quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Foi no velho Mato Grosso...

Braz Melo (*)

Na década de 70, quando só tinha a Radio Clube de Dourados para ouvirmos, me marcou a musica tema do programa do José Guerreiro “Boa Noite Lavrador”, que toda noitinha tocava “Meu irmão da roça” com Léo Canhoto e Robertinho.
Não tínhamos outra radio, muito menos televisão. De dia era ouvir os programas da Radio Clube. Começava com Cloe Fazano e Marco Antonio com Fatos e Noticias. Tinha o Encontro Matinal com Albino Mendes e depois vinha o Gilberto Orlando e Seu Jorge Antonio. Voltava Fatos e Noticias agora segunda edição. De tarde tinha o Odir Pedroso, o Carlos Renê e à noitinha, José Guerreiro.
Todos que precisavam mandar um recado urgente era através dela. Tinha até um programa especial para isso: o Mini-Recados. Para buscar as vacinas “na reta”, correspondências que chegavam aos Correios e até comunicar nascimentos e falecimentos. Não tinha outro tipo de comunicação falada.
Relembrando essa época, fico pensando porque tem pouca musica que fala de Dourados? Será por ser bem mais nova que essas outras cidades de nosso estado que são cantadas em prosas e versos? Ou porque a maioria de seus habitantes veio de outros locais, e é de lá que sentem saudades?
“Fui conhecer o belo Mato Grosso” é a primeira estrofe da musica “A Mato-grossense” que fala da beleza de nossa terra e da mulher que conheceu em Coxim. Zacarias Mourão também canta Coxim em “Pé de Cedro”, que todos conhecem: “Foi no belo Mato Grosso... há 20 anos atrás”. O professor de português poderia dizer: se era há vinte anos, não precisava do atrás... É para rimar e soltar a garganta em “Que não volta nunca mais...”.
Tem também “60 dias apaixonado” imortalizado por Chitãozinho e Xororó, de Darci Rossi e Constantino Endes que fala da morena que deixou em Aparecida do Taboado.
A “Seriema de Mato Grosso” feito por Mario Zan e Nhô Pai enaltece Maracajú e Ponta Porá e quer “rever os campos que eu conheci”. “A Chalana” foi feita por Mario Zan no porto Geral de Corumbá, “Navegando no remanso do rio Paraguai”. Tanto a sanfona, quanto o cantor choram nessa interpretação.
Outros falam em Campo Grande, Aquidauana, Bela Vista e tantas outras cidades de nosso estado. Musicalmente, também esqueceram de Dourados.
Quando vejo o Carlos Fabio e Pacito cantando esta beleza de musica “Meu Mato Grosso do Sul”, que nos brinda em um lindo clip na TV Morena fico pensando porque a inspiração do santista Carlos Fábio e do tricolor das Laranjeiras Carlos Marinho não veio em nome de nossa cidade?
Assim foi também com Silvio e Sidnei, Kleber e Kleberson, Trio Mato Grosso, Salu e Salim, Laércio e Marati, Jota e Jotinha, Dourado e Douradinho, Trio Douradense e Borges e Borginho. Só para lembrar alguns dos grandes interpretes de nossa terra.
Quando prefeito, incentivamos a fazer um concurso e daí, produzir um CD com as melhores composições sobre Dourados: “Dourados Canta”. Anteriormente tinha ajudado o Silvio a compor “Cidade Modelo (II)”, mas não pegou. Não apareceu nenhuma canção para empolgar.
Quando da divisão do estado ao compor o hino de Mato Grosso do Sul, Jorge Siufi para homenagear nossa região (Matas de Dourados e Campos de Vacaria) usou Vacaria em vez de Dourados.
Só o hino de Mato Grosso, composto por Dom Aquino Correa, tem Dourados na sua letra: “Dos teus bravos a glória se expande; De Dourados até Corumbá; O ouro deu-te renome tão grande; Porém mais nosso amor te dará!”
Só que isso vai fazer 90 anos, e relembra a epopéia de Antonio João e outros heróis na guerra do Paraguai.
Almir Sater canta a musica “O Carrapicho e a Pimenta”, que desculpem, não sei de quem é, e que diz: “Pisei em Rio Brilhante; Inté chegar em Dourados; Gole seco, fumo grosso; Maracaju, Maracajueiro”. É muito pouco.
Vamos orar e torcer para que Deus inspire nossos músicos e poetas, para que façam canções que falem e cantem Dourados, como ela merece.
(No Blog podem-se ouvir algumas dessas musicas)

(*) Engenheiro civil e ex-prefeito
http://estoriasdedourados.blogspot.com

A Seriema - Irmãs Galvão/Musica de Mario Zan e Nhô Pai

A Mato-grossense- Renato Teixeira/ Musica de Zacarias Mourão

Meu Mato Grosso do Sul- Carlos Fabio e Pacito/ Musica de Carlos Fabio e Marinho

Cidade Modelo- Silvio e Sidey/ Musica de Braz Melo e Silvio

Sérgio Reis- Chalana/Musica de Mario Zan

 Sérgio Reis - Chalana

Cesar menotii e Fabiano - 60 dias apaixonado/Musica de Rossi e Endes

 Cesar menotii e Fabiano - 60 dias apaixonado

Lígia Mourão e Tostão- Pé de Cedro/Musica de Zacarias Mourão

 Lígia Mourão e Tostão - Pé de Cedro

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Meus amigos...(ou Nasce um blog)

Ao falar do Douradão no ultimo artigo, tive os primeiros “escorregões” como escrevedor.
Ao ligar pro meu amigo são-paulino Albino Mendes, perguntando sobre um acontecimento de 30 anos atrás, ele aproveitou e me lembrou que a escolha do nome do Douradão, foi precedida de uma enquete feita pela Radio Clube e O Progresso, entre os nomes dos desportistas Jose Roberto Teixeira e Mauro Rigotti. Lembrou-me que a disputa foi acirrada e que depois do resultado, morreu o Fredis Saldivar, que acabou dando o nome ao Douradão. E foi uma confusão danada. Não lembrava.
Lembrou-me também de uma campanha que foi feita para uma das primeiras reformas da LEDA (Liga Esportiva Douradense de Amadores), que feita por ele e o José Guerreiro acabou construindo os vestiários subterrâneos e parte das arquibancadas, do qual também nós ajudamos. Também me lembrou que consegui uma audiência com o governador Garcia Neto para conseguir os recursos. Também tinha esquecido.
O meu amigo vascaíno, Roberto Razuk fez uma carta aberta, informando de que a UEMS foi um ato das Disposições Gerais e Transitórias, da Constituição do Estado de Mato Grosso do Sul, em seu artigo 48, e não lançada pelo Pedrossian, como descrevi. E que a comisão presidida por ele fez mais de 120 audiências publicas. Realmente deixei de relatar esta verdade. Errei no tempo, até porque não era intenção em aprofundar neste assunto, que o amigo vascaíno poderia com conhecimento de causa, nos relatar. Um artigo será pouco para este pedaço de nossa história.
Como também deixei de informar que das duas (errei, foram três) vezes que o Ubiratan foi campeão sul-mato-grossense, o amigo era não só presidente do Clube no primeiro, como peça importante das outras conquistas. E em todas as vezes pude como prefeito ajudá-los no que era possível nos anos 1990,1998 e 1999 (este de forma invicta). São outros artigos que você pode nos brindar, amigo Roberto.
E encontrando meu amigo flamenguista João Totó Câmara, e relatando esses esquecimentos, ele como sempre, educadamente, e que tem estórias para fazer uma enciclopédia, me lembrou que eu também tinha esquecido das reuniões que o seu PMDB tinha feito com o Dr. Wilson, para a retomada das obras quando o Pedro deixou o governo. Ganhei o dia.
Ganhei o dia por ter tido a felicidade de ter contatos com esses amigos, que devido à correria diária, muitas vezes ficamos sem encontrar. E ganhei o dia por ter, com estas informações, aprendido um pouco mais sobre nossa Dourados.
Há muito tempo venho falando e tentando convencer as pessoas mais antigas de nossa região em escrever sobre as coisas vividas em nossa terra. Já perdemos um pouco de nossa história com as passagens do Sócrates Câmara, do Harrisson de Figueiredo, Dr. Airton Barbosa e tantos outros.
Manuel Ribeiro Martins (seu Claudiomiro), Dona Ercilia Pompeu e outros mais idosos, a Goretti Dall Bosco colheu diversas informações e as colocou em um livro, “Pioneiros, viajantes da ilusão”, e o Professor Wilson Biasotto, pesquisando e ouvindo diversos pioneiros contou a estória de Laquicho.
Dr. Julio Capilé, com aquela memória incrível, sempre nos está presenteando com muito da nossa história, através de seus artigos. O corintiano Roberto Djalma é craque em relato de seus casos de Dourados.
Outros tantos têm contribuído em coletar estas informações através de livros.
Hoje, com o evento da internet, é importante colocar isto em um site. Ofereci a idéia a diversos jornalistas e entidades, e senti pouco interesse, talvez em virtude da juventude daqueles e muito serviço dos outros. E falo isso há pelo menos três anos.
Por isso resolvi criar um blog para que as pessoas possam colocar as suas estórias neste local. Falo estórias, pois cada um tem a sua versão. Todos terão oportunidade de consultar e comentar este blog, inclusive será importante que todos que têm conhecimento daquele assunto acrescentem ou comentem a sua versão. Assim estará contribuindo para este blog e a nossa história.
O endereço é http://estoriasdedourados.blogspot.com/
Porque estória e não história?
Procurando no dicionário encontramos:
Estória: s.f. Narrativa de ficção; exposição romanceada de fatos puramente imaginários (distinta da história, que se baseia em documentos ou testemunhos); conto, novela, fábula: estórias de quadrinhos./ Ant. história.
No nosso caso acredito que seriam “Contos”.
A do amigo Roberto Razuk já está no blog.
E esta também.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Ao meu amigo Braz Melo

Roberto Razuk (*)
Li, na quinta-feira, 13, nos jornais diários de Dourados o artigo “Douradão”, de sua autoria, aliás, muito interessante e bem escrito. Apesar de ser vascaíno e também estar ameaçado de rebaixamento no Brasileirão 2008, torço para que seu Fluminense continue junto com o meu Vasco na primeira divisão. Afinal, são duas grandes equipes do futebol brasileiro. Mas, estou me dirigindo ao amigo para fazer uma correção à bem da verdade. O ex-governador Pedro Pedrossian não lançou a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, a UEMS, em seu primeiro mandato, na época em que se pensou e se iniciou a construção do Estádio Fredis Saldivar, o Douradão, em 1979, com induz o seu texto. O certo é que a implantação da UEMS era uma obrigatoriedade do Governo do Estado inserida no artigo 48 da 2ª Constituição de Mato Grosso do Sul, promulgada em 1989. Tive a honra de presidir a Comissão de Sistematização da Assembléia Constituinte e pela qual fizemos cerca de 120 audiências públicas dando a oportunidade a todos os segmentos da sociedade sul-mato-grossense de expor suas idéias, inclusive sobre a UEMS. No Ato das Disposições Gerais e Transitórias diz o artigo 48: “Fica criada a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul com sede na cidade de Dourados, cuja instalação e funcionamento se darão no início do ano letivo de 1991”. É verdade, porém, que a UEMS fora implantada por Pedro Pedrossian, em seu segundo mandato, somente em 1993 e passou a funcionar em 1994, tendo o professor Jair Madureira com reitor pró-tempore. E passados 14 anos, a UEMS é um orgulho sul-mato-grossense sediada em Dourados. Era um anseio da sociedade que se tornou uma realidade e, hoje, é uma instituição respeitada que ajuda a impulsionar o desenvolvimento do Estado. Um grande abraço. (*) Foi deputado estadual em duas legislaturas, entre 1987 a 1994

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O Douradão 13/11/2008

Conversando com o José Paulo Teixeira, são-paulino de quatro costados, não poderia faltar ao papo, o futebol. Ele com a felicidade de torcer por um time muitas vezes campeão, e eu sofredor com o meu, sujeito a ser rebaixado novamente para a segunda divisão.
Depois da morte do Airton Senna, que era minha alegria dos fins de semana, não tem sido fácil torcer pelo Barriquello, Guga e o Fluminense. Ainda bem que o Guga parou de jogar por causa das contusões e o Barriquello, a Honda o está aposentando. Sobra só o sofrimento no futebol.
De lá partimos para o futebol em nossa cidade. Falamos sobre o Douradão, que necessita urgentemente de reformas. Está largado. Nem água para os jogadores tomarem tem. E o gramado está completamente infestado de carrapichos e outras pragas. E nós que pensávamos que tendo o estádio, seria a redenção de nosso esporte preferido. Fomos campeão estadual duas vezes com o Ubiratan. E só.
Hoje vou contar como foi a conquista desse estádio para nossa cidade.
Trabalhava na SANESUL e Pedrossian acordava muito cedo, e como eu, engenheiro e madrugador, sempre ia tomar café na sede da SANESUL, para saber o que estávamos fazendo ou planejando executar. Inclusive foi em uma dessas idas lá, que tive a oportunidade de mostrar a área onde hoje está construído o Parque dos Poderes. Dr. Pedro queria construir, mas pensava em outro local (Onde fica o stand de tiros do Exercito, na saída de Rochedo era um dos locais estudados). Ao ver aquela área e sendo da SANESUL ele não titubeou e ali projetou o Centro Administrativo Estadual.
Depois de algum tempo, numa das suas alvoradas cotidianas, ele me perguntou o que eu achava que ele deveria fazer em Dourados para que marcasse aquela sua administração. Opinei que quando governador de Mato Grosso havia criado uma universidade e na sua estrutura, construído um estádio que tinha inclusive seu nome. Nada mais acertado do que construir um estádio de futebol em Dourados, já que ele tinha lançado a Universidade Estadual, com sede em Dourados.
Ele me deu quinze dias para arrumar um projeto de um estádio para Dourados.
Onde acharia um projeto de um estádio pronto, que encaixasse com as necessidades de nossa cidade?
Depois de muito procurar, lembrei de um colega da escola de engenharia que trabalhava em uma firma de projetos, o Marcio Bandeira. Liguei para ele e a firma que ele trabalhava, a SEEBLA tinha feito projetos para a Colômbia sediar a Copa do Mundo de 1986, que mais tarde desistiu por falta de recursos.
A SEEBLA tinha feito o projeto do Serra Dourada. Tinha tradição em estádios de futebol. E tinha um projeto de um estádio para 25 mil torcedores. Na mosca!
Fui falar com o Dr. Pedro, e aí foi o susto, pois ele queria que tivesse uma maquete também. Por Deus, o Marcio me disse que tinha uma maquete também.
Em quinze dias chegou o projeto, a maquete, e os técnicos adaptaram o projeto da Colômbia para Dourados. Agora era arrumar um local para construí-lo.
Procurei o Senhor Alei Machado, que estava iniciando seu loteamento, e ele prontamente nos cedeu o terreno. Claro que o Prefeito, que era meu adversário, não ficou satisfeito e quis mudar o local, mas parecia que o projeto tinha sido feito para aquele lugar.
Pedrossian não aceitou as reclamações e autorizou levar a maquete para que o povo de Dourados soubesse que seria iniciada a obra o quanto antes.
Não esperei novas ordens. Coloquei a maquete no carro e instalei-a na Caneca, bar do meu amigo Aparecido, que ficava bem na pedra (Quase esquina da Marcelino Pires com Presidente Vargas). Que confusão... Pedrossian me chamou e bravo, falou-me das reclamações dos adversários, Expliquei que já que ele queria que o povo soubesse, não tinha lugar melhor.
Iniciou a construção, e foi inaugurado no governo do Ramez. Continuou no Governo do Marcelo e a iluminação foi inaugurada no novo governo de Pedrossian. Por coincidência com o jogo Internacional e Fluminense. E eu nem fui convidado.
Numa homenagem do deputado Valter Carneiro foi colocado o nome de Fredis Saldivar, desportista, empreiteiro de obras e meu vice, quando perdi a eleição de prefeito para o Luis Antonio em 1982.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O Zé da Mala- 06/11/2008

Recebi a visita do meu amigo José de Azevedo. Passamos horas agradáveis relembrando casos antigos, que como ele poucos sabem relatar. Havia anos que não conversávamos e aproveitamos para colocar a prosa em dia.
Esteve aqui na região antes da eleição, tentando acalmar os ânimos da política calorosa de sua Vila Glória. Terra que viu nascer e depois de ter virado Glória de Dourados foi prefeito por cinco vezes. Antes da emancipação de Dourados foi vereador por dois mandatos, sendo que no primeiro foi o vereador mais votado de todo o antigo Estado de Mato Grosso.
Homem de muitos amigos, padrinho de 600 afilhados, continua demonstrando entusiasmo ao falar sobre nossa região, e as lágrimas, muitas vezes, escapam-lhes dos olhos.
Tem ficado mais em Barretos, pois um câncer lhe impede de viver em outro lugar. Devido à situação financeira que ele passa, teve de ficar longe de sua companheira de mais de 51 anos, D. Aparecida, pois as despesas lá são pesadas para um homem que dedicou toda sua vida em prol da comunidade em que viveu, e nunca se preocupou em guardar recursos para a velhice.
Contou-me que lá, em Barretos no Hospital do Câncer, eles mesmos lavam suas roupas. E que ele virou um exímio lavadeiro.
Mesmo em tratamento, tenho certeza que em Barretos, ele deve está procurando atender as pessoas carentes e principalmente aos conterrâneos mais necessitados. Logo será reconhecido embaixador do MS.
Para os mais novos, José de Azevedo é um homem público exemplar, que chegou a Dourados na década de 50, e que junto com seu pai, veio plantar café em Itaporã, então distrito de Dourados. Por causa da geada perdeu toda a sua lavoura. Devendo ao Banco do Brasil, foi parar em Jateí, mas como já tinha algumas casas e até uma feirinha, não se contentou com o patrimônio e resolveu ir mais adiante, onde ia ser criada a Vila Glória. Com espírito de bandeirante viu criar os municípios de Itaporã, Glória de Dourados e outros no Mato Grosso.
Tudo que tem em Glória tem a mão do José de Azevedo. Lembro que apareceu um buraco na cidade, que foi crescendo a olhos vistos. Pensem em coisa grande. Em pouco tempo tinha tomado uma proporção enorme, que o Ministro Rangel Reis ao ver de avião, comentou que era mais fácil e barato mudar a cidade de lugar. Pois o José não descansou e conseguiu através do DNOS e do Exercito ajuda para tapar aquele buraco imenso.
Os filhos precisavam estudar e ele e D. Aparecida, como na região não existia faculdades, foram para Campo Grande, procurando educar melhor seus sete filhos.
Veio a campanha de 1982, e um amigo dele queria ser prefeito de Glória, mas como na época existiam as sublegendas, precisava de reforço de companheiros que tinham votos, e foi até Campo Grande e convenceu o José de Azevedo a ajudá-lo a vencer dos adversários, que eram fortes demais. Acabou convencendo-o a vir ajudá-lo como candidato a prefeito em outra sublegenda. Ajudou tanto que o José ganhou a eleição.
Nesse período ganhou um apelido, Zé da Mala. Como não tinha casa em Glória, ficava nas casas dos compadres.
Em 1988, fazia parte da diretoria da Frente Municipalista Nacional e foi um dos assessores que contribuiu com muitas conquistas para os municípios junto a Ulisses Guimarães. Antes da Constituição de 1988 o IPVA era exclusivo do Estado. A partir das lutas da Frente Municipalista, passou a ser 50% dos municípios. Também aumentou a participação do FPM de 12,50% para 22.50%. Foi uma grande vitória para todos os municípios.
Por estas e outras lutas, José de Azevedo é cidadão municipal em dezenas de municípios em Estados bem longe do nosso. E aqui onde dedicou sua vida toda? Só lembranças. Como diz o ditado “Santo de casa não faz milagres”.
Em 1989, me ajudou a criar o concurso de Bandas e Fanfarras que faz parte do calendário nacional. Ajudou-me também a conseguir trazer de Goiânia as mudas de flores e arvores que melhor se adaptaram ao nosso solo e clima.
Quando vejo governantes trazendo pessoas de outros lugares para trabalharem em nossa região, esquecendo de pessoas que deram o sangue para que pudéssemos viver hoje uma vida bem melhor, entendo como os homens esquecem rápidamente.
Mas a vida é mesmo assim, caro amigo José de Azevedo. Continue acreditando que amanhã sempre será melhor que hoje. Que Deus te dê todas as bênçãos do céu, juntamente com D. Aparecida e familiares.