terça-feira, 16 de junho de 2009

A CULPA É PELO NOME DE NOSSO ESTADO? SÓ FALTAVA ESSA.

Benê Cantelli

A frustração é a resposta para aqueles que, sem consagrar-se ao conhecimento da verdade, ou mesmo, sem medir as reais condições que possibilitam a alguém ser melhor que outrem, não admitem o fracasso. Ora, para aqueles que sabem reconhecer as diferenças que existem entre o melhor e o mediano, não há motivo para frustração, pois não conhecerão o fracasso e nem a desilusão.
Frustrados em suas orquestradas certezas insanas de que Campo Grande deveria, porque, simplesmente, deveria ser a escolhida para sediar, também, a Copa do Mundo de 2014, os tais, sem resignar-se ao fato e sujeitar-se às evidências de que Cuiabá tem tudo para encaixar-se nos quesitos e requisitos exigidos pela Fifa, vêm agora, como que buscando um disfarce para o malogrado resultado, trazer à baila, novamente, a história da mudança de nome de nosso Estado.
Que propósito mais ridículo. Que motivação mais perversa e, sem nenhum sentido, que se aproxima à mais ignóbil e trivial forma de encobrir o insucesso. Pior, é ler que algumas dessas pessoas afirmam ser necessário trocar o nome do Estado porque os que têm nomes iguais levam pelo menos a diferença entre norte e sul, como é o caso do Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte, como se a distância entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul fossem as mesmas que os citados. No mínimo, esdrúxulos em seus “raciocínios”(?). Por outra, é conveniente ressaltar que o Rio Grande do Sul não fazia parte do Rio Grande do Norte, ainda que demonstrem nefastamente, pensar assim, quando afirmam as tais besteiras alusivas à mudança de nome de nosso Estado. Entender, também, que devamos nos esquecer do Mato Grosso, depois de mais de 200 anos usando este nome, é no mínimo sub-racional.
Em breve estaremos lendo e ouvindo alguns, aqui em nossa cidade, pedindo para trocar o nome da antiga rua Bahia, porque o nome Hayel Bon Facquer não “pegou”.
Sempre é assim: quando não se tem nada melhor para fazer, escolhe-se o pior. Quando não se tem nada melhor para pensar, inventa-se qualquer coisa para cobrir a ociosidade, e são nesses momentos, que emergem as aberrações da natureza humana.
Até parece que os inadvertidos não tomaram conhecimento do que significaria uma mudança de nome em qualquer Estado. Livros, por exemplo, que deixariam de ser reconhecidos como atualizados, por não apresentar o novo nome. Documentações pessoais, placas em rodovias, placas dos carros, boletins e históricos escolares, documentações oficiais do Estado e de todos os municípios e, tantas outras coisas mais, que demandariam fortunas incalculáveis, sabendo-se, de antemão, que não estão nessas coisas as prioridades em que deveriam estar focados os que, frivolamente, pensam em tal mudança de nome.
É melhor dizer, também, que talvez, a própria Fifa reconhecendo a pequenez daqueles que deveriam estar norteados em melhores objetivos para Campo Grande e nosso querido Mato Grosso do Sul, tenha feito uma racional e premeditada escolha por Cuiabá. Temos que aprender a pensar maior. É hora de parar de pensar pequeno. Aliás, pensam grande os que o são. Quando raciocinam, se é que o fazem, racionam de maneira pequena os que assim se comportam. Ora, vamos mostrar para o Brasil e o mundo que temos chances de nos tornarmos melhores em muitas coisas, inclusive, com políticos da envergadura de muitos cuiabanos e outros Mato-grossenses.
Com o número de queimadas, somente nestes meses de outono, e a displicente forma como estas foram debeladas, não me parece que haja muita intenção política e administrativa de preservar nosso Pantanal. Não é mudando o nome de nosso Estado que estaremos preservando uma das maiores reservas biodiversas do Brasil e do mundo, neste que é, sem dúvida, um dos santuários mais lindos da natureza.
Em sala de aula, bem antes do anúncio oficial da Fifa, demonstrei para nossos alunos os motivos que levariam a escolha da cidade de Cuiabá.
Aliás, devo parabenizar, com nota de louvor, o artigo de nosso companheiro, neste Jornal, Valfrido Silva, na segunda feira que sucedeu ao anúncio oficial da Fifa. Oportuno, mostrando conhecimento da realidade que diferencia as duas cidades, em desenvolvimento, cultura, cidadania e administração pública.
A questão não é ficar inventando subterfúgios que nos levem a esquecer que fomos relegados a um segundo plano. A questão é assumir, de vez, que nos falta muito para entender e copiar o que na verdade está fazendo de Mato Grosso e sua capital, se tornarem referências, não apenas porque partilha de uma obra prima da natureza, o Pantanal. É bom que se diga que Mato Grosso do Sul tem, aproximadamente, 65% do território pantaneiro. Dizem, no entanto, que a parte que ficou para o Mato Grosso é menor em área, mas muito mais envolvente em beleza e de melhor qualidade e estrutura no que se refere a proteção ambiental.
Por fim, não é o Pantanal nossa única obra prima. Temos muito do que nos orgulhar, com certeza. Diversos seriam os bons nomes que poderiam dar-se ao nosso Estado. Pantanal, não seria o único a satisfazer-nos.
Fico pensando com meus botões: O que estarão pensando aqueles que já tinham marcado viagens para Estados Unidos, Europa, Japão e destinado uma boa quantia para comprar apartamentos de cobertura à beira mar, fazendas, carros de luxo, etc., com o dinheiro que iriam ganhar com as obras bilionárias advindas da necessidade de atender aos pré-requisitos da Fifa. Quantos já estavam com as mãos no bolso contando sua parte na bilionária cifra. Esses estão chorando.
Nós, pelo contrário, estamos pedindo que não gastem dinheiro à toa, com troca de nome, sabendo de outras prioridades que, nem sequer, serão atendidas.
Ah! Em tempo: Façam como nosso querido amigo, Dr. Jajáh, articulista há tanto tempo neste Jornal, e médico de invejável conhecimento prático e teórico, que encerra seus trabalhos, colocando sob o topônimo de nosso Estado, a subscrição que faz recordar nosso santuário ecológico. Ei-la: Mato Grosso do Sul, o Estado do Pantanal. Quer algo melhor?
Bom dia para todos nós sul-mato-grossenses.
Melhor semana para todos os que amamos este Estado e trabalhamos para que seja cada vez melhor.
Professor
cantelli@terra.com.br

2 comentários:

  1. Somos todos Sul-matogrossenses, ou Sul-mato-grossense. E se ainda preferir, Mato-grossense do Sul. E o orgulho é grande.

    Viva o no Estado do Mato Grosso do Sul, onde fica o Pantanal.

    Parabéns pelo texto.

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  2. parabens pelo seu comentarios, a copa veio para o mato grosso devido a força politica do estado de mt,hj graça a essa atual administraçao de ms, estamos forte na soja,algodao,biodiesel,milho,suinos,pecuaria, e já a dias estamos fortes tanbem no esporte com apoio que um estado precisa para cresser, chamado apoio politico, se essa copa fosse a dez quinze anos atras, tenho certeza que o destino dela seria o mato grosso do sul, com apoio politico forte, federaçao de futebol forte, times da capital forte me lenbro do operario, de lima, baianinho, miller enfim de um pantanal forte com a pecuaria na primeira colocaçao no brasil, a fazenda itamarati uma das maiores prantaçoes de graos do pais,emfim os tenpos passaram os politicos nao sao mais os mesmo, enfim... tenho saudades desse velho ms onde passei a maior parte da minha vida,abraços a todos os matugrosulense.

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