quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Isolamento Estratégico de Dourados- 18/09/2008

Isolamento Estratégico de Dourados

*Braz Melo

Há muito tempo, Dourados tem sofrido um interesse dos políticos de outros municípios em tirar a força desta região. Nem vou falar da política, que é só lembrar quantos representantes nós já tivemos e quantos nós temos atualmente.
Ainda no Governo de Mato Grosso, no mandato do ultimo governador, Garcia Neto ao iniciar a obra de asfaltamento da Rodovia que liga Dourados a Casa Verde, passando por dentro da Colônia Federal e Nova Andradina, e chateado com a confirmação da divisão do Estado, mandou iniciar a obra por Casa Verde até Nova Andradina, fazendo com o que os habitantes daquela região, em vez de vir para Dourados fazer suas compras, como de costume, foram se deliciar através do novo asfalto para Presidente Prudente. E gostaram.
Instalou-se então o Estado de Mato Grosso do Sul, e Dourados passou a ser a segunda cidade. Em população e importância.
Foi escolhido como seu primeiro governador, o engenheiro civil Harry Amorim e nem deu tempo pra planejar o novo Estado. O prefeito de Campo Grande Marcelo Miranda foi indicado pelos senadores Pedro Pedrossian, Mendes Canale e Rachid Derzi, como novo governador. Também ficou pouco tempo e então foi nomeado o senador Pedro Pedrossian, como governador do Estado de Mato Grosso do Sul.
Após essas nomeações, tivemos as primeiras eleições para governador de Mato Grosso do Sul, ganha pelo Dr. Wilson Martins. Na segunda eleição ganhou Marcelo Miranda, e na outra ganhou Pedro Pedrossian.
Tive de recordar um pouco este período, para poder explicar o nosso isolamento estratégico no cenário do novo Estado, na primeira etapa de 20 anos de Mato Grosso do Sul.
Pedrossian, como governador nomeado, fez o asfalto de Guaíra a Ponta Pora, o famoso Guaíra-Porã, que retirou todo o comercio e serviços desta vasta região de nossa cidade para usufruírem das cidades do Paraná.
Maracajú sempre usou Dourados como ponto de apoio para solução de seus problemas. Veio o Dr. Wilson e começou a construir a rodovia Maracaju- Campo Grande. Nunca mais o povo de Maracajú usou Dourados como referencia. Os moradores de Bela Vista sempre fizeram suas consultas com os médicos de Dourados. Com este asfalto, ficou mais fácil ir para Campo Grande do que vir pra cá.
Marcelo Miranda começou o asfalto de Naviraí a Ivinhema diminuindo as passagens forçadas por nossa cidade.
Voltou Pedrossian, e para completar, fez a ligação asfáltica de Itaporã a Douradina. O povo de Itaporã que vai pra Campo Grande, não precisa mais passar por Dourados. Nem cafezinho toma mais em nossa cidade.
Dourados ficou estrategicamente isolada. É só olhar no mapa do estado.
Hoje somos uma cidade de serviços e com diversas universidades. E por isso, muitas dessas cidades voltaram a usar os nossos préstimos. Ainda mais agora que a UFGD conseguiu as maiores notas de conceito do ENADE em Mato Grosso do Sul.
Temos uma faculdade de Medicina, mas não temos nenhuma especialização em nossa cidade. Os estudantes são obrigados a fazer residência em Campo Grande, Prudente e São Paulo. É hora de, em convenio com a prefeitura, Dourados ter especialização em Homeopatia, que hoje nós somos referencia e em Programa de Saúde da Família. Podemos ser a Cuba brasileira em saúde publica. Só assim, teremos o curso de Medicina funcionando cem por cento, pois estudos nos alertam que 90% dos médicos se instalam onde fazem suas residências. Além de formar, temos de usufruirmos dos melhores futuros médicos.
Na parte política, nem precisa fazer analises profundas, já que além de termos poucos representantes, estamos sem lideres. Só o Deputado José Teixeira se preocupou nas eleições passadas em fazer vereador. Fez o Sidlei Alves. Os outros são lideres deles mesmos. Nunca se esforçaram em fazer um vereador.
Campo Grande está feliz.

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