terça-feira, 14 de julho de 2009

Roberto Carlos, 50 anos de emoções.

Braz Melo (*)
Tem eventos que a gente nunca pensa que vai acontecer. Quando aqui cheguei, em 1973, um grupo de pessoas capitaneadas pelo Dr. Lourenço e D. Odaleia organizavam a ceia do ano novo do ano 2000. Confesso que não acreditei e tampouco importava, pois achava uma loucura fazer uma previsão tão distante, já que faltavam 27 anos para aquele evento. Já estamos em 2009 e já é passado a confraria do novo milênio. A juventude me levava a outras previsões não tão longas.
Penso nisso, pois hoje, sábado, 11 de julho de 2009, Roberto Carlos está fazendo um show no Maracanã pelos seus 50 anos de carreira. Tinha mesmo de ser no maior estádio do mundo esta apresentação para coroar seu caminho de sucesso como compositor e interprete. Mas nunca imaginei que assistiria a esta comemoração.
A grande maioria dos brasileiros sabe que ele não tem o vozeirão do Agnaldo Rayol ou do Agnaldo Timóteo, mas todos têm certeza que é o maior interprete deste país.
Como compositor ele conta o nosso dia a dia de maneira simples e objetiva. Em “Café da Manhã” diz: amanhã de manhã vou pedir o café pra nós dois... Atira a primeira pedra aquele que nunca quis fazer isto com sua companheira.
Teve coragem de dizer que tudo que ele gostava “Ou é pecado, imoral ou engorda”, que questiona porque me arrasto aos seus pés em “Desabafo”, que “Só vou gostar de quem gosta de mim” e até cantou a “Namoradinha de um amigo meu”.
E ele acompanhou nossas vidas e nossos amores durante esses 50 belos anos. Duas ou três gerações sonharam e viveram desde o “Não quero ver você tão triste assim”, até a música que ele fez para a Maria Rita, “Amor sem limite”. Essas gerações se emocionaram com e através de suas composições.
Quem nunca sonhou dançando com seu par, cantarolando “Proposta”- Eu te proponho... . Como também, quem não se emociona ao ouvir “Como é grande o meu amor por você”.
Ele fez diversos tipos de música. Fez para a Wanderléa “Na Hora da Raiva”: - Na hora da raiva não pensei em nada, perdi a cabeça e descontrolada, peguei minhas coisas, gritei vou me embora.... Mais tarde a Perla e a Alcione gravaram também. Musica brega, mas que diz tudo de uma relação. Linda. E quem não se lembra de “Ternura”, musica dele e Erasmo imortalizada pela voz da Wanderléa? - Uma vez você falou que era meu o seu amor...
Já cantou “Detalhes”: - Não adianta nem tentar me esquecer ... E teve as roupas e os sonhos rasgados na minha saída em “Fera Ferida”. Também cantou: eu preciso saber da sua vida em “Como vai você” de Mario e Antonio Marcos.
Uma das músicas que mais interpretou, não foi feito por ele: “Outra vez” e sim por Isolda, que diz: - Você foi o maior dos meus casos, de todos os abraços, o que eu nunca esqueci... .
Roberto Carlos nasceu em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo e saiu de lá bem novo, como diz a música do seu conterrâneo Raul Sampaio, “Meu Pequeno Cachoeiro”, feito especialmente para seu filho mais ilustre cantar: ”Cachoeiro, Cachoeiro, fui pro Rio de Janeiro pra voltar e não voltei”. Ficou de vez no Rio e no coração dos brasileiros. Hoje ele é do Brasil, pois é querido pelo país inteiro.
Fez mais de quinhentas composições. Cantou para a “Mulher de Quarenta”, “Mulher Pequena”, “Minha Tia”, “Madrasta”, “Lady Laura” e “A Namorada”. Cantou “Jesus Cristo”, “Jesus Salvador”, “Aleluia” e “Luz Divina”. E quando a maioria fumava, foi um dos primeiros a protestar em “É Proibido Fumar”.
Fez de sua vida, como disse em “Emoções”: - Em paz com a vida e o que ela me trás, a fé que me faz otimista demais, se eu chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.

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