quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Balanço 2007 da Prefeitura de Dourados- 25/09/2008

Balanço 2007 da Prefeitura de Dourados

Braz Melo (*)

Fui até a Câmara Municipal e pedi uma cópia de parte do Balanço Financeiro da Prefeitura Municipal de Dourados, enviando por esta, como manda a lei, para aquela entidade Legislativa.
Entre outros, pedi o anexo 16, que traz as dívidas fundadas da Prefeitura. Lá pude constatar que a atual administração já endividou em mais de 80% do que todos os prefeitos anteriores somados em 65 anos de emancipação político-administativa.
Vamos por parte. Em 2001, ao assumir o cargo, o atual Prefeito de Dourados fez o maior escarcéu, dizendo que tinha pegado uma prefeitura devendo uma barbaridade. Falava em 170 milhões. Lembram-se?
Em 2002, ao entregar o balanço de 2001 (já dentro do seu mandato), informava que a dívida em 31 de dezembro de 2000 era R$ 78.639.713,58.
Assinado por ele. Quase 100 milhões abaixo do que ele alardeava.
E a mentira, de tanto ser ouvida, passa a ser verdade perante aqueles que ouvem. E pior, tem gente que passa a acreditar na sua própria mentira.
A dívida em 31 de dezembro de 2007, como esta escrito no Balanço, e assinado pelos responsáveis pelo documento, chegou a R$ 118.724.202,46. Somados aos R$ 25.000.000,00 autorizados pela Câmara em toque de caixa há poucos dias, totalizam R$ 143.724.202,46. Dividindo este número pelo de 31/12/2000, chegamos a mais 83%. Sem contar o ano inteiro de 2008, assim como o precatório do Banco Pontual, que a atual administração conseguiu adiar sua execução. Não a dívida, que hoje já se fala em R$ 53.000.000,00.
Claro que pagou bastante. Como todos os outros pagaram. Isso é obrigação do administrador.
A dívida que o atual prefeito deve deixar chega perto, ou quem sabe, passar do dobro, do que todos os prefeitos anteriores deixaram. Juntos.
Mas, o mais absurdo é que ninguém fala nada. Você já ouviu alguém comentar sobre isto? Dos vereadores, que já devem ter aprovado este balanço, não ouvi nenhum comentário.
E foi assim durante os sete anos já passados. Nem da imprensa investigativa. Nem dos candidatos que disputam o voto suado dos eleitores. Estranho, muito estranho.
Será que é falta de conhecimento? Ou é falta de interesse? Talvez por isso que chegamos a dez dias da eleição e muitos estão em dúvidas em quem votar até para prefeito.
Tem candidato a prefeito que talvez precise de 21 votos, como eu precisei para vencer em 1988, e com esta cobrança teria conseguido seu intuito. Voto não cai do céu.
Com estratégias erradas, tem coligação (mais de uma), que não entendeu que nesta eleição só tem três legendas fortes. A dos candidatos a prefeito. Na eleição municipal, todos saem de casa para votar no prefeito. Só os parentes é que saem pra votar nos vereadores. Saem de casa pra votar no 12, no 13 ou no 25. E o primeiro voto é dado para o vereador.
Já que o programa eleitoral não explica isto, os coligados que não têm candidatos a prefeito devem ensinar aos seus eleitores que primeiro vota-se no número do candidato a vereador e só depois, no candidato a prefeito. Tem de ser muito didático. Se não, vai ter legenda tão cheia de votos, que pode fazer um vereador só na legenda. Pensem nisso!

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