quinta-feira, 25 de junho de 2009

A Segurança e o “Sala Livre”.

Braz Melo(*)
Em 1995 ao assumir a Secretaria de Segurança Pública no segundo governo do Dr. Wilson Martins, o Dr. Joaquim D’Assunção pediu aos seus assessores para programarem uma viagem para todos os municípios, a fim de conhecer a realidade dos mesmos na sua área.
Resolveram iniciar pela região norte do estado. O Aloísio Franco de Oliveira, seu adjunto programou iniciar por Jaraguari, Bandeirantes, Camapuã e estava tudo cronometrado até quando ligou para a Delegacia de Polícia Civil de Figueirão, que ao ser atendido perguntou pelo Delegado, o que do outro lado da linha respondeu que ali não tinha Delegado. Então mandou chamar o Escrivão, que foi informado que não tinha escrivão. Então me chama um Investigador, disse o Aloísio. Do outro lado respondeu que também não tinha Investigador. Já sem paciência, perguntou quem estava falando? Aqui é o Sala Livre, respondeu.
Foi aí que descobri que “Sala Livre” é a designação do preso com penas leves e com bom comportamento e nessa época, na falta de pessoal, eram aproveitados pela policia civil para limpeza e outros serviços internos.
Ao terminar seu périplo pelo estado, constatou que faltavam Delegados de Policia em 17 Municípios, e em quatro não tinha nenhum Policial Civil.
Isso faz quase quinze anos e nossa segurança continua falha e por mais que seja investido nesta área, continua deixando a desejar.
Hoje vivemos uma onda de violência muito grande. E os tele-jornais trazem todo dia somente noticias ruins. E a Bíblia diz em João 10:10 que o diabo veio para roubar, matar e destruir. Tem coisa mais parecida com essa citação do que os “Jornais Nacionais” da vida? Só falam em roubo, morte e destruição.
Aqui em Dourados, uma cidade de quase 200 mil habitantes tem poucos policiais ativos. E a noite, a Policia Militar tem somente cinco viaturas em perfeito estado para fazer a ronda e combater tantos bandidos. Fico imaginando um bandido que, na espreita, espera o carro da ronda passar e através do celular avisa seus comparsas onde esta se encontra. Essa é a hora deles deitarem e rolarem.
Estive na delegacia em uma segunda feira passada com um amigo que foi visitado pelo amigo do alheio pela terceira vez em menos de um mês, e fazia fila de pessoas fazendo queixas sobre assaltos e furtos feitos no fim de semana anterior. Tinha delitos de todo o tipo.
E cada dia vemos a coisa ficar mais feia. Isso tem de acabar.
Muitos dos que roubam são pessoas dependentes de drogas, mas outros são viciados em furtar.
Na Rua Joaquim Teixeira Alves, desde a Rua Firmino Vieira de Matos até a Rua Aquidauana, aproveitando da pouca iluminação nesse trecho, o que tem de travestis (acho) é coisa de doido. Falo acho, porque depois que o Ronaldo confundiu se era ou não era, só posso achar. E, infelizmente junto com isso vem a droga, causa maior dos pequenos assaltos.
Esta semana assaltaram à luz do dia uma concessionária de motos na Avenida Marcelino Pires, em frente ao Shopping Center. Houve troca de tiros e um sócio da empresa e um guarda municipal foram gravemente feridos, além de um ladrão. Ainda bem que a policia conseguiu prender os meliantes em poucas horas.
Quem sou eu para ser puritano ao extremo, porém do jeito que está, é insuportável. As “boates” de beira das estradas estão fazendo propagandas ao vivo, de dia, no horário comercial, em frente aos bancos Bradesco e Itaú, com as próprias personagens e seus vestidos curtos. Acredito que a crise chegou até lá também.
As autoridades maiores devem tomar medidas mais fortes e enérgicas para impedir estes abusos, pois do jeito que anda a coisa, já ando com saudades do tempo do “Sala Livre”.

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