sábado, 27 de junho de 2009

"O PT e o primeiro conflito no Colégio Eleitoral"

Tibiriça
27/06/2009 - 10:11 h

O Partido dos Trabalhadores havia decidido não participar da votação no Colégio Eleitoral em 1985, quando os ex-deputados, Aírton Soares (SP), Bete Mendes (SP) e José Eudes (RJ) foram os primeiros na história do PT a ter problemas por discordar da orientação partidária. Deixaram o partido em 1985, sob pressão por terem votado em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, que compôs a chapa com José Sarney. O senador Sarney, hoje é o homem de confiança do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, que fez questão de tê-lo como presidente do Senado, preterindo até o candidato senador do seu partido do Acre, o médico Tião Viana, para manter a tal governabilidade.
Airton Soares, Bete Mendes e José Eudes, o primeiro foi para o PDT, o segundo e terceiro foram para o PMDB, não sei se tiveram sucesso, parece que a Bete Mendes casou-se com o deputado do MDB, o campograndense, ex-deputado federal, Antonio Carlos de Oliveira, do qual o presidente honorário do PDT de Dourados, Dr Ramão Perez que aniversaria nesse sábado, dia 27, meus parabéns. O DR Ramão Perez foi seu suplente em 1978, obtendo com meu voto, mais de 14.600 votos conscientes em dobradinha com o combativo Valter Pereira de Oliveira - MDB que se elegeu deputado estadual e hoje cumpre com respeitabilidade o mandato de Senador da República.
A deputada federal Luiza Erundina (PSB), na época em que era petista, participou das caravanas do candidato Lula e esteve aqui com ele e saboreou vários espetinhos no jantar do partido, em companhia dos poucos filiados e alguns simpatizantes no salão da Igreja Bom Jesus, no Flórida I, depois de ter participado de um movimento partidário em frente à praça Antonio João em Dourados, onde estava também o prefeito de Diadema.
Falando em Praça Antonio João, alguém de fora ao passar em frente à Igreja Matriz Nossa Senhora Imaculada Conceição, imaginou que a praça também levava o seu nome, como em São Paulo, cuja praça da Sé leva o nome da Igreja. Ele não viu o patrono da praça que está abandonado na esquina da Avenida Marcelino Pires e Presidente Vargas, juntamente com o colono nordestino que ajudou a construir a região.
Distante da praça a cerca de 150 metros está o Museu de Dourados e quero comunicar àqueles que gostam de história que fiz a doação em 2008, qunado me acompanharam os meus amigos fiscais do do Procon, Wilson Garcete e Hélio para fazer a entrega à historiadora Euzanete, da cópia do livro Antonio João, escrito pelo General Valentin Benício da Silva, pois no museu não existia nada que historiasse sobre o Tenente Antonio João, onde existia apenas um busto. O livro relata a história da Colônia Militar dos Dourados, onde estão fotos do ano de 1929, tiradas na fazenda da minha bisavó Carlota Almeron Gomes, viúva do último Diretor da Colônia, Major de Artilharia João Luiz Gomes, falecido em 1901. É um livro que vai ajudar muito os estudantes na pesquisa da nossa historia. A filha do major, Silvia Gomes dou ao exército 30 hectares de terra em 1957, para a construção do Parque Histórico, onde está sepultada também a doadora do lado direito de quem entra no parque e existe uma sala no museu onde está sua fotografia, a sala Major João Luiz Gomes.
Continuando a história do conflito, a deputada Erundina foi prefeita de São Paulo, administrou a cidade de 1989 a 1992, entrou em atrito com a direção nacional do partido, composta pelo grupo de José Dirceu e Lula, pois foi muito criticada quando assumiu uma secretaria no começo de 1993 à revelia do partido, no governo de Itamar Franco, após a queda de Collor, que hoje também compõe a base de apoio ao governo Lula. O partido não concordando com sua atitude, suspendeu sua filiação, devido à recusa do partido em participar do governo e ela quatro anos depois como não tinha mais espaço no partido, transferiu-se para o PSB de Miguel Arraes, onde continua com a bandeira da paz.
Todo partido é formado de homens e mulheres, por isso já é chamado de parte, não tem a total razão, pois são seres humanos feito de carne e osso, sendo cada um, fruto de uma árvore. Uns ficam ricos à custa dos cofres públicos e é normal para eles. Em Dourados tivemos vários prefeitos e como símbolo da honestidade e exemplo para os demais seguirem e tomarem como espelho, vive na rua Toshinobu Katayama, antes da Igreja São Francisco, um senhor franzino, mas exemplar, um trabalhista autêntico, o contabilista aposentado Vivaldi de Oliveira, mineiro que nos trouxe muita riqueza para nós douradenses, como honestidade e é um modelo a seguir. Foi vereador, deputado estadual e prefeito de Dourados e que se aposentou trabalhando nos últimos dias como funcionário responsável da junta comercial de Dourados.
Falar em honestidade, anteriormente quem não militava no PT, antigamente era taxado de responsável por tudo de ruim que tinha acontecido neste País, mas o mal continua, apesar de nem todos os políticos serem maus, existem também os bons, independente de cor partidária.
Quando o PT chegou ao poder para governar precisou do PMDB e outros partidos como o PFL que alguns petistas chamavam de partido fora da lei, mas que em Goiás compôs o palanque da Senadora Kátia Abreu. Fato semelhante aconteceu em Laguna Carapã (lagoa torta), onde houve composição em 2000 com o PSDB, mas não podia acontecer o mesmo em São Paulo, afinal a pequenina cidade sulmatogrossense não traria nenhuma repercussão. O PT tenta voltar ao poder em nosso Estado, depois de ali permanecer por oito anos e após isso ter ganho um salário vitalício aprovado pela Assembleia Legislativa, sem os votos de Pedro Teruel e Pedro Kemp, que depois foi derrubado no STF pela maioria dos ministros.
Zeca estará em Dourados neste final de semana para tentar juntar os cacos que ficaram esparramados por todos os lugares, depois da sua saída do governo e não ter aderido à campanha em favor de Delcídio Amaral e posteriormente por não ter apoiado o candidato a prefeito de seu partido em Dourados.
Como eu, muitas pessoas tiveram um sonho em 1998, pois imaginavam um governo diferente de todos, afinal como disse no início, só os petistas se diziam os mais puros, imaculados, porém ao assumirem a administração estadual, agiram pior que os anteriores. Como não tinha um quadro preparado para assumir a tão árdua empreitada. Em Dourados trocaram o secretário da fazenda três vezes, sendo o primeiro apeado devido ao escândalo do loteamento. Entrou o segundo, mas não conseguiu sucesso, saiu desgostoso, pois queria mandar para a cadeia alguns ratos de igreja e como não teve apoio, jogou a toalha e morreu posteriormente. É, seu Alaércio Abraão, a coisa ficou mais fúnebre depois, colocaram um nipônico, que depois do término do mandato, passados mais de seis meses de sua saída da secretaria da fazenda, não é mais visto nesta cidade, de funcionário aposentado de banco virou empresário e deve ter atravessado o Rio Paraná.
E agora José Orcírio? Em 1998 você tinha como vice Moacir Kohl que foi queimado pelo próprio partido dele, derrotado na última eleição junto com o PT em Coxim, onde talvez vai se dedicar aos seus negócios. Foi Dourados que lhe deu força Zeca para chegar ao segundo turno, mas segundo dizem os mais antigos, cavalo encilhado só passa uma vez e este cavalo talvez virou pangaré e não vai achar outro semelhante, facilmente.
Naquela época eu presidia o PDT e fomos companheiros leais, por causa do vice, mas a partir da sua posse, comecei a entender como funciona a política, pois ela vive de momentos, muitas pessoas são usadas como papel higiênico e são descartadas, pois precisam trazer para si outros, independente de sua ideologia, para haver governabilidade.
Como o Brasil é um País de várias culturas, pois carregar dólares na cueca não é problema, pode ser mensaleiro, sanguessuga e assim mesmo são se preocupam em continuar insistindo em conseguir um mandato. São muitas vezes eleitos como o irmão do José Genoíno, o da cueca que se elegeu deputado federal no Ceará e o irmão em São Paulo, onde o povo também malufou, isso parece que não atrapalha a eleição, pois os três adoram o dólar. Um certo político do nosso Estado, comentou que os partidos não são só feitos de freira, mas também de bandidos, todos são iguais perante a lei, o voto no dia eleição tem o mesmo peso.
É o caso da Erundina, uma exceção, ex-freira, mas seu partido preferiu o Zé Dirceu, grande líder estudantil que conheci quando estudava no seminário Santo Antonio em Agudos, Estado de São Paulo e lá o acompanhei em 1968, lendo o Jornal O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo. Este teve um passado de lutas, mudou de nome e se escondeu numa plástica, para viver no Paraná clandestinamente, diferente de Leonel Brizola, Miguel Arraes que esperaram a anistia.
Hoje temos um conflito em nosso Estado, entre dois sulmatogrossenses, um de Corumbá, o eng. Delcídio Amaral e o bancário aposentado, José Orcírio Miranda dos Santos, que quer novamente governar o Estado, o murtinhense mais conhecido como Zeca. Não seria melhor tentar se eleger deputado federal, porque derrotar o italiano vai ser difícil, não vai haver segundo turno outra vez, ainda mais que ele tem uma madrinha, segunda ele comenta.
Tudo indica que o presidente Lula para fazer sua sucessora é capaz de fazer diferente de 1985, tentará obter o apoio de todos no mesmo projeto, pois sonha voltar futuramente, pois quem comeu camarão não quer voltar a comer macacheira.
Cada partido é um meio para chegar ao poder, para isso usam de todos os artifícios, são contra a taxa de lixo, taxa de iluminação e depois a substitui por outra com o outro nome como fez a administração anterior em Dourados que jogou toda a culpa no Engenheiro Braz Melo, mas destruiu nossa praça, ajudou a forjar um quilombo, deixou de terminar o centro de convenções da Prefeitura, obra paralizada no final de novembro e se formos ficar relacionando os estragos, vamos gastar muita tinta.
Está na hora de terminar esta história, pois muitas virão ainda.
Dourados-MS, 27 de junho de 2009.

José Tibiriçá Martins Ferreira, licenciado em Letras com Inglês, advogado, segundo tenente reservista, estudante o idioma guarani e pequeno produtor rural na Picadinha

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