quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Reunião de Mineiros

Braz Melo

De vez em quando vem à tona a discussão de que Dourados é terra de ninguém na política, pois muitos acreditam que os candidatos de fora vêm aqui só nas eleições e depois de receberem os votos, somem. São conhecidos como candidatos “Copa do Mundo”. Quando prefeito, fiz uma campanha na mídia para que o douradense votasse nos candidatos de nossa região. Atualmente entidades e clubes de serviços pensam fazer este trabalho para aumentar a representação política de nossa terra. Muito válido e importante.
Já tivemos três representantes na Câmara de Deputados e cinco Deputados Estaduais. Hoje contamos apenas com um Deputado Estadual e com a vacância de um suplente, dois Deputados Federais.
Verificando os votos das ultimas eleições proporcionais de Deputado em Dourados, constatamos que em 2002 para Deputado Estadual, 67,3% dos votos foram dados aos candidatos de nossa cidade. Para Deputado Federal esse percentual foi de 73,3%. Em 2006, os Estaduais daqui tiveram 67,6%, enquanto os Federais conseguiram 71,12% dos votos válidos. Se tivéssemos condições de receber os 100% dos votos seria o ideal, mas sabemos que isso é impossível.
Se analisarmos mais profundamente, vamos ver que não são só os votos dados a candidatos de fora que tiram as nossas chances de elegermos mais Deputados, mas também a quantidade de nomes que as lideranças daqui soltam para concorrerem ao mesmo cargo.
Como quem referenda os candidatos são as convenções estaduais, os políticos de outras regiões, que são maioria, forçam políticos de nossa região, que nunca pensavam sair candidatos naquele pleito, a disputarem, para principalmente, atrapalhar os que têm chance de ganhar a eleição. E aquele que se sujeita a isso, pensa que ganha, pois pelo menos, tem seu nome lembrado para as próximas eleições, normalmente a de prefeito ou vereador, dois anos depois. Com isso prejudica um candidato que teria grande chance de ganhar, mas por tirarem votos dentro de casa que seriam do outro, acabam prejudicando não só um candidato, mas uma região inteira.
Enquanto isso, em outras regiões, podemos verificar que quando lançam um nome forte para um cargo, as lideranças destes lugares procuram lançar outros muito mais fracos, para não tirar muitos votos do mais forte.
Por isso acredito que aqueles que hoje querem e podem defender este projeto, conversem com as lideranças, para começarmos em nossa casa a resolvermos este problema.
Nasci em Minas Gerais e saí de lá com pouco mais de um ano, mas aprendi através da vida que muitas das soluções estão nas conversas antes e não nas reuniões desgastantes e sem proveito. Tem uma regra em Minas Gerais que político mineiro só inicia uma reunião depois de muita conversa e principalmente, depois de tudo resolvido.
É o que está faltando há muito tempo em Dourados: conversar antes de sentar para soluções definitivas. Ser um pouco mais mineiro, pois depois não adianta chorar.

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