quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Gafes políticas.

Braz Melo (*)

Toda vez que participo de uma reunião onde têm autoridades, fico pensando nas gafes de políticos e também do cerimonial.
Outro dia participando de uma solenidade em um órgão, pude constatar que a pessoa que estava dirigindo os trabalhos, fez “questão” de esquecer de saudar alguns dos presentes, dentre eles a mim. Mais tarde o rapaz me procurou, dizendo que tinha esquecido de saudar a mim, como representante de autoridade e como amigo meu, pedia desculpas pelo esquecimento. Falei para não se preocupar com isso, pois ele não tinha idéia da quantidade de “esquecimentos” que já passei por esse mundo político.
Quando vice-governador, o chefe do cerimonial do estado cansou de saudar todos os presentes, inclusive as esposas das autoridades e esquecia-se do vice. No inicio ficava bravo e triste, mas depois de alguns meses, me considerava saudado quando, depois de todos denominados, saudavam as “demais autoridades”.
Quantas vezes nós já vimos ao comentarem sobre nosso estado, chamar de Mato Grosso em vez de Mato Grosso do Sul. E, no inicio de mandato, chamar o nome do antigo ocupante do cargo em vez do atual?
Lembro que uma vez ao abrir a Exposição Agropecuária e Industrial de Dourados, a Expoagro Dourados, representando o governador, a chamei de Expogrande, que é a homônima de nossa capital. Desconfiei quando o presidente da entidade não tirando os olhos de mim, levantava as sobrancelhas.
Em política é fundamental termos conhecimento do que falamos e discutirmos. É mais fácil e simpático passarmos a palavra para quem entende do assunto, do que querer falar sobre assuntos que desconhecemos.
E não se deve falar muito. Já foi a época de discursos longos. Fidel Castro falava oito horas seguidas. Ninguém agüenta.
Nós tivemos diversos oradores que falavam muito. Quando você vê um político falar de Norte a Sul, de Leste a Oeste, é porque além de prolixo, está pensando no que falar. O saudoso Senador Rachid Saldanha Derzi, quando se perdia durante um pronunciamento, colocava a mão na gravata e pausava seu discurso com um “realmente” mais longo.
Contam que o Deputado Federal Juarez Marques Batista, mestre em falar bastante, ao participar de um aniversário de quinze anos de uma afilhada em Aquidauana, pediu a palavra para saudá-la antes dos parabéns e fez uma grande retrospectiva da vida da afilhada e familiares, demorando muito em seu pronunciamento, que inclusive fez a aniversariante cair no choro. E ele, empolgado, acreditando que era pelo discurso que fazia, continuou o seu pronunciamento por mais tempo ainda, até que a aniversariante virou-se para seu pai e pediu para pedir ao padrinho que parasse o discurso, já que os seus convidados, cansados, estavam indo embora. Se demorasse mais um pouco não teria ninguém para cantar o “parabéns à você”.
Tem muitas estórias desse tipo, mas para não ser prolixo, conto aquela que estando em Campo Grande, junto com o Totó Câmara e o Roberto Djalma Barros, soube do falecimento da mãe do Levi Dias. Naquela época não tinha celular e as informações não se conseguia rapidamente como hoje. Fomos direto para o Cemitério Parque das Primaveras e chegando lá, entramos na sala que tinha mais gente. Ficamos um pouco e não achávamos o Levi para dar as condolências, até que o Djalma me deu um toque, dizendo que o enterro era de uma japonesa. Saímos de fininho e logo encontramos o Levi Dias que acabava de chegar acompanhando o corpo de sua mãe.

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