quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

As Árvores de Dourados

Braz Melo (*)

Tem coisas que estão “na cara” e nós não conseguimos enxergar. Você já notou a arborização de Dourados? Vamos conhecê-la juntos.
Quem não fica encantado com o florescer dos Ipês de nossa cidade? Cada primavera eles ficam mais bonitos. E muitas vezes, até a estação passa despercebida.
Os mais velhos já desfrutaram da sombra da Figueira da Praça Dr. Antonio Alves Duarte (antiga Praça Mario Correa). E os mais novos usaram muito o parquinho, que hoje está abandonado. Se você é novo aqui, dê um pulo até lá, para conhecer esta árvore que já abrigou tantas pessoas e assistiu tantos amores.
A Figueira da curva (perto da Comid) já foi tombada pelo prefeito Luiz Antonio.
A Aroeira da Rua Ponta Porã, atrás do BNH l Plano é tão importante que fez até o transito ser desviado, assim como a da Rua Clovis Bevilaqua, na Vila Almeida e a Amendoeira localizada quase em frente ao CEU do Climax.
As Figueiras da Rua João Candido Câmara são a seqüência de árvores mais bonita e agradável de nossa cidade. Nas tardes de verão dá vontade de parar e ficar sentado ali, deixando o tempo passar.
Plantadas pelo prefeito Antonio Carvalho, que também plantou as Figueiras da Av. Presidente Vargas, onde as da esquina com a Avenida Marcelino Pires serviu muito tempo de sombra para as saudosas charretes dos irmãos Chico e Pedro Libório, a primeira empresa de transporte popular, que os animais, se não fossem forçados, já conheciam o caminho a tomar.
Na Praça Antonio João tem a “Corintiana”, plantada pelo Renê Miguel que ele cuidava com todo carinho. Além de Palmeiras Imperial, Paus Brasil, Cerejeiras e outras árvores, lá também têm uma árvore Sequóia, da família das maiores do mundo.
No Ubiratan tem os Alamos, trazidos em mudas dos Estados Unidos na mala, pelo Antonio Tonani.
O prefeito João Totó Câmara foi buscar em Maringá as mudas das Sibipirunas e Flamboyants que plantou macicamente em toda a cidade.
O José Elias plantou Palmeiras Imperial em diversos pontos, como nós plantamos na Avenida Marcelino Pires, da rodoviária até o Ubiratan.
Os Paus Ferro da Avenida Marcelino Pires são lindos no outono e são como árvores de natal gigante, preparadas para a ornamentação natalina.
O Humberto Teixeira fez o Parque dos Ipês, cartão postal de nossa cidade, e plantou diversas árvores que já estão dando frutos naquele parque.
Pelo histórico que vimos acima, o modismo das árvores em Dourados sofreu uma mudança muito grande e rápida.
Plantamos muitas Mangueiras em nossa administração, principalmente na periferia, onde não havia nenhuma sombra. Plantamos também Oitis, Resedás e Murtas, que além de serem árvores de portes médios, não criando grandes problemas com as redes de energia, também não tem raízes danosas para os encanamentos de água, esgotos sanitários, muros e calçadas.
Plantamos Cerejeiras na rodoviária, e a aparência quando ela dá flor, é como dando boas vindas aos que aqui chegam.
Dourados hoje está acima da media nacional e mundial em arborização. Conforme informações da Prefeitura, nossa cidade tem 5 vezes mais que a média mundial. Onde as normas aconselham 12 metros quadrados, nós já alcançamos 60 metros quadrados por habitante. A atual administração plantou menos de 5 mil mudas. È muito pouco para uma cidade que tem tradição de plantar muitos milhares de árvores por administração.
Muitas vezes vemos ninhos de passarinhos em pleno centro de Dourados. Com o desmatamento crescendo na zona rural, os pássaros vieram para a cidade.
É comum acordarmos com os bem-te-vis e sabiás cantando em nossas janelas.
Criamos o Jardim Botânico, mas pouco foi acrescentado nesses últimos anos.
E eu mesmo me arrependo de não ter plantado mais árvores nativas, como Ipês, Jequitibás, Perobas, Jacarandás e outras nos Parques Arnulfo Fioravante e Antenor Martins.
Normalmente somos mais imediatistas. Quando plantamos Mangueiras, é porque queremos ter sombra e manga o mais rápido possível. Se um Ipê demora de 30 a 50 anos para se formar e outras espécies em menos de 4 anos já está dando fruto, optamos pelo mais rápido. Só que já passaram quase 20 anos.
Na segunda administração, ao construir a segunda pista na saída de Campo Grande, íamos perder 7 Palmeiras Imperial adultas em frente da Seara. O Secretário de Serviços Urbanos José Carlos Cimatti e seu colega Engenheiro Florestal Bernardino Bezerra tiveram uma tarefa difícil, mas com técnica e carinho conseguiram transplantá-las intactas para a rotatória da entrada da cidade.

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