quinta-feira, 30 de abril de 2009

A Vila Cachoeirinha

Braz Melo (*)
Recebi o convite do Deputado Geraldo Resende e do prefeito Ari para participar do lançamento dos serviços de galerias e drenagem de parte da Vila Cachoeirinha. Fiquei feliz e fiz um e-mail agradecendo e me desculpando, pois tinha compromisso agendado anteriormente.
Geraldo tem trazido muitos recursos para nossa cidade e região. Quem dera se na época que eu fui prefeito, tivesse um deputado federal para trazer tantos recursos para o desenvolvimento de nossa cidade, como o anterior e o atual estão tendo do Geraldo. A maior parte das obras feitas por nós foi com recursos próprios. Tirados da própria carne.
A vila Cachoeirinha nasceu na minha primeira gestão, quando toda segunda-feira à tarde eu separava para receber qualquer morador de nossa cidade para reivindicações. Reparei que duas coisas o povo mais pedia. Remédio e casa para morar.
Como aquelas pessoas normalmente eram empregados informais e não tendo programas habitacionais feitos para eles, então resolvi procurar uma área e começar um programa onde a Prefeitura desse o terreno, o Governo do Estado entrava com a água e energia e os moradores construíam sua casa.
Ali antigamente funcionava o Matadouro Municipal de Dourados. Ao lado tinha uma área do Senhor Valdomiro Monteiro, douradense, que morava em Ponta Porã e que anteriormente tinha vendido uma parte da área para construção da lagoa de Oxidação da SANEMAT.
Na primeira visita aquele local pude ver uma pequena queda d água, onde alguns garotos tomavam banho. O nome saiu dalí, Cachoeirinha.
A partir daí foi amor a primeira vista. Fizemos o primeiro loteamento social de Dourados. Depois de feito o projeto e aberto as primeiras ruas, abrimos inscrições para que todos que não tinham terrenos ou casas tivessem oportunidade de construir a sua casa.
Quem recebia o lote tinha três meses para construir sua casa. Muitos resolveram montar uma barraca de lona preta e já morava lá, pois além de economizar o aluguel, cuidava de seus tijolos para que não os roubasse a noite.
Aquilo virou um formigueiro. Gente para todo lado.
O projeto contemplava perto de 1.100 lotes, obedecendo as normas de engenharia e de proteção ambiental.
Os contratos eram feitos de preferência em nome das mulheres, pois elas têm mais amor pela sua casa. É seu lar. O homem é mais nômade e não tem tanto amor pela sua residência.
Houve, durante muito tempo, uma discriminação com os moradores daquele bairro, como antigamente era a Vila Rosa e Vila Índio. Construímos um CEU, uma creche, um posto de saúde e uma lavanderia comunitária, que até hoje é o “ganha pão” de muita senhoras que moram ali.
Fizemos três pontes interligando os bairros com a nova vila (duas com emendas do Senador Ramez Tebet) e na segunda gestão fizemos algumas drenagens e galerias de água pluviais, com emenda do Deputado Federal Marçal Filho.
A SANESUL construiu um esgoto sanitário, que para baratear foi feito passando nos quintais das moradias e os moradores ligavam o esgoto e também a galeria de águas pluviais. Toda chuva dava um super dimensionamento de água e era um “Deus nos Acuda”.
Na gestão do Humberto Teixeira foi feito a experiência de calçar as ruas de ônibus com pedra. Dava emprego e beneficiava o seu bairro.
Houve muita invasão, principalmente na época de mudança de governo. Tem gente especializada em promover este crime.
Deixamos na segunda gestão o contrato assinado do HABITAR-BIRD para a retirada dos invasores e colocarem eles em outros locais, feitos pelo prefeito Tetila.
Para ser o bairro que sonhamos vai demorar um pouco mais, porém as administrações trabalharam bastante para diminuir o sofrimento daqueles que não tinham um terreno, muito menos um teto, mas esperança e muita força de vontade.

As Rotatórias e o trânsito de Dourados

Braz Melo (*)

Muita gente pensa que as rotatórias que implantamos em Dourados trouxemos a idéia da Alemanha. Mas foi uma idéia que copiamos de Goiânia, uma das poucas capitais brasileiras planejadas.
No início, muita gente estranhou. Uns achavam que os caminhões não conseguiriam fazer a curva. A maioria acreditava que teriam muitos acidentes ali.
Lendo a coluna Informe C do meu amigo tricolor das Laranjeiras, Cícero Faria, reclamando providencias para novo estudo do transito de nossa cidade e dando a entender que algumas rotatórias estariam atrapalhando o transito em Dourados. Que elas já prestaram o serviço que poderiam prestar, aproveito para discordar em parte.
Só para ilustrar, conheço além de Goiânia, rotatórias em Brasília, Londrina e Maringá aqui no Brasil. Todas cidades planejadas.
A vantagem das rotatórias é que elas diminuem a velocidade do transito, sem serem necessário os quebra molas, que na administração passada daqui de Dourados foram implantados indiscriminadamente. Ela dá condições aos motoristas poderem dobrar a esquerda sem problemas. E nas horas de pouco transito, principalmente à noite, o motorista não tem que esperar o sinal abrir, pois é a hora apropriada para assaltos.
Outra vantagem das rotatórias é a de poucos acidentes em relação às encruzilhadas com semáforo. E no caso de acidentes, é por culpa do motorista, principalmente por alta velocidade.
Realmente existem rotatórias que precisam de mudanças no entorno delas. Uma é a da estatua do Getulio, esquina das Avenidas Presidente Vargas com Joaquim Teixeira Alves, pois o estacionamento no canteiro central em frente dos Bancos Bradesco e Itaú cria a maior confusão na hora do pico do horário bancário. Nesta rotatória passam menos carros do que na da Marcelino com Nelson de Araujo e nesta não tem esse engarrafamento. Porque não tem estacionamento central. Naquela deveria arrancar o canteiro central e obrigar os carros a só irem para frente. Nestes locais seria proibido sair de ré. É este o maior problema ali, além de deslocar o semáforo da esquina com João Candido Câmara para mais para frente, pois liberaria os carros à direita nesta rua. Em algumas cidades que tem essas rotatórias já implantaram este sistema, que funciona muito bem.
As duas maiores rotatórias de Dourados precisam ser mais bem iluminadas, ou melhor, só falta substituírem as lâmpadas queimadas. A do Monumento ao Colono, que há oito anos está completamente a escuras e que colocaram um baita de um quebra molas desnecessário na sua entrada. Já a Rotatória da Bandeira, na Praça Walter Guaritá, que também há oito anos está com as luzes apagadas, cometendo um crime, pois a bandeira nacional não pode ficar no escuro (Lei 5.700; art.15 & 3). Inclusive a bandeira que lá se encontra parece a da retomada de Corumbá, de tantos furos e rasgos.
Tem que se pensar também nas ciclo faixas, pois em todo lugar do mundo que é feita na rua tem de ter uma calçada de pelo menos 80 centímetros dividindo-a da pista de rolamento dos carros. Com calçadas largas como a nossa, é mais fácil remove-las para as calçadas. È bem menor uma batida entre uma bicicleta e pessoas do que com um carro.
Outra modificação é sobre as caçambas de entulhos. Deveriam passar para calçadas também, pois se tem alguém que deve ser incomodado é o que precisa deste utensílio. Porque todos devem ser incomodados? E diminuiriam os acidentes graves que tem acontecido em Dourados entre carros e principalmente motos com as caçambas de entulhos.
Tem outro problema sério em nosso transito que são os cruzamentos de 100 em 100 metros. Além de aumentar o risco de colisões, vai ser um “Deus nos acuda” o dia que for resolver este problema, fechando 2 ou 3 ruas no canteiro central da Marcelino Pires e deixando só uma aberta, mas esse assunto é para outro dia.

ACAMPAMENTOS

Isaac Duarte de Barros Junior *

Nos movimentados acampamentos saudosos, dos primeiros desbravadores técnicos em abrir estradas, montados no flanco das matas prolixas douradenses, nas faixas abertas de malhas vicinais no começo dos anos quarenta do século findo, trabalharam diversos engenheiros e topógrafos, acompanhados de muitos peões robustos. Nesse tempo, cultivava-se de maneira saudável e fraternal, o auxilio poroso do pioneirismo. Esses trabalhadores, muitas vezes auxiliaram nas necessidades de medicamentos, os nossos primeiros colonos agricultores acampados a margem dessas rústicas estradas. Tais acontecimentos se deram, enquanto essas centenas de brasileiros esquecidos abriam nas trilheiras nativas os caminhos do progresso. Enquanto esperavam ansiosos juntamente com as suas famílias, o momento de ingressarem na posse das terras que lhes seriam doadas, os migrantes ofereciam seus serviços braçais.
Diversos desses povoadores, na sua maioria nordestinos de nascimento, trabalharam temporariamente como contratados cortadores de machado e foice, abrindo as primeiras picadas nas trilhas que eram traçadas. Nesse tempo em nossa região progressista, o direito de posse numa propriedade, fosse de quem fosse, era respeitado e reconhecido pelos ordeiros migrantes retirantes das terras cálidas, os quais aguardavam pacientemente o momento de receberem o seu pedaço destinado nas glebas devolutas. Hoje, os “cabeças chatas” daqueles tempos, são reconhecidos como os fundadores de muitos municípios sulmatogrossenses.
Diferente da estranha política agrária aplicada pelo governo federal no momento, bem antes de iniciar muitos dos atuais distúrbios no campo, havia tranqüilidade na roça, e, qualquer chefe de família com seus filhos na idade adulta trabalhavam em parceria rural nas lavouras, calejando as mãos, ou até como peões de outros colonos já assentados. Enquanto labutavam sob o calor do sol inclemente daqueles dias, esses desbravadores aguardavam a liberação do seu quinhão de terra, para amanhá-la plantando e em seguida colher. Feita a colheita, vendiam ou trocavam os grãos produzidos, alimentando as pessoas da zona urbana, onde sempre existiam compradores interessados nas suas mercadorias.
Para alguns colonos que optaram pela pecuária, havia muita terra produtiva, e nestas tendo implantadas benfeitorias com pastagens formadas, geralmente elas se tornavam propriedades valorizadas, sendo muitas delas posteriormente compradas, se fosse essa a vontade dos empresários interessados em importar e exportar a carne vacum. Essas áreas produtivas, na fase da colonização, historicamente, jamais foram invadidas por gente desclassificada como as que vemos invadir terras dos outros agora. Na verdade, essas pessoas de mau caráter, direcionadas por pseudos intelectuais da atual política agrária, incentivam pessoas que simplesmente nunca trabalharam no campo, a invadir propriedades rurais.
No transcorrer dos anos, a zona rural se desenvolveu bastante e os bem vindos acampamentos daqueles barnabés das estradas foram desmontados após a missão cumprida. Muitas dessas faixas vicinais transformaram em estradas estaduais asfaltadas, cruzando rodovias federais. Entretanto, com o tempo passando, sob o olhar espantado dos novos empreendedores rurais, na maioria agricultores vindos do sul brasileiro, eles assistiram serem montados novos acampamentos à beira de quase todas essas estradas. Ameaçadoramente, seus ocupantes, invadiam e queimavam, matavam ou causavam enormes prejuízos. Pelo que fui informado por ruralistas plantadores, todos esses malfeitores do século vinte e um receberam a alcunha de os “sem terras”.
Bandoleiramente, esse grupelho agora leva desassossego e temor ao campo. Inclusive, para o interior das áreas reservadas aos nossos pacatos indígenas honestos. Suas presenças malévolas, incentivadas pela esquerda radical incendiária, acabaram depois de tantas invasões depredatórias, semeando o medo e desconfiança nos produtores rurais, fazendo a classe dos ruralistas se unirem e investir em seguranças particulares, produzindo com esses gastos menos do que poderiam produzir plantando.
Assim, enquanto esses facínoras disfarçados de agricultores recebem auxilio médico e alimentos, parte deles seguem organizados em bandos, postando-se vadiamente com suas famílias em estado lastimável na frente de propriedades produtivas, tramando como quadrilheiros qual o melhor momento para invadir uma propriedade rural. E se nada for feito para coibir esses abusos, que contenham esses seres ensandecidos, untados pelo ódio das mágoas de diferenças sociais como estão lambuzados; os alimentos inevitavelmente irão faltar nas mesas, porque eles nada produzem. Desgraçadamente para a nação, também não deixam ninguém e quem quer produzir, fazê-lo em paz.
Melhor analisando os últimos lamentáveis episódios dessa briga campal, creio que esses avanços vândalos, resultarão na falta gradativa de produtos cada vez maior nos mercados. E se antes os favelados pilantras urbanos, urdiam roubos nas suas malocas, transformando-as em um covil temporário, a violência agora se interiorizou nas regiões brasileiras, incluindo a nossa. Creio que uma grande parte deles, tem personalidade voltada para o crime e está se deslocando rumo á zona rural. Pior, é que as nossas matas douradenses desapareceram e as poucas reservas florestais estão sendo danificadas por iniciativa de beócios. Certamente, com esse último gesto depredatório impertinente, o futuro da pecuária e da agricultura que assentaram os pilares de Dourados está desoladoramente condenado...

advogado criminalista, jornalista.
e-mail : isane_isane@hotmail.com

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Se eu fosse você

Braz Melo (*)

Esta semana o filme “Se eu fosse você” bateu o recorde de bilheterias de filme nacional mais assistido. Ultrapassou a bilheteria de “2 filhos de Francisco”, aquele filme que conta a vida de Zezé de Camargo e Luciano, que assisti e chorei bastante. E tem gente que é doido para fazer coisas que nunca pensou em fazer, acreditando ser fácil. Pelo filme vimos como esses grandes cantores sertanejos sofreram para ter a fama que tem hoje. Os trouxemos na inauguração do asfalto no bairro Ouro Verde em 1991. Eles estavam iniciando seu grande sucesso. Eles eram tão novos e não aparentavam que tinham sofrido tanto.
Não gostei muito do “Se eu fosse você”, talvez pelo enredo, pois os artistas Toni Ramos e Gloria Pires são espetaculares.
O nome do filme nos dá condições de imaginar, no cotidiano, diversas idéias diferentes daqueles que tem obrigação de fazer muita coisa.
Imaginem quantos auxiliares gostariam de dizer para o chefe: - Se eu fosse você... Faria desta maneira. Mas a grande maioria não tem coragem ou nem quer se meter.
E no futebol? Quantos palmeirenses gostariam de dar opinião ao Vanderlei Luxemburgo. E o Dunga? Esse nem se fala. É um Brasil inteiro dando opinião quem ele deve escalar. Há tempos atrás teve até um personagem do Jô Soares, que ligava para o Telê Santana e mandava: ”Bota o ponta, Telê...”.
Imaginem quantos gostariam de falar isso com o Presidente da Republica?
Com o Prefeito, por estar mais próximo de nós, temos mais esta oportunidade. Mesmo tendo muitas tarefas a cumprir, e que o inicio é muito corrido, espero que algum assessor leia e passa para ele.
Se eu fosse você, procuraria evitar mudar nomes de prédios públicos como o que saiu o fez e você acabou de fazer. Antigamente era o Hospital da OMS. Passou para Hospital Regional e que mais tarde mudou para Hospital Maria Aparecida Pedrossian, que depois mudou para Hospital da Mulher, que passou para Hospital de Traumas e a poucos dias você mudou para Hospital da Vida. É muita mudança pra atender tão pouco, não acha?
Falo tão pouco, porque outro dia estive no Parque das Nações 2 e o posto de saúde estava fechado na hora do almoço. Quer dizer que ninguém pode adoecer das 11 às 13 horas? Só falta mandar uma lei para aprovação dos vereadores para que isso seja obrigatório. Se eu fosse você, mandaria uma turma entrar duas horas depois dos outros, para que na hora do almoço tivesse alguns funcionários para atender a população. Assim teria gente atendendo pelo menos durante o expediente normal, enquanto não dá para cumprir sua promessa de campanha de atender 24 horas.
Esses dias atrás teve um simpósio na UEMS/UFGD e foi discutido sobre residências medicas aqui em Dourados. Eu já tinha abordado este assunto em 19/03/09 no artigo “Os novos médicos de Dourados”. Espero que alguém da Secretaria Municipal de Saúde tenha ido lá e discutido com o palestrante de São Paulo e os diretores da Faculdade de Medicina.
Fiquei sabendo que vão fazer galeria de águas pluviais no bairro Cachoeirinha. Se eu fosse você pediria para que no projeto estudassem a passagem da travessia da estrada que liga a Ponta Porã e também a que liga a Caarapó, pois pode criar um gargalo nesses locais e represar a água da chuva. Aquela travessia foi feita há muito tempo e não tinha nada impermeabilizado (asfalto) naquela região.
Mas isso, se eu fosse você...

Conselho a Moisés (A Divisão de Responsabilidade)

Braz Melo (*)
Êxodo 18:18,21, 22 18 Certamente desfalecerás, assim tu, como este povo que está contigo. O trabalho te é pesado demais; tu só não o podes fazer. 21 Mas procura dentre todo o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez. 22 Julguem a este povo em todo o tempo. Que a ti tragam toda causa grave, mas toda causa pequena eles mesmos a julguem. Assim a ti mesmo te aliviarás da carga, e eles a levarão contigo. [Cf. os versículos 13-26.]
Esta é uma parte da Bíblia, no livro Êxodo em que Jetro, sogro de Moisés o aconselha a delegar algumas das suas responsabilidades, pois ficou preocupado, já que o povo era numeroso e Moisés sozinho julgava todas as causas, aconselhava as pessoas, dava as ordens e tudo isso poderia levá-lo a um profundo cansaço.
É o que dizem estar acontecendo com o Prefeito Ari. Batendo escanteio e indo para a área cabecear. Seria importante ele ter Secretários em que ele confiasse, pois ninguém consegue tocar uma Prefeitura como a de Dourados sem ter pessoas de sua confiança para ajudá-lo.
E não adianta colocar um auxiliar para cuidar do Secretário, pois além de tirar a força do oficial, acaba criando outro Secretário. Genérico, mas que cria uma bruta confusão. Podem reparar que cada Secretaria tem dois Secretários, ou pelo menos dois que mandam. Isso nunca funcionou e creio que não será agora que irá funcionar.
Talvez por isso que o Secretario de Saúde numero um, Edivaldo Moreira, melhor amigo e companheiro de primeira hora do Prefeito, já pediu o boné duas vezes. Não há cristão que agüente.

Na própria estrutura montada pelo atual Prefeito ele dividiu em duas a antiga Secretaria de Fazenda, criando a Secretaria de Receita e a Secretaria de Finanças. Isso também nunca funcionou em lugar nenhum. Quando alguém vai receber e não tem recurso, um bota a culpa no outro. Isso é o normal. Como dizia minha avó: ”Onde falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão”.
E parece que isso já está acontecendo, pois para quem esperava ter uma receita de R$ 420 milhões no ano (previsto no orçamento e que contava com uma arrecadação de 35 milhões por mês) e no primeiro mês arrecadou pouco mais de 15 milhões, com uma folha de pagamento em torno de 12 milhões, é perto de acreditar ter caído no conto do vigário, já que o ex- prefeito Tetila lhe disse que deixaria a Prefeitura redondinha. Isso sem contar com a Enersul com a escada a postos para cortar a energia da Prefeitura, que o antecessor deixou uma divida de 7 milhões vencida, somente com essa empresa.
Em Campo Grande, cujo prefeito foi reeleito, e que tem muita experiência, nessa nova gestão diminuiu o número de Secretarias para onze. Aqui são dezessete Secretarias, fora os assessores especiais que ganham como Secretários.
Seria bom fazer o que Jetro, sogro de Moises o aconselhou a 4 mil anos atrás. Não tentar resolver tudo sozinho, mas dar nomes e poderes aos chefes. Com isso terá tempo e tranqüilidade em resolver problemas maiores e buscar mais recursos fora, para diminuir o rombo da previsão orçamentária.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O Senador de Dourados

Braz Melo (*)
Quando eu vejo o interesse de muitos querendo que Dourados tenha um Senador, lembro quando, no meio da década de 1970, reuníamos na Caneca e falávamos sobre isso. Caneca era um bar e restaurante na Marcelino, onde reuniam jornalistas, engenheiros, médicos e empresários que trocavam idéias e sonhavam com coisas boas para nossa cidade e região. Entre uma caipirinha e outra sonhávamos com uma Dourados melhor. Idéias e projetos não faltavam. Nós chamávamos aquele local de Senado.
Existiram e ainda existem outros tantos em nossa cidade. Os mais antigos lembram-se da Cantina da Mama onde João Beltran, Adão Sacadura, Luiz Carlos de Matos, Ajuricaba, Alfonso e outros faziam ponto quase toda tarde.
Outro local que serviu como Senado foi no Mario Eto, mercearia ali da Nelson de Araujo. Lá se reuniam Erasmo e Edson Melo Rocha, Fredis Saldivar, Milton José de Paula, Djalma Bianchi, Joel Piccini, eu e outros que em pé ao lado dos sacos de mantimentos, tomando aperitivos, resolvíamos problemas que os governantes suavam para solucionar.
Teve também o Minas Gerais, no terceiro plano, que ninguém escapava das idéias e soluções do Vitamina, Tucho, Fernando Lammers, Egon Simm, Leonildo e outros. Depois foram fazer ponto no Rigo´s.
Hoje tem o Senado da Gaúcha que à tardinha é bem concorrido.
De manhã cedo ninguém vai trabalhar antes de passar no Taty´s Lanches. Tem as ultimas do dia anterior. Um pouco mais tarde é hora de dar uma passada no escritório do Ezequias Freire. Lá, além de botar o papo em dia, sempre se come uma melancia de brinde. Sempre estão lá o Antonio Freire, o Miguel, o Fidelis, o Frederico, o Anísio e outros.
Em 1982 José Elias foi candidato a Governador e por pouco perdia a eleição aqui. Foi uma vergonha para nós, douradenses. Até aí ninguém se preocupava com a Grande Dourados.
Em 1986 conseguimos lançar Totó como candidato a Senador e ele deu susto na classe política do estado, tendo mais de 100 mil votos. Foi indicado para o Tribunal de Contas do Estado, pois com a eleição, tínhamos criado um líder douradense que poderia incomodar os políticos da capital se continuasse na vida publica.
Os políticos de Campo Grande nunca mais deixaram nenhuma liderança aparecer por estas bandas. Quem aparecia, ou era obrigado a mudar para Campo Grande ou era atropelado politicamente.
Veja o caso do Egon Krakhecke, que saindo candidato ao Senado pelo PT na ultima eleição, teve mais voto que o candidato a Governador da mesma sigla, o Delcidio do Amaral. Não é o normal. Logo arrumaram um serviço para ele em Brasília. Prêmio ou afastamento do cenário político estadual?
Acredito ser a hora de nossa região voltar a fazer um trabalho para que Dourados volte a ter representação forte, não só legislativa, mas também executiva. Claro que vamos ter dificuldades em juntar os cacos, e não creio que teremos sucesso na primeira vez que tentarmos, porém em política o tempo passa rápido. E as cicatrizes não são nada para quem está condenado a morte.
Sempre disse que nós só cresceríamos com um Senador, como aconteceu com toda segunda cidade dos estados brasileiros. Londrina teve o José Richa como Senador e nunca mais o norte do Paraná deixou de ter representante no Senado Federal.
Campinas teve o Quercia, Rondonópolis em Mato Grosso teve Carlos Bezerra, Parnaíba no Piauí tem o Mão Santa, Campina Grande na Paraiba, os Cunha Lima. Isso é verdadeiro e normal. E todos depois viraram Governador.
Hoje penso um pouco diferente. Dourados não precisa de só um Senador. Precisamos juntamente com Ponta Porã, Naviraí, Ivinhema, Nova Andradina e toda a região é de um candidato a Governador, de um Senador e mais Deputados Federais e Estaduais. Chapa inteira. E se eles não gostarem, vamos dividir o estado novamente.

Reserva Indígena? Emancipação já.

Braz Melo (*)
Lendo um artigo do Advogado Wilson Matos da Silva, sobre as dificuldades da reserva indígena de Dourados, que ele como índio sofre na pele, reparei quando ele diz que ali não é reserva indígena e sim um “coloniamento de índios”.
Reserva ou ‘Coloniamento”, como previu o decreto estadual 401 que separou 3.600 hectares para esse “coloniamento”, de um total de 36.000 hectares do patrimônio de Dourados. Dez por cento de todo o patrimônio.
Eram poucos índios e com isso permitiu três etnias distintas e culturalmente diferentes se instalarem nesse local. Foi o inicio do problema.
Isso foi em 1.915. Aqui era só um patrimônio de Ponta Porã. E deu-se o nome de Francisco Horta.
O patrimônio virou distrito e em 1935 se tornou município. Cresceu em população e área territorial. E a aldeia só cresceu em população.
Hoje a história é outra. São perto de 12.000 pessoas nos mesmos 3.600 hectares. E claro com dificuldades diversas em relação há quase cem anos atrás. É a aldeia com maior população do Brasil.
Quando conheci a Reserva, era proibido até entrar sem permissão das autoridades.
Digo isso, pois deixei diversas obras, inclusive com recursos próprios ali, como o CEU da Reserva, o posto de saúde, a sala de cirurgias do hospital da Missão, abastecimento d água em convênio com a Funasa e outras obras e serviços.
Lembro que quando inauguramos o CEU, escolhemos profissionais índios para trabalharem como professores e funcionários. Até o diretor era índio. Foi uma das primeiras escolas a lecionar bilíngüe, português e guarani.
No posto de saúde até os enfermeiros eram índios. Como não tinha médico índio convidamos uma nissei, Dra. Alice Kozorovisck, pela aparência e pela sua boa vontade para ser a médica do posto de saúde. Eles a adoravam.
No primeiro dia de aula no CEU, quando chegou o ônibus que buscava os alunos, onde esperávamos 40 alunos vieram uns 200. Índio vai onde os filhos vão. Por isso lá não precisa de creches. O pneu do ônibus quase estourou de tanto peso.
Fui até a reserva esta semana e verifiquei que os governos estão executando diversas obras ali. Outra escola de 10 salas de aula, um centro esportivo e outras obras importantes.
E com uma população maior do que 33 municípios de Mato Grosso do Sul, está preparada a se emancipar. Tem mais população do que Douradina, Juti, Vicentina, Laguna Carapã, Gloria de Dourados, Nova Alvorada do Sul e outros municípios de nossa região. Mais que outros lugares que com uma população bem menor e infra estrutura pior, querem e tem apoio dos deputados.
Acredito que é hora de ajudarmos a emanciparmos a Reserva Indígena de Dourados. Isso mesmo, a reserva Indígena de Dourados virar município. Guateca ou Jaguariru são nomes apropriados.
Já tem hospital, posto de saúde, escolas, profissionais com conhecimentos diversos, enfim lideres para tomar decisões.
Claro que esbarra em alguns itens não previstos na constituição, porém tenho certeza que estaremos dando um passo largo para a solução do atrito entre os índios e os fazendeiros em outros lugares.
Emancipação dos índios? Conheço muito prefeito menos emancipado psicológicamente que a maioria dos índios guatecas.
Um dos itens é a obrigatoriedade da distancia de dez quilômetros da sede anterior. E as cidades da Grande São Paulo? Santo André, São Bernardo e Diadema são interligados a capital. Assim também é no Grande Rio de Janeiro, Grande Vitoria e outras tantas. Política é para isso. Resolver as pendências.
A terra continua sendo da união, pois não pode ser vendida.
Com a palavra os políticos com mandatos, principalmente o Deputado Federal Geraldo Resende, pois nesse caso teremos problemas para resolver junto à área federal, o Deputado Estadual José Teixeira, pois é a assembléia que aprova novos municípios, o Prefeito Ari e Vereadores. É hora de fazer história.
E o município de Dourados não perde nada, pois já está no índice maior dos fundos.
E vamos ter novos vereadores, prefeito e vice da própria comunidade, que em vez de fecharem as rodovias para reclamarem, estarão revestidos de poder para ir até ao Governador e Presidente da Republica defenderem seus direitos.

ROSÁLIA...

Isaac Duarte de Barros Junior *
Na minha juventude, no velho Mato Grosso sem ser dividido, conheci uma mocinha muito bonita na pequena cidade onde nasci. Ela tinha costumes austeros, era uma jovem de cabelos longos lisos, em síntese, a moça lembrava com seu corpo esguio, as donzelas bem nascidas no sul da Itália de onde vieram suas bisavós. Bastante religiosa, não faltava às missas dominicais e a ragazza desaprovava bebedeiras em excesso da rapaziada, serenatas boêmias e o comportamento dos petulantes, como foi o meu tipo em determinadas ocasiões, inclusive na primeira vez que a encontrei.
Com um sorriso trigueiro, lembrando as searas de campos argentinos, seus carnudos lábios vermelhos eram como duas cortinas, que ao se abrirem no palco da sua boca, exibiam dentes alvos perfeitos. Seus tranqüilos olhos verdes da cor da primavera se assemelhavam as folhas da erva mate nativa, que eram escolhidas e separadas refinadamente nos barbácuas pelos experientes velhos ervateiros, no preparo daquela bebida destinada a ser consumida nas futuras rodas de tereré.
O salão paroquial pertencente aos padres franciscanos e o único clube social existente na época, funcionavam ao som de um toca discos Philiphs durante os domingos, rodando canções românticas, ou músicas lentas no linguajar da mocidade, embalando o dancing das tardes domingueiras. Não havia ar condicionado nesses salões de baile improvisado e poucos jovens possuíam um carro para rodar pelas ruas de pó vermelho e quando chovia forte, os moços menos favorecidos pela circunstancia da fortuna, usavam seus guarda chuvas. Mas mesmo assim, não evitavam embarrar os seus pés e sujar as roupas nas poças d’água que se formavam nas ruas escuras e lamacentas.
A abastada conta bancária de qualquer rapaz solteiro, se porventura existisse nas duas agencias recém instaladas e a etiqueta de um bom sobrenome, por mais tradicional que pudesse ser não significava nada se o moço não fosse um homem honesto e trabalhador. Os doutores descompromissados, eram poucos e os funcionários solteiros de carreira no Banco do Brasil, eram considerados um bom partido.
A Rosália, apesar das suas qualidades morais, era também uma moça sonhadora, que ansiava possuir riqueza em forma de dinheiro, fortuna que não tinha na biografia, porque havia nascido em uma família pobre. Exigente, na sua exuberante beleza diferenciada, ela policiava bons costumes até nas roupas finas trajadas pelas outras moças da sua idade. Não freqüentava as domingueiras festivas, ansiando pela chegada do seu príncipe milionário. Um dia, finalmente ele apareceu ao volante de um belo automóvel.
Elegante, bom de conversa, o tal empresário queria comprar uma vasta propriedade na zona rural. O pai de Rosália, conhecido corretor de imóveis, apresentou seu cliente supostamente abastado para a filha, que encantada com o golpe da sorte, começou a namorá-lo. Na realidade, se tratava de um estelionatário dos piores, acostumado a dar golpes nos incautos. Entretanto, enfeitiçada pelo amor desvairado, Rosália entregou-se num momento de amor planejado ao jovem pilantra bom de fala, na expectativa de obrigá-lo a assumir um futuro casamento e assim finalmente ela tornar-se-ia uma senhora rica e poderosa. Aquela brasiguaia geniosa e bonita perdeu numa só noite calculista, a sua virgindade e a sonhada fortuna, pois assim como o namorado canastrão chegou, ele sumiu da cidade.
Sentindo os sintomas da gravidez, envergonhada ela fugiu de casa para procurar seu desaparecido namorado rico, descobrindo-o depois de muito empenhar-se na busca. Ele estava na cadeia, condenado, acusado de estelionato e uma infinidade de outros crimes. Desesperada, a brasiguaia Rosália, não mais retornou ao lar paterno. Teve de parto natural, uma filha nas mãos de parteiras e para sustentá-la se prostituiu. Adotou o nome de guerra Frances Pechôt, tornando-se a prostituta mais solicitada e conhecida dos anos sessenta entre os douradenses freqüentadores de prostíbulos.
Foi por sua beleza, a mais famosa de todas as mulheres de vida fácil nas conversas animadas dos rapazes daquela geração. Sua filha, assim que completou quinze anos, seguiu os passos de Rosália, agora sem moral nenhuma para impedir o curso do destino. O advogado João Beltran, um dos seus confidentes e admiradores, me contou a muitos anos, que ela era uma mulher sofrida e nunca se esqueceu do seu primeiro amor vigarista...

*advogado criminalista, jornalista.
e-mail : isane_isane@hotmail.com

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Após a eleição de 1982

Braz Melo (*)

O ultimo comício de nossa coligação foi na Vila Rosa. De lá ouvíamos o espocar dos fogos no comício de encerramento do Luiz Antonio, na inauguração da Rodoviária de Dourados. E com o José Elias e tudo.
Veio a eleição e o resultado já era esperado. Tínhamos perdido a eleição de prefeito em 1982 para o Luiz Antonio.
Foi a ultima eleição com sublegenda para prefeito e nós do PDS tivemos como adversários o João da Câmara e Sultan Rasslan pelo PMDB, e o Cícero Irajá Kurtz, o Isaac de Barros Jr. e o Ramão Perez pelo PDT. A soma dos votos das legendas fez o Luiz Antonio prefeito e Dr. George Takimoto vice.
Meu vice foi o Fredis Saldivar. O Quirino Picolli foi o vice dos dois candidatos do PMDB e do PDT foi o José Marques Luiz.
Fizemos quatro vereadores (Osvaldo Basé, Norecy, Pederiva e Erisvaldo Mendonça) e o PDS 1 mais quatro (José Braga, Mariano, Arquimedes e Valter Brandão). O PMDB fez sete vereadores (Albino Mendes, Paulo Falcão, Pinda, Valdir Perusso, Carlão, Dr. Aureo e Valdenir Machado), e como o José Elias tinha perdido a eleição para governador, ele trabalhou para que os vereadores que se elegeram na minha coligação ajudassem a apoiar o prefeito, já que o Luiz Antonio precisava de maioria na Câmara.
Eu resolvi ficar de fora e tocar minha vida de outra maneira. Pedi demissão da Sanesul e parti para a luta.
Vendi a casa que morava no Portal de Dourados para pagar as contas que restaram. Claro que as despesas eram bem menores do que hoje se gasta numa eleição, principalmente por causa do transporte, já que todos se locomovem a combustível. Hoje, no mínimo a pessoa tem uma moto, e a gasolina é muito cara. Além do leilão de quem dá mais... . Por mais forte que seja o candidato, se não tiver algo para oferecer, ele pode perder seu favoritismo.
Fui morar de aluguel no Gran Vilagge.
Montei uma firma com o Shinsuke Ono, e começamos nova vida. Compramos um computador, coisa nova naquela época, e começamos a fazer projetos e prestar serviços a algumas prefeituras. Em Amambaí fizemos o lançamento do IPTU.
Fizemos aqui em Dourados, para o Aufio Senatori, a primeira lista telefônica particular de Dourados.
O computador era caro e com poucos recursos, mas para a aquela época era coisa rara. Poucos o tinham.
Consegui com alguns amigos meus a relação de pessoas que compravam a credito em algumas lojas de Dourados, montei um cadastro e comecei a mandar correspondências de aniversários. Quem entregava estas cartas era o Osmar Borba, que hoje é o diretor do Departamento de Transito da Prefeitura, e os filhos do Mario Aragão, Samuel e depois o Marcos, que hoje são veterinários e que trabalharam depois com o Valdir Perusso.
Um tempo depois aparece um senhor com sotaque sulino no escritório à noitinha, com um envelope na mão, e perguntava se eu conhecia a Fulana de Tal, que era sua esposa? Disse que não e ele perguntou o porquê de eu mandar cartão de aniversário para ela?
Questionou-me como sabia onde ela morava e expliquei que conseguia o endereço em alguma loja, através de um cadastro. Perguntou-me porque não mandava para ele? Disse que talvez ele não comprasse a prazo, e nisso ele concordou. Mandei-o ler a cartinha, e ele viu quem assinava o cartão era Anete e eu. Foi o que me salvou do ciúme do gaúcho.
Peguei a data de seu aniversario e a partir daí, mandei felicitações natalinas e de aniversários para ele também. Até hoje ele é nosso amigo.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Os Vlll Jogos Abertos Brasileiros.

Braz Melo (*)
Em 1999, dos dias 1 a 5 de dezembro foram realizados em Dourados, os Vlll Jogos Abertos Brasileiros. Para que este evento pudesse ser realizado em nossa cidade o trabalho começou dez anos antes.
Quando assumimos a prefeitura pela primeira vez, em 1989, não existia uma quadra coberta publica em nossa cidade. Só existia já muito deteriorado, o Ginásio do Operário Futebol Clube, nas proximidades da Vila Matos.
Em 1992 já tínhamos feito o Ginásio de Esportes Municipal, o Pavilhão de Eventos Mauro Rigotti e nove quadras cobertas nos CEUs. Era diretora da FUNCED na época a Beth Salomão e implantamos juntamente com a Educação o Programa Recriança.
Na segunda administração foi a vez de mais duas quadras cobertas e muitos campos de futebol nos bairros e distritos.
Através da administração da FUNCED na segunda gestão e do diretor Mauro Cruz, implantamos o programa esporte solidário que deu oportunidade de congregar mais de duas mil crianças em dezenas de núcleos de nossa cidade e distritos. Desses meninos, 28 foram jogar futebol e futebol de salão no exterior, principalmente Portugal, Espanha e Itália.
Mas voltando ao JAB´s, Dourados foi escolhida pelo trabalho desenvolvido e pela infra estrutura colocada a disposição e aprovada pela Fundesporte. Foi a primeira cidade de Mato Grosso do Sul a sediar este importante evento do calendário esportivo nacional. Nossa capital só acolheu estes jogos seis anos depois, em 2005.
Os Jogos são patrocinados pelos estados e municípios que participam anualmente destas competições. Inicialmente é feito um torneio em cada estado para ver qual a cidade campeã da modalidade, pois é a equipe campeã que representa seu estado. Só para exemplificar, o representante do Rio Grande do Sul no Handebol masculino e feminino foi o time da Ulbra, pois disputou a seletiva no seu estado e sagrou campeão. Guarulhos representou São Paulo no masculino.
Compareceram delegações de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e pela primeira vez, a cidade que patrocinou os jogos. No Futsal o campeão foi o Paraná com o time de São Miguel dos Pinhais. O vice foi o Rio Grande do Sul representado pela cidade de Cruz Alta.
As atividades de Futsal e Handebol foram jogadas no Ginásio Municipal. Basquetebol no SESI; Judô no Clube Indaiá; Atletismo foi disputado no Parque Arnulfo Fioravante; Voleibol na AABB e Natação no Sport Center.
Na abertura compareceram mais de 10.000 pessoas. Foi uma festa inesquecível.
Os Jogos Abertos trouxeram para Dourados 82 equipes de 7 estados, além de campeões como a judoca Edinanci Silva , medalha de ouro no pan americano de Santo Domingo, representando a equipe campeã de São Caetano.
As Sedes dos JABS foram, em seqüência: 1992 Pato Branco (PR); depois Chapecó (SC), Venâncio Aires (RS), Indaiatuba (SP), Campo Mourão (PR), Ibirama (SC), Petrópolis (RJ). Em 1999 foi a vez de Dourados (MS) e em 2000 Atibaia (SP), depois Brusque (SC), Toledo (PR), Poços de Caldas (MG), Bento Gonçalves (RS), Campo Grande (MS), Nova Friburgo (RJ), Jaraguá do Sul (SC). No ano passado foi Praia Grande (SP). Em 2009 a sede será em Maringá (PR).
Quando sede Dourados recebeu os atletas de braços abertos e as delegações saíram daqui agradecidos pela hospitalidade e até hoje comentam que foi os Jogos Abertos Brasileiros mais organizados.
Para o diretor geral dos Vlll Jogos Abertos Brasileiros, Sid Pinto Barbosa Junior “Os JAB´s em Dourados foi um sonho que se tornou realidade e será um marco, uma referencia para o desporto do Estado de Mato Grosso do Sul”.

terça-feira, 7 de abril de 2009

PESSOAS MARCANTES

Isaac Duarte de Barros Junior *

Quando o bar Pingüim e o bar Luchesi, disputavam comercialmente no escurecer agreste da nossa cidade, à preferência de uma seleta e minúscula freguesia boemia, cultuadora da vida noturna douradense, certamente as lembranças dos que viveram aquelas noites, devem se recordar sem fazer muito esforço da estereotipada figura obesa do José Milan.
Ele não tinha ocupação conhecida, não era “seresteiro”, mas foi uma espécie de talismã dos grupos musicais da época que eram freqüentadores desses bares, pois aplaudia todos os músicos e com alguns grupos até cantarolava sucessos conhecidos. Porém, na hora do ajantarado, nada o impedia ou atrapalhava a sua costumeira “boquinha” noturna, quando comia avidamente dois pães inteiros recheados de salame e outras vezes carregados de presunto com queijo.
Esse rapaz solteirão era filho do pioneiro de nacionalidade libanesa, o Elias Milan, que locava aquele prédio e outros existentes na Avenida Marcelino Pires. José Milan foi um douradense pacato, mas se ficava nervoso, ninguém ousava encrencar com o moço, senão já se tornava desafeto da fazendeira Geni Milan, esposa do Milton Milan, ou seja, a sua temida cunhada. Um dia, o “Zé gordo”, esse era seu apelido, desapareceu repentinamente de circulação, resolvendo ir morar na capital. Zé Milan escolheu para viver placidamente, um bairro simples de Campo Grande.
Outro personagem da noite douradense de outros tempos foi o jovem encrenqueiro Almir Galvão. Ele era um rapaz educado, mas tinha o terrível vício da embriaguez e quando bebia ficava valente. Todavia, o “grilo” gostava de filosofar nos balcões dos poucos botequins existentes do centro, fazendo questão de dizer a frase: “é melhor tomar cachaça, do que soltar fumaça”, pois odiava drogas. Tudo que ele me revelou da sua reservada intimidade, foi o fato que somente se embriagava repetidamente, para esquecer-se de um grande amor.
Porém, aquele boêmio fugaz, por mais que eu insistisse nunca revelou o nome da mulher amada. Em nosso último encontro, ele estava feliz, porque dizia que em breve segundo ele, finalmente iria se encantar dormindo para sempre. Nessa fase, eu estava pesquisando tipos humanos que apelidei nas linhas do meu diário, de loucos mansos. Às vezes, nos meus devaneios, acho que realmente o Almir Galvão se encantou.
Raphael Bianchi era outro paradigma ingênuo da noite local quase no final do século. Foi uma pessoa em vida, cheia de contradições. O emotivo “faé”, chorava com facilidade e gostava de praticar o bom futebol, tanto gostava que fundou o clube Ubiratan.
Entretanto, morreu de cirrose crônica. Adotando no seu cotidiano, tudo aquilo que um desportista deve evitar. Mas, estando sóbrio, era um cavalheiro culto e educado. Chegou em Dourados nos anos quarenta, para trabalhar nos escritórios da CAND (Colônia Nacional Agrícola de Dourados), como um alto funcionário do governo federal. Raphael Bianchi era admirado na competência pela chefa do escritório da colônia federal, a saudosa Risoleta Lúcia Leal Pereira, mulher muito considerada e respeitada pelos primeiros desbravadores. Ela não poupava elogios às virtudes do colega, mineiro de nascimento, que adotou por ser desportista, embriagar-se e morrer douradense.
Já na Praça Antonio João, onde funcionou um transformador central de energia elétrica da cidade, havia muitas árvores, uma fonte luminosa e diversos bancos de concreto patrocinados por casas do comércio local. Ali também viveu ao relento, descabelada, embriagada e sem tomar banho, a Maria Fortunato, ou simplesmente “Maria Louca”. Um sacerdote franciscano da igreja católica, incomodado com a situação da mulher, um tal de frei João Damasceno, que se rotulava pedreiro e gostava de bebericar uma “branquinha”, todos os paroquianos católicos sabiam desse gosto do padre, resolveu interferir. Esse clérigo chamou à doida e disse que ele nunca mais beberia nenhum gole, se ela também parasse definitivamente de beber. A louca aceitou a proposta e o mundo se livrou de dois alcoólatras. Se houve algum “milagre” nesse acontecimento, eu não sei se a autoria deve ser creditada para Maria ou para frei João.
Lembro-me às vezes desses tipos e os selecionei por haverem sido figuras marcantes da minha juventude, dentre as muitas personalidades interessantes que conheci na pequena Dourados de outrora. Todos eles foram figuras de comportamento diferenciado, em relação aos demais habitantes do povoado. Porém, foram pessoas díspares, com muitos deles dando a nossa comunidade ainda pequena a sua contribuição particular de trabalho, e esta articulação foi feita justamente para matar a saudade desses personagens de velhos tempos...

* advogado criminalista, jornalista
e-mail: isane_isane@hotmail.com

quinta-feira, 2 de abril de 2009

As eleições de 1982

Braz Melo (*)

As eleições de 1982 foram uma das mais importantes dos últimos tempos, pois além de ser a ultima do regime militar, foi a maior de todas as eleições. Naquele ano teve eleição de Governador, Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual, Prefeito e Vereador.
Aqui em Mato Grosso do Sul ainda tinha uma importância a mais, pois iria eleger o seu primeiro Governador.
As movimentações políticas começaram bem antes. Em Dourados iniciaram dois anos antes.
Aqui na época, tinham duas correntes fortes. O prefeito José Elias Moreira, companheiro do governador Pedro Pedrossian tinha ganho a eleição de prefeito do grupo adversário em 1976. O ex- prefeito João Totó Câmara tinha apoiado o seu vice, Lauro Machado que perdeu a eleição, e era o outro grupo forte. Quando viu o que estava sendo armado, Totó resolveu sair do PDS e entrar no PMDB.
O Governador nos chamou e através do Chefe da Casa Civil, nos ofereceu a sublegenda do PDS 2. Reunimos o grupo inteiro e, depois de muito tentar remover o Totó da idéia de sair do partido e não conseguindo, resolveu-se, pela grande maioria presente, aceitar a proposta do Governador.
Tínhamos, juntos com o Totó, preparado uma chapa de candidatos a vereador bem forte, e conseguimos manter a maioria deles. Para vice-prefeito fomos atrás de alguém que tivesse um perfil popular e escolhemos o construtor Fredis Saldivar, que além de ser também do antigo grupo do Totó, era de família paraguaia, a maior colônia de nossa cidade.
Fredis era uma pessoa especial. Conversando outro dia com o Dr. Dantas sobre futebol douradense, ele me lembrou que o Operário Futebol Clube, clube de raízes populares de nossa cidade, cresceu pela influencia e com o status do Fredis. E acabou depois que ele morreu.
Durante a campanha tivemos alguns casos pitorescos, como uma reunião abaixo da Vila Rosa, onde hoje é Vila Hiran de Matos. Não tinha energia e perguntado sobre algum problema ele sapecou a resposta: “Isso é mesmo que bater em índio. Não dá em nada”. Quando conseguimos enxergar melhor pudemos ver que a maioria na reunião eram índios. Perdemos todos os votos dalí.
No fim da campanha ele estava tão animado em ganhar a eleição, que dizia para mim que ganharíamos a eleição até sem os votos dos corintianos.
Quando da escolha do candidato a Governador, Pedro indicou o José Elias e pela primeira vez, na política, tive arrependimento de não ter um chefe, ter alguém para resolver o problema para nós. Dividi o peso da responsabilidade com o diretório ligado a mim.
Pedro me chamou e, com medo de eu arrepiar daquele projeto, me convidou para ir junto com ele na convenção do partido. Fui junto e o José Elias prometeu igualdade na eleição de prefeito.
Apesar de ser adversário aqui, apoiamos o José Elias para o governo por ser de Dourados.
O nosso candidato ao senado era o Italivio Coelho. Para Deputado Federal apoiamos o Saulo Queiroz, que não morava em Mato Grosso do Sul, e que muito bem relacionado em Brasília, já tinha sido Secretário de Estado e teve de mudar para Dourados, pois só o apoiávamos nessas condições.
O Deputado Estadual nosso era o Roberto Djalma. Vereador aguerrido, intrépido (Como dizia o Professor Celso Amaral) e que tinha vivido política desde criança, acompanhando seu pai, Moacir Djalma Barros, famoso escudeiro de Totó.
José Elias perdeu por 20 mil votos no Estado para Dr. Wilson Martins. Marcelo Miranda ganhou para o Senado.
Perdemos a eleição para o Luiz Antonio.
Só os nossos Deputados ganharam. Foi o ano da mudança geral. Todos queriam votar na oposição, que acabou fazendo a grande maioria dos governadores.

LOCUTORES DOS ANOS SESSENTA

Isaac Duarte de Barros Junior *
No primeiro número deste jornal, que nasceu há muitos anos, no dia 21 de abril de 1951, ele trouxe estampada em sua primeira página, a notícia do surgimento inaugural para breve, da futura ZYX-23 a primeira emissora de radiodifusão douradense. A rádio clube de Dourados na freqüência das ondas médias e o acontecimento importante anunciado pelo Dr. Weimar G. Torres, se concretizou. Sendo liberada pelo Ministério das Comunicações, o prédio para funcionar a rádio clube, foi inaugurado pelos irmãos Brunini, na esquina da Rua Paraná (Joaquim Teixeira Alves) com a Rua Maranhão (Nelson de Araújo), em um prédio alugado da CAND (Colônia Agrícola Nacional de Dourados) hoje demolido. O locutor que inaugurou os microfones como primeiro speaker radiofônico, foi o jovem Sócrates Câmara, o qual, muitos anos depois seria eleito prefeito da cidade de Fátima do Sul.
Não transcorreu muito tempo, outro douradense nato, o locutor Sultan Rasslan, passou a fazer parte integrante da equipe gerenciada pelo radialista Edmundo Linatto Ribeiro. Este, sendo um rapaz solteiro bem afeiçoado e tendo vindo de outra região, acabou se casando com uma douradense, ela era filha do corretor Alcides Bilherbeque. O moço Sultan, excelente profissional, tornou-se mais tarde vereador e deputado estadual constituinte por Mato Grosso do Sul, atualmente aposentou-se da carreira política. Dois funcionários de excelente dicção, apresentadores do jornal falado da Rádio Clube, também marcaram época na radiofonia. Eles foram os radialistas Germano Dancigüer e Massao Tadano, o primeiro foi embora para a Bahia com a família e o segundo mudou de residência para o norte do estado e tornou-se deputado, eleito por duas vezes para Câmara Federal.
Por esse local de notícias e entretenimento douradense, passou também um moço de nome João Franco, considerado naquele tempo, uma das mais belas vozes do interior da alta sorocabana, e foi um dos inúmeros locutores contratados pela rádio clube de Dourados, através do então proprietário, jornalista Jorge Antonio Salomão. Gaúcho de nascimento, combativo no temperamento, o polemico Jorge Antonio Salomão se elegeu no final dos anos sessenta, prefeito de Dourados. Mas antes disso, logo após comprar essa tradicional emissora de rádio, o “turco” a transferiu para o edifício Santa Rita, na Avenida Presidente Vargas e dali para a Rua Ciro Melo, em sede própria. Com profundo conhecimento da profissão de radialista, o jornalista Jorge Antonio, na sua gestão, selecionava rigorosamente os seus funcionários. Foi agindo assim, que o velho contratou o radialista Gilberto Orlando, da cidade de Indiana no interior paulista, para ser locutor e seu diretor comercial. O “tucano” tem agora a mesma última mencionada função, em um conceituado jornal local.
Nos anos sessenta, também trabalharam como locutores na Rádio Clube de Dourados, os radialistas Cícero da Conceição, Percival S. de Assis, Roberto Pompeu, Elias de Oliveira, Leonel Machado, Marco Antonio Cunha, inclusive o Luiz Antonio M. Bussuan, ex-secretário da saúde (nos dias atuais um dos melhores cirurgiões vasculares do estado). Posteriormente, como radialistas de uma geração mais recente de locutores da rádio clube de Dourados, destacamos o jornalista Valfrido Silva e o advogado empresário Marçal Filho, que já foi deputado federal por duas vezes e é proprietário atualmente de uma emissora de rádio FM.
Outro locutor bem sucedido politicamente, da rádio clube de Dourados, é o radialista Albino Mendes, que se formou em direito, e foi vereador presidente da Câmara Municipal de Dourados. Esse locutor culminou a sua ascensão social política, se elegendo vice-prefeito da cidade de Dourados. Nessa onda nostálgica radiofônica, não podem ser esquecidos ou omitidos, os nomes das locutoras Rosemeire Frazão, que foi a primeira mulher a falar nos microfones da rádio clube, nos anos sessenta. Como também das destacadas profissionais da comunicação, as radialistas Laura Marcia e a Beth Salomão, esta última, herdeira das grandes qualidades do seu falecido pai.
Muitos locutores fantásticos passaram rapidamente pelos estúdios dessa emissora de rádio douradense, que serviu de lazer e informação, para a população de nossa vasta região. Nesse tempo, que agora estou recordando saudosamente, relacionando os nomes de locutores vivos e mortos, não havia a concorrência da televisão e nem existiam outras emissoras competindo com a Rádio Clube pela audiência, pois ela era simplesmente a única e monopolizava. As moçoilas, principalmente da zona rural, escreviam centenas de cartas apaixonadas para os locutores da rádio e o sucesso musical das paradas era ditado pelos disque-jóqueis, responsáveis pela programação, que era datilografada numa velha máquina remington, por um moço evangélico corretíssimo de nome Matheus Gnutzman.
Foi esse passado recente para alguns e distante para outros, a era do rádio douradense. E a rádio clube de Dourados, deixou marcas nas lembranças inesquecíveis de muitos. Nessa época, os radialistas eram amados por uns e odiados por outros, mas deixaram e deram a sua contribuição para os meios de comunicação. Eu sei que era e foi assim essa a melhor fase da rádio clube, nossa primeira emissora local, porque nos anos sessenta, eu estive lá como mais um desses locutores contratados...

A SANEMAT e a falta d’água (Segunda Parte)

Braz Melo (*)

Ao entrar o governador Garcia Neto em março de 1975, seu filho Eng. José Luiz Borges Garcia assumiu a SANEMAT e modificou toda a estrutura da empresa, criando aqui em Dourados uma regional e me convidou para ser o gerente. Aceitei e parti para esse grande desafio.
Existia um poço profundo com mais de 1000 metros de profundidade, feito ao lado da caixa da Presidente Vargas, mas que testado, saía muita areia, pois não tinha filtro que conseguisse segurar o arenito do aqüífero Botucatu. Tentamos outro poço, feito pela Petrobras, que além de muito longe, tinha o mesmo problema do primeiro.
Depois de estudos, perfuramos diversos poços de 100 metros, que amenizou o problema de falta d’água.
Fizemos um projeto com anéis de distribuição e com isso conseguimos ter pressão e água em muitas horas do dia por região.
Após dois incêndios em nossa cidade, na Comercial Ouro e na Brastintas, foram instalados os primeiros hidrantes.
Trabalharam nesta época conosco no escritório, além dos antigos, o Primo, a Darlé, o Luis Alberto. O Buca e o Beto Urtigão como leituristas e entregadores de contas.
Na área operacional já estavam o José Braga da Silva, o Juca Ramos Rosa, o Juraci, o Laércio. Depois vieram também o Sergio e o Zezinho, que juntos com o pessoal que fez o esgoto melhorou bastante o desempenho da SANEMAT em nossa cidade.
Para ajudar o José Eduardo na parte elétrica e mecânica, contratamos o Valdir Pippus e o Valmir, depois de Cuiabá ter mandado o Pereira como auxiliar e não dar certo.
A falta d’água continuava, mas junto com os funcionários fazíamos tudo para amenizar este desconforto. Quase diariamente fazíamos plantão e tentávamos resolver as reclamações que tínhamos durante o dia. De madrugada, muitas vezes encontrávamos os reservatórios das casas dos que reclamavam sem bóia, para entrar mais fácil o precioso líquido e no outro dia podíamos dar uma resposta convincente aos usuários.
Como aumentou o numero de poços e para cada poço precisaria de quatro operadores, criamos os operadores com uma moto. Para isso vieram trabalhar o Sidney, o Renê Sutil, o João (Zorro) e o Cícero. Tinha hora para bater ponto em cada poço. Com isso tivemos um trabalho mais barato e melhor fiscalizado, pois uma vez ao visitar um poço de madrugada e pegar o operador dormindo, não o acordei, levei a sua bicicleta para o escritório e no outro dia, além da gozação, ele teve de reconhecer seu erro.
A SANEMAT foi tão importante na minha vida profissional que há poucos dias conversando com uma senhora, ela me disse que devia um favor muito grande para mim. Quis saber dela o porquê, e antes dela falar pensei que seria porque, como prefeito tinha feito o asfalto da linha de ônibus na frente da casa dela, ou por causa do CEU feito na rua de cima, da creche ou de outro beneficio feito a sua comunidade, e ela me disse que foi porque fiz a rede de abastecimento e levei água para ela. Antes, ela buscava água a duzentos metros de distancia, pois morava na parte baixa do Jardim Santa Brígida, e ali o basalto quase aflora e é caríssimo fazer poço.
Em 1978 fui convidado pelo José Luiz para assumir a Gerencia de Campo Grande, pois além de ser a maior cidade do Estado estava se preparando para ser a nova capital e ajudar na organização da nova empresa que seria criada, a SANESUL.
Quando criada a SANESUL, fui seu primeiro vice-presidente, nomeado pelo Dr. Harry Amorim Costa. Continuei com o Marcelo e com o Pedrossian.
Participei, com muita honra do projeto de água do Rio Dourado, que hoje resolveu o problema da falta d’água de Dourados.