terça-feira, 11 de novembro de 2008

O Douradão 13/11/2008

Conversando com o José Paulo Teixeira, são-paulino de quatro costados, não poderia faltar ao papo, o futebol. Ele com a felicidade de torcer por um time muitas vezes campeão, e eu sofredor com o meu, sujeito a ser rebaixado novamente para a segunda divisão.
Depois da morte do Airton Senna, que era minha alegria dos fins de semana, não tem sido fácil torcer pelo Barriquello, Guga e o Fluminense. Ainda bem que o Guga parou de jogar por causa das contusões e o Barriquello, a Honda o está aposentando. Sobra só o sofrimento no futebol.
De lá partimos para o futebol em nossa cidade. Falamos sobre o Douradão, que necessita urgentemente de reformas. Está largado. Nem água para os jogadores tomarem tem. E o gramado está completamente infestado de carrapichos e outras pragas. E nós que pensávamos que tendo o estádio, seria a redenção de nosso esporte preferido. Fomos campeão estadual duas vezes com o Ubiratan. E só.
Hoje vou contar como foi a conquista desse estádio para nossa cidade.
Trabalhava na SANESUL e Pedrossian acordava muito cedo, e como eu, engenheiro e madrugador, sempre ia tomar café na sede da SANESUL, para saber o que estávamos fazendo ou planejando executar. Inclusive foi em uma dessas idas lá, que tive a oportunidade de mostrar a área onde hoje está construído o Parque dos Poderes. Dr. Pedro queria construir, mas pensava em outro local (Onde fica o stand de tiros do Exercito, na saída de Rochedo era um dos locais estudados). Ao ver aquela área e sendo da SANESUL ele não titubeou e ali projetou o Centro Administrativo Estadual.
Depois de algum tempo, numa das suas alvoradas cotidianas, ele me perguntou o que eu achava que ele deveria fazer em Dourados para que marcasse aquela sua administração. Opinei que quando governador de Mato Grosso havia criado uma universidade e na sua estrutura, construído um estádio que tinha inclusive seu nome. Nada mais acertado do que construir um estádio de futebol em Dourados, já que ele tinha lançado a Universidade Estadual, com sede em Dourados.
Ele me deu quinze dias para arrumar um projeto de um estádio para Dourados.
Onde acharia um projeto de um estádio pronto, que encaixasse com as necessidades de nossa cidade?
Depois de muito procurar, lembrei de um colega da escola de engenharia que trabalhava em uma firma de projetos, o Marcio Bandeira. Liguei para ele e a firma que ele trabalhava, a SEEBLA tinha feito projetos para a Colômbia sediar a Copa do Mundo de 1986, que mais tarde desistiu por falta de recursos.
A SEEBLA tinha feito o projeto do Serra Dourada. Tinha tradição em estádios de futebol. E tinha um projeto de um estádio para 25 mil torcedores. Na mosca!
Fui falar com o Dr. Pedro, e aí foi o susto, pois ele queria que tivesse uma maquete também. Por Deus, o Marcio me disse que tinha uma maquete também.
Em quinze dias chegou o projeto, a maquete, e os técnicos adaptaram o projeto da Colômbia para Dourados. Agora era arrumar um local para construí-lo.
Procurei o Senhor Alei Machado, que estava iniciando seu loteamento, e ele prontamente nos cedeu o terreno. Claro que o Prefeito, que era meu adversário, não ficou satisfeito e quis mudar o local, mas parecia que o projeto tinha sido feito para aquele lugar.
Pedrossian não aceitou as reclamações e autorizou levar a maquete para que o povo de Dourados soubesse que seria iniciada a obra o quanto antes.
Não esperei novas ordens. Coloquei a maquete no carro e instalei-a na Caneca, bar do meu amigo Aparecido, que ficava bem na pedra (Quase esquina da Marcelino Pires com Presidente Vargas). Que confusão... Pedrossian me chamou e bravo, falou-me das reclamações dos adversários, Expliquei que já que ele queria que o povo soubesse, não tinha lugar melhor.
Iniciou a construção, e foi inaugurado no governo do Ramez. Continuou no Governo do Marcelo e a iluminação foi inaugurada no novo governo de Pedrossian. Por coincidência com o jogo Internacional e Fluminense. E eu nem fui convidado.
Numa homenagem do deputado Valter Carneiro foi colocado o nome de Fredis Saldivar, desportista, empreiteiro de obras e meu vice, quando perdi a eleição de prefeito para o Luis Antonio em 1982.

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