quinta-feira, 2 de abril de 2009

A SANEMAT e a falta d’água (Segunda Parte)

Braz Melo (*)

Ao entrar o governador Garcia Neto em março de 1975, seu filho Eng. José Luiz Borges Garcia assumiu a SANEMAT e modificou toda a estrutura da empresa, criando aqui em Dourados uma regional e me convidou para ser o gerente. Aceitei e parti para esse grande desafio.
Existia um poço profundo com mais de 1000 metros de profundidade, feito ao lado da caixa da Presidente Vargas, mas que testado, saía muita areia, pois não tinha filtro que conseguisse segurar o arenito do aqüífero Botucatu. Tentamos outro poço, feito pela Petrobras, que além de muito longe, tinha o mesmo problema do primeiro.
Depois de estudos, perfuramos diversos poços de 100 metros, que amenizou o problema de falta d’água.
Fizemos um projeto com anéis de distribuição e com isso conseguimos ter pressão e água em muitas horas do dia por região.
Após dois incêndios em nossa cidade, na Comercial Ouro e na Brastintas, foram instalados os primeiros hidrantes.
Trabalharam nesta época conosco no escritório, além dos antigos, o Primo, a Darlé, o Luis Alberto. O Buca e o Beto Urtigão como leituristas e entregadores de contas.
Na área operacional já estavam o José Braga da Silva, o Juca Ramos Rosa, o Juraci, o Laércio. Depois vieram também o Sergio e o Zezinho, que juntos com o pessoal que fez o esgoto melhorou bastante o desempenho da SANEMAT em nossa cidade.
Para ajudar o José Eduardo na parte elétrica e mecânica, contratamos o Valdir Pippus e o Valmir, depois de Cuiabá ter mandado o Pereira como auxiliar e não dar certo.
A falta d’água continuava, mas junto com os funcionários fazíamos tudo para amenizar este desconforto. Quase diariamente fazíamos plantão e tentávamos resolver as reclamações que tínhamos durante o dia. De madrugada, muitas vezes encontrávamos os reservatórios das casas dos que reclamavam sem bóia, para entrar mais fácil o precioso líquido e no outro dia podíamos dar uma resposta convincente aos usuários.
Como aumentou o numero de poços e para cada poço precisaria de quatro operadores, criamos os operadores com uma moto. Para isso vieram trabalhar o Sidney, o Renê Sutil, o João (Zorro) e o Cícero. Tinha hora para bater ponto em cada poço. Com isso tivemos um trabalho mais barato e melhor fiscalizado, pois uma vez ao visitar um poço de madrugada e pegar o operador dormindo, não o acordei, levei a sua bicicleta para o escritório e no outro dia, além da gozação, ele teve de reconhecer seu erro.
A SANEMAT foi tão importante na minha vida profissional que há poucos dias conversando com uma senhora, ela me disse que devia um favor muito grande para mim. Quis saber dela o porquê, e antes dela falar pensei que seria porque, como prefeito tinha feito o asfalto da linha de ônibus na frente da casa dela, ou por causa do CEU feito na rua de cima, da creche ou de outro beneficio feito a sua comunidade, e ela me disse que foi porque fiz a rede de abastecimento e levei água para ela. Antes, ela buscava água a duzentos metros de distancia, pois morava na parte baixa do Jardim Santa Brígida, e ali o basalto quase aflora e é caríssimo fazer poço.
Em 1978 fui convidado pelo José Luiz para assumir a Gerencia de Campo Grande, pois além de ser a maior cidade do Estado estava se preparando para ser a nova capital e ajudar na organização da nova empresa que seria criada, a SANESUL.
Quando criada a SANESUL, fui seu primeiro vice-presidente, nomeado pelo Dr. Harry Amorim Costa. Continuei com o Marcelo e com o Pedrossian.
Participei, com muita honra do projeto de água do Rio Dourado, que hoje resolveu o problema da falta d’água de Dourados.

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