneiros autênticos que já prestaram impagáveis serviços a cidade, são esquecidos. Resultando dessa falta de melhor agudeza, escolas públicas receberem nomes de analfabetos, enquanto os falecidos burgueses chegados recentemente tornam-se repentinamente denominação de suntuosas avenidas em bairros nobres. O interessante desses nomes mudados por força de projetos legais aprovados unanimemente, é que embora transcorridos vários anos desde as mudanças dessas designações, essas ruas ainda continuem lembradas originariamente por seus antigos nomes, não obstante possuam novas placas indicativas. Todas inoportunamente, foram rebatizadas por alguns edis e simplesmente continuaram sendo mencionadas pelos seus títulos originais.

Uma das estresidas experiências humanas veste-nos de inconformismo, como possuidores que somos do privilégio de haver registrado cenas passadas e ter convivido entre pessoas extraordinárias hoje perecidas, conquanto já transcorridos mais de doze lustros na coletividade que nascemos e vivemos. Mister implicitamente, portanto, se faz complementar a defesa dos verdadeiros pioneiros olvidados. Assim pensando, analisei curiosamente um gráfico urbano da cidade de Dourados, com antonomásias e nomes recentemente modificados colocados em logradouros, que pudessem intencionalmente distinguir as lembranças dos aquilatados pioneiros. Para meu espanto, poucas alamedas e praças ainda carregavam na denominação de via pública inaugurada, quaisquer alusões a esses antigos habitantes douradenses. Cheguei a pensar na hipótese, de ter acontecido alguma iniqüidade proposital em desfavor dos desbravadores, tal era o meu espanto.
Pois numa cidade moderna, reconhecido centro universitário sul-mato-grossense, essa conduta seria inaceitável, mesmo que nela comunitariamente os novos residentes e seus lideres políticos, ignorassem ou desejassem ignorar a biografia dos antigos habitantes, pessoas que foram consideradas as responsáveis pelos primeiros passos dados rumo ao desenvolvimento existente. Essa extravagante nova ordem social habitacional, fosse mais assisada, jamais deveria tencionar colocá-los na vala comum dos deslembrados. Inclusive, afastando-os da consideração principal que merecem e da importância adquirida pelos ingentes feitos labutadores, que praticaram como homens e mulheres, construtores do passado local. Intensas homenagens públicas, na veracidade, lhes deveriam ser tributadas, ao menos de vez em quando para festejá-los. E mesmo que a história seja conhecida como o abrigo de relatos contendo informações nem sempre exatas ao serem transmitidas, se permitirmos que ela seja deturpada por douradenses adotados, conhecendo-a, seria uma atitude negligente...

*advogado criminalista, jornalista.
e-mail: isane_isane@ Hotmail.com