quinta-feira, 7 de maio de 2009

A festa da lingüiça de Maracaju.

Braz Melo (*)
Neste fim de semana prolongado, aproveitando o feriado de 1 de maio na sexta feira, foi realizado a 15ª festa da lingüiça de Maracaju. Esta festa se tornou tradicional, não só pela continuidade do evento, mas também pela sua organização. Por isso hoje tem o apoio dos Governos estadual e federal.
Desta vez, antes fizeram a apresentação desta deliciosa iguaria em Brasília e especialmente ao Presidente da Republica. Dizem que foi um sucesso.
Maracaju teve seu desenvolvimento inicial pela persistência de seus fundadores, a maioria mineiros, que trouxeram de sua terra o conhecimento e o gosto por essa comida, que em virtude da grande quantidade de gado existente aqui, mudou de carne suína como era feita em Minas para carne de gado, que para a sua maior durabilidade, usava-se carne de primeira.
O primeiro período de desenvolvimento de Maracaju foi em meados da década de 40, quando foi criado o Território Federal de Ponta Porã, cuja primeira capital foi indicada Maracaju e também da construção da estação de ferro da Noroeste do Brasil. De Campo Grande para se chegar a Dourados, tinha de vir de trem até esta cidade.
Outro período foi na década de 70 com a chegada dos gaúchos em todo o sul de Mato Grosso.
Já na década de 70, quando tínhamos necessidade de telefonar mais rapidamente, quantas vezes saíamos de Dourados, para fazer um telefonema para Cuiabá ou São Paulo de Maracaju. O serviço de lá era bem mais confiável. Aqui só melhorou quando implantou o sistema de micro ondas.
Na época da divisão, Estado de Maracaju foi o primeiro nome a se pensar ao novo estado. Talvez por causa da serra de Maracaju, principal relevo de nosso estado. Depois queriam Estado de Campo Grande, mas acabou sendo Mato Grosso do Sul.
Parabéns aos organizadores e aos que até ali foram, e consumiram mais de 20 toneladas de pura lingüiça maracajuense.
Vendo isso, fico pensando porque lá tem o apoio de todos os órgãos e aqui em Dourados não querem deixar sua comercialização?
Eu que sou mineiro, fico louco atrás de um queijo caipira e ninguém fabrica mais. Requeijão nem se fala.
Infelizmente aquele queijo feito pela D. Neuza, que vendia domingo lá na feira, nem pensar. E ela fabricava uns tipos diferentes, com ervas e tudo. Uma delicia.
O Carlão, Seu Benedito e Haroldo, que vendiam na quarta feira os queijos caipiras na feirinha do BNH 1º Plano, estão proibidos de vender.
O engraçado é que existe no organograma da Secretaria de Agricultura, Indústria e Comercio do município, o SIMD (Serviço de Inspeção Municipal de Dourados), que em convênio com SIE (Serviço de Inspeção Estadual) tem poderes e autorização de fomentar, fiscalizar e autorizar a venda desses artigos feitos artesanalmente em nosso município. E isso há mais de 15 anos foi instituído na nossa primeira administração.
Será que temos de trazer o pessoal de Maracaju para voltarmos a aprender como se faz uma lingüiça, queijo, iogurte ou requeijão?
Acredito que logo a Prefeitura colocará seus técnicos em campo para termos novamente em nossos açougues e feiras livres, lingüiças, queijos caipiras, requeijão sem serem cremosos e feitos pelos nossos agricultores, sem pensar em trazer de fora os produtos industrializados.
Temos de dar apoio aos nossos conterrâneos que há muito ganhavam a vida trabalhando e comercializando a obra prima e seus derivados do campo.
Com a palavra a Secretaria de Agricultura, Indústria e Comercio de Dourados, para com a boa vontade que conheço ter o Peralta, resolver este problema.

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