quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A feira-livre

Braz Melo (*)

Toda quarta-feira vou à feira-livre do BNH 1º Plano. No mínimo vou comprar um queijo, pois apesar de estar em Dourados há quase quarenta anos, continuo mineiro e como tal, sou doido por um e quando estou abastecido, por já ter comprado no sábado na feira-livre da Rua Cuiabá, pelo menos me delicio comendo um pastel. De queijo, é claro.
Com a minha ida constante lá o que não falta é um papo agradável e despretensioso. A grande maioria é antigo na feirinha, conhecidos de há muito e por isso sempre me perguntam e questionam sobre o que está acontecendo em nossa cidade e no Brasil. O papo vai desde os Vereadores até o Presidente da Republica. Isso quando não passa a ser assunto internacional. Como em muitos lugares, conversa-se muito e solução mesmo é muito pouca. Mas nos divertimos. Quando eu saio devem perguntar para os outros o que perguntaram para mim.
Sou defensor ardoroso da feirinha e tudo que incentiva ao pequeno e micro empresário e talvez por isso, fez com que o Aroldo me pedisse para que eu escrevesse sobre as feiras de Dourados e resolvi seguir seu conselho.
A feira da Rua Cuiabá é tradicional e antes dali, funcionava na Rua Onofre Pereira de Matos.
Lembro que uma vez o Prefeito João Totó Câmara, em sua segunda administração, construiu um prédio para que pudesse abrigar e funcionar o Mercado Municipal, que substituiria a feira, como se achava importante na época. Foi construído com todo esmero, tanto que hoje funciona um dos maiores supermercados de nossa cidade, o Santo Antonio Abevê. Mas não deu certo.
Tem coisa que só funciona em alguns locais. Se mudar de lugar, passa a não ser como antes.
Quando Prefeito criamos a Feira do Produtor, que funcionou bastante tempo na Cabeceira Alegre, onde os produtores vendiam direto ao consumidor. Infelizmente o prédio adaptado para que funcionasse bem foi vendido pelo Estado e até hoje, toda quarta-feira, os produtores ficam na calçada do terreno da Petrobras vendendo os seus produtos com esperança que o poder público tome providencias e consiga outro local para funcionarem adequadamente. Ninguém mexe uma palha para resolver este problema. Pena, pois na Feira do Produtor vendia-se bem mais barato que os outros locais, já que não tinha intermediário.
Também criamos as feiras do BNH 1º Plano nas quartas, o do BNH 3º Plano nas quintas e a do BNH 2º Plano nas sextas- feira. Estas funcionam até hoje. A que criamos no CSU atendendo o Jardim Água Boa, infelizmente não funciona mais.
Tínhamos um carinho especial pelas feiras e sua limpeza. Antes de começarem a montar os barracos era limpa toda sua área e quando terminava, antes dos barracos saírem do local os caminhões d’água já limpavam tudo para que não houvesse reclamação dos moradores.
E para que houvesse uma maior integração com os feirantes criamos o Distrito Verde, no Potreirito na primeira e a Agrovila, em Formosa na segunda administração, o que fez baratear os custos das hortaliças e frutas. Naquela época quem imaginava comer morangos colhidos em nossas terras? Hoje Dourados é auto-suficiente nesta fruta.
Foi criado o SIM- Serviço de Inspeção Municipal, para que os micros e pequenos fabricantes de derivados de leite, como iogurte, queijo caipira, requeijão e outros produtos tivessem o selo de qualidade, dando aprovação para comercialização, após inspeção, aos produtos. Está completamente adormecido.
Infelizmente hoje o que vemos é um desprezo por esta classe de trabalhadores que tanto fez e faz para o engrandecimento de nossa terra. Tem tempo que só fazem obras e serviços com recursos advindos de emendas ou de convênios com recurso Estadual ou Federal.

Um comentário:

  1. Lendo, com atraso, o artigo do dia 03/02/2010 - "A Feira-livre", fiquei com dúvida quanto a sua colocação no parágrafo onde o Sr. escreveu "A feira da Rua Cuiabá é tradicional e antes dali, funcionava na Rua Onofre Pereira de Matos."
    Não seria correto que a feira funcionava na antiga Rua São Paulo, que hoje é a Rua Antonio Emílio de Figueiredo?
    Perdoe-me se estiver errado. Mas pelo que me lembro a Rua Santa Catarina, atual Onofre Pereira de Matos, nunca abrigou a feira-livre de Dourados.
    De qualquer forma, parabéns pela iniciativa!
    Evaldo.

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