quinta-feira, 7 de maio de 2009

O Monumento ao Colono

Braz Melo (*)
Dourados teve diversos estímulos para seu desenvolvimento, porém um dos mais importantes foi a criação da CAND, Colônia Agrícola Nacional de Dourados em 28 de outubro de 1943. Quarenta e cinco dias após de ter sido criado o Território Federal de Ponta Porã, em 13 de setembro de 1943 pelo governo de Getúlio Vargas.
Engraçado é que o decreto do territorio foi feito tão rapido que esqueceram de determinar sua capital. Somente em 31 de maio de 1944 pelo Decreto-Lei No 6.550, foi indicada Maracaju. Mais tarde Ponta Porã passou a ser capital.
Com isso trouxe oportunidade para mais de 10.000 famílias se instalarem nesta Colônia dentro do município de Dourados. Acredito que mais de 30 mil pessoas. Hoje fazem parte deste empreendimento espetacular de nossa região os municípios de Dourados, Douradina, Fátima do Sul, Vicentina, Jateí, Gloria de Dourados e Deodápolis.
Para se ter idéia do progresso que isso representa é só imaginar que precisaríamos de mais de dez empresas como a Seara, a maior de nossa cidade, para igualar o beneficio de nossa CAND. Veio gente de todo o Brasil e inclusive japoneses que ajudaram a desenvolver nosso estado.
Por isso, ouvindo os mais antigos, dentre eles Harrison de Figueiredo, Ciro Azambuja e outros, resolvemos homenagear aqueles que ajudaram a construir esse rincão.
Fizemos a estátua do Getulio Vargas na rotatória da Av. Presidente Vargas com Joaquim Teixeira Alves. Uma homenagem ao idealizador deste projeto. Colocamos a estátua como se o Getulio ficasse olhando na direção da Colônia Agrícola.
Mas precisávamos fazer uma homenagem aos colonos, que deram seu suor para esta terra. Foi quando surgiu a idéia de construir um monumento aos colonos.
No projeto original da cidade já existia aquela rotatória, mas que não tinha sido construída. Como o marco Zero (onde iniciaram as locações topográficas da CAND) ficava a poucos metros daquele local, resolvemos construir o Monumento ao Colono naquele local.
Foi feita a licitação para o projeto e a idéia era fazer uma escultura estrutural onde o povo douradense agradecesse a Deus pela colônia, que trouxe tanto desenvolvimento para a região. Ganhou o arquiteto Luis Carlos Ribeiro, que fez esse lindo projeto e por ser comunista, diz que as mãos levantadas são em agradecimento aos céus.
Na inauguração, com a ajuda do meu amigo Ciro Azambuja, que trabalhando no INCRA e conhecendo a colônia como a sua palma da mão, homenageamos todos os colonos ainda vivos, que tinham recebidos seus títulos diretamente da CAND.
Inicialmente falaram que as mãos levantadas queriam dizer “Chega de Gaucho”. Não pegou. De terem o apelidado de mão do Braz, para mim é motivo de reconhecimento por ter sido idealizado e feito em minha administração. Tive preocupação quando fiz o túnel do Parque das Nações de apelidarem, como fizeram em São Paulo, com o buraco do Ademar.
Feliz é o administrador que deixa obras e serviços que fica marcado perante a população.
Hoje o sentido desse monumento é para mim muito mais importante, pois quando seu time marca um gol, os torcedores levantam os braços. Para abençoar uma pessoa, também. Mais que isso, representa a saudação a todos que aqui chegam e saem, já que os braços e mãos levantadas são sinal de saudação, alegria e benção.
A Bíblia relata que na guerra entre Israel e Amaleque em Êxodos 17:11: “Quando Moisés levantava a mão, Israel prevalecia; quando, porém, ele abaixava a mão, prevalecia Amaleque”. Neste caso, Moisés representa o Monumento ao Colono e Israel representa Dourados.
Agora, por favor, troquem as lâmpadas de iluminação queimadas há mais de oito anos no Monumento ao Colono, para que ele possa abençoar a todos. Dia e noite.

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