quinta-feira, 11 de junho de 2009

EFEITO ESTUFA...

Isaac Duarte de Barros Junior *

Os abusos nocivos com o biosistema passaram a ser cobrados energicamente pela ecologia mundial, porque as nações estão saturadas de assistir tolices humanas e decidiram policiar os habitantes irresponsáveis do planeta azul. Cobrados sob forte pressão popular, protestos de ambientalistas, esses poluidores foram responsabilizados pelos muitos males causados a todos os habitantes da terra. Acontece, infelizmente, nos últimos cinqüenta anos, milhões de seres vivos passaram a ser submetidos ao efeito estufa.Essa danação climática catastrófica, foi criada pela ambição local desenfreada dos empresários excêntricos. Inegavelmente, são eles os canalhas que fazem as cirandas das estações do ano, cantarolarem trôpegas. Aquilo que antes era considerado intocável na pródiga natureza, a atual geração desorientada e desvairada, mutila em nome do imediatismo ganancioso insensato, sem tomar-se cuidados para coibir essas mutilações.
Raios cortam o firmamento, mortalmente caindo sobre as cabeças dos trabalhadores, conseqüentemente matando-os. Pois supostamente para colher grãos, idiotas armados de moto serras, desnudam matas transformando a madeira outrora sugadora dos coriscos, em lenha. Manietando essa agonizante natureza, provocam-se assoreamentos em rios, ao derrubarem as figueiras nativas de suas barrancas. Com esse gesto desumano tolo, fazem os insetos serem expulsos do seu habitat, migrando-os para as cidades, onde passam a viver na condição de pragas. Fugindo do veneno nos serrados, em procissão migram para as casas urbanas, onde certamente não existe nenhum tamanduá para devorá-los, mantendo o esperado equilíbrio do biosistema.
Esse papa-formigas, que segue instintivamente o seu desjejum desaparecido das verdes matas, acaba saindo á caça do alimento em migração cada vez mais acentuada. E assim, sendo animal nascido no sertão tropical, caçando o bicho morre atropelado numa estrada movimentada. E quando o acidente acontece, se estrebucha não existindo agilidade suficiente para evitar o seu atropelador. Baratas repulsivas, sobreviventes das eras jurássicas, que assistiram os dinossauros desaparecerem da face da terra, esperam silenciosas o momento dos homens seguirem o mesmo destino. Acomodadas nas paredes e nos lixões dos terrenos baldios, elas aguardam o último pôr do sol do homo sapiens.
Enquanto nada de novo acontece do vaticinado apocalipse, como insetos elas continuam sendo consumidas gulosamente na dieta exótica de milhões de chineses, sob o olhar reprovador dos ocidentais. Os quais, não compreendem o gosto estranho do cardápio desses consumidores de olhos rasgados e da pele amarelada. Matematicamente, conhecidos apenas, como a maioria dos habitantes deste planeta.
Os grandes felinos escorraçados a tiros do interior das selvas, fogem enquanto podem e existe espaço para se esconder. Preservando seus instintos carnívoros mais selvagens, nessa tresloucada fuga matam, querendo tão somente alguma comida escassa para sobreviver. Afinal, para se evitar a extinção completa de alguns animais, só se conseguiu alcançar o objetivo, graças aos cuidados dos veterinários de jardins zoológicos. Dessa maneira incomum, as nossas autoridades encarregadas de preservar, puderam compensar os gastos feitos, expondo esses animais para um público que simplesmente odeia mosquitos, não conhece matas e ainda qualificam os quadrúpedes selvagens, como espécimes perigosos.
Daí, a confusa necessidade das enormes jaulas com barras de ferro para se trancafiar os bichos. Incrivelmente, iguais as reservadas aos perigosos animais racionais criminosos. Nossos volumosos jacarés pantaneiros, que antes só chegavam às urbes sob a forma espectral de bolsas e sapatos, com o volume dos peixes rareando nos rios, beirando a escassez, obrigam-se pela fome instintiva, a aparecerem beliciosamente nos becos urbanos. Essas aparições, redundam em orgasmos espetaculosos para os repórteres da imprensa televisiva sensacionalista, quando noticiam a visita do animal da boca enorme, portador de dentes pré-históricos afiados.
Até as luzes dos brilhantes pirilampos nos banhados, aos poucos está se apagando e desaparecendo. Enquanto isso, rãs e sapos coaxam num coral de sons indescritíveis, como querendo pedir um anfíbio socorro diante da situação das suas prováveis extinções. Todo esse comportamento de excessos no meio ambiente e os desmandos depredatórios sem limites, inexoravelmente nos conduzem ao apocalipse planetário. Elaborando e orquestrando o descaso, a humanidade prossegue destruindo e poluindo o seu próprio habitat: o planeta terra. Supostamente, ele tem a cor azul na constelação em que vivemos e da qual outros planetas já desapareceram. Isto, sem olvidarmos, os que explodiram virando poeira cósmica, transmutados em meteoros...

advogado criminalista, jornalista
e-mail : isane_isane@hotmail.com

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